Olhar Direto

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Opinião

Uma esquerda que julga, mas não aceita ser julgada!

Particularmente, não me surpreendo com as palavras pronunciadas pela elite do pensamento revolucionário jurássico ainda existente no Brasil, capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores (aliás deveria mudar para Partido dos Desocupados – PD,  porque “trabalhador” na acepção da palavra é quem produz e coloca no mundo algo que não existia antes, portanto não tem tempo para “produzir” palavras sem conexão com a realidade objetiva) que, atualmente, tem na Senadora Gleisi Hoffmann a principal porta voz.

A última fala da Senadora, manifestando-se sobre o julgamento em 2ª instância do ex-presidente Lula, apenas ilustra, mais uma vez, o desprezo que essa gente nutre pelo estado de direito, a ordem e os valores vigentes na sociedade. Segundo Gleisi“para prender Lula, vai ter que matar gente”. Lula, para não ficar atrás na corrida dos discursos insanos, disse no ato dos petistas ontem, dia 16/01, que Evo Morales é “o melhor presidente que a Bolívia teve”, continuando, afirmou também que “hoje o povo boliviano só vota em índio. E o povo brasileiro tem que votar em quem tem compromisso”.

Por que essa gente ainda tem voz em nosso país? Por que representantes políticos que defendem ditaduras e estados totalitários ainda ousam dizer para nós brasileiros o que é melhor ou pior? Por que políticos já testados no exercício de mandatos, seja no executivo ou no legislativo, e que mostraram-se absolutamente incompetentes (além de terem praticados todo um cardápio de crimes do código penal), tanto para gestão dos recursos públicos, como para fiscalizar e fazer leis ainda tem espaço e voz? São questões que precisamos enfrentar e refletir cada vez com mais seriedade.

A fala da Senadora, uma representante da mais alta corte legislativa na nação, é de uma gravidade a ponto de poder ser enquadrada na Lei de Segurança Nacional.[1] A fala de Lula é de um pré-candidato a presidente da república. E ele admira o governo da Bolívia. Nada contra a Bolívia, cada país tem o Governante que merece, todavia, pergunto: seria esse país o paradigma para o Brasil?  Claro que a pergunta é retórica. É assustador estarmos diante de um possível cenário em que o Brasil poderá entrar em outra década perdida.

Ainda sobre a fala infeliz de Glesi Hoffmann, a Senadora Ana Amélia, sabiamente manifestou-se dizendo que “diariamente centenas de brasileiros, julgados pela mesma Justiça que analisa o caso de Lula, aceitam os vereditos sem afrontar a instituição.Incitar a violência para livrar-se de condenações é prática comum em Estados totalitários. É essa a democracia do PT?”. Verdades simples e evidentes são antídotos potentes para venenos verborrágicos como os produzidos pelos intelectuais petistas e outros representantes de pensamentos ideológicos retrógrados e incompatíveis com o estado de direito.

Por muito menos o jornalista Willian Waack foi julgado e condenado por uma fala infeliz proferida no ambiente privado, há pelo menos um ano atrás. O jornalista, em artigo recente, reconheceu seu erro pela fala imprópria. Por que Gleisi Hoffmann e Lula não recebem a mesma reprovação e com o mesmo grau de fúria com que o jornalista foi atacado? Em regimes como os de Cuba, Venezuela, Bolívia ou Coréia do Norte, Gleisi e Lula, caso repetissem tais falas, mas com conteúdo contrário a tais regimes, já seriam presos políticos.

A contradição e a incoerência é marca registrada do pensamento revolucionário. Este, por definição, é sempre utópico. A revolução jamais poderá ser completada, por uma questão de lógica. Terminada a revolução, tais integrantes passariam a ser “conservadores” daquela ordem. Ora, marxistas defenestram o conservadorismo.

Aproxima-se o dia “D” para as hostes petistas. Seu líder supremo, elevado à categoria deentidade metafísica do partido, será julgado pelo poder temporal. Como um deus pode ser julgado por suas criaturas? Obviamente que tal anátema será rechaçado e, qualquer decisão que não seja a absolvição do iluminado, será de pronto considerada a mais pura aplicação de justiçamento das “elites do atraso” existentes em nosso país. E, assim, como um fantasma, essa figura sombria nos atormentará até o dia do juízo final.
 

Julio Cezar Rodrigues é economista e advogado.

[1]Lei nº 7.170, de 14 de  dezembro de 1983.Art. 22 - Fazer, em público, propaganda:I - de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;Art. 23 - Incitar:I - à subversão da ordem política ou social; 
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