Olhar Direto

Sábado, 20 de abril de 2024

Opinião

Há vida após a morte?

Uns dias atrás meu pai me perguntou se eu acredito que há vida após a morte. Respondi: sim, com toda a certeza. E de onde vem tanta certeza que há vida após a morte?

Acredito que há vida após a morte por razões lógicas: não vejo lógica alguma em termos sido criados com consciência, vivermos relações conscientes uns com os outros para depois nossa consciência (alma) se dissipar no universo após a morte. Acredito que fomos criados com um propósito e esse propósito não se extingue com a morte, o que me faz crer que a nossa consciência (nosso "eu") seja eterna. Afinal, para que existir se no final não vamos existir?

Acredito que há vida após a morte por razões científicas: dentre tantas escolhi citar três. A primeira é a Lei da Biogênese, em que a ciência afirma que somente vida pode gerar vida. Dessa forma uma pedra não pode gerar uma planta, um copo de vidro não pode gerar um lagarto ou um saco plástico não pode, em si mesmo, gerar sequer uma lesma. O que se conclui que somente um "Ser Vivo" pode ter começado a vida no universo. A segunda é a Lei da Termodinâmica, em que a ciência afirma que energia não se cria sozinha, é necessária alguma matéria para criar energia.

Oras, se antes não havia "nada", como pode a energia "que originou o universo no 'big bang'" ter surgido do nada? Alguém – dotado de extremo poder – gerou essa energia no início dos tempos. A terceira lei é a de Lavoisier, famoso químico que afirmou acertadamente "que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". Portanto, se no início dos tempos nada havia, a natureza por si mesma não poderia ter se criado, tendo que ter tido um agente para a criação inicial de toda a matéria existente até hoje.

Acredito que há vida após a morte por razões teológicas: creio que há vida após a morte, principalmente, por acreditar na existência de Deus – com letra maiúscula, por ser único e o detentor da primazia de ter criado as duas premissas anteriores e todas as outras. Embora pareça não haver lógica em acreditar em Deus, penso que a lógica é uma das principais ferramentas para se crer Nele.

Além disso, esse Deus único – manifestado primeiramente para a nação judaica e, posteriormente, para todas as nações que o conheceram e o aceitaram – é a divindade que mais se relaciona com os homens (sua criação mais perfeita), que mais se expôs e se expõe e a única que deixou um "testamento" que aponta com todas as letras para sua existência – a Bíblia.

Muito embora Deus seja interpretado unicamente como um Deus irado, vingativo e punidor, essas não são, de maneira nenhuma, suas principais características, pois quem o conhece sabe que Deus é, sobretudo, amor, misericórdia, graça e perdão, alguém que deseja imensa e intensamente ter-nos próximos a Ele, aqui, agora e por toda a eternidade.

Acredito que há vida após a morte por razões psicológicas: visto que Jesus Cristo é a manifestação em carne do Deus vivo e a ponte que nos reconecta com Ele, há fortes razões psicológicas para crer na vida após a morte. Jesus poderia ter nascido e crescido em qualquer nação: na Índia, na Austrália, no Egito, na Babilônia ou no Peru, lugares em que qualquer pessoa poderia se declarar um deus ou filho de um deus que não haveria muitas consequências. Porém, ele nasceu e cresceu em Israel, lugar que uma alegação como essa traria sérias consequências ao seu declarante e causaria enorme comoção na sociedade.

Ao se declarar Deus (ou Filho de Deus) no meio da nação judaica, Jesus – se isso não fosse verdade – seria considerado um louco e condenado à morte (como o foi). E das duas uma: ou Jesus era um doido varrido mesmo, ou Ele era quem dizia ser. Hoje, olhando para trás, embora condenado à morte, dificilmente afirmaríamos que Jesus foi algum maluco, pois além de arrebatar multidões (até o dia de hoje) sua vida é conhecida, esmiuçada, contada e recontada até os dias atuais como fonte de sabedoria, discernimento, justiça, amor e perdão – características muito distantes da loucura.

Acredito que há vida após a morte por razões históricas: da mesma forma que acreditamos na existência de Napoleão, de Leonardo da Vinci, de Júlio César, Platão e Aristóteles, temos que crer que Jesus Cristo existiu de fato. Sua vida e suas obras foram contadas, recontadas e estão presentes no Livro mais lido de todos os tempos. Seus milagres e suas intervenções são relatados na Bíblia tendo dezenas, centenas e milhares de testemunhas, sem ninguém ter surgido à época para contestar tais milagres e fatos sobrenaturais que rodearam a vida do Messias.

E Jesus é o principal motivo para se crer na vida após a morte: pois Ele foi o único que morreu e ressuscitou (ressuscitar é diferente de reencarnar e nesta tese eu não creio, pois só se morre uma vez) por suas próprias forças, provando que a morte não era o fim de tudo. Apenas o começo de uma outra etapa, ou perto ou longe de Deus, cabendo a nós, ainda em vida, fazermos essa escolha.

Como diz aquela velha máxima: "no fim da vida, se Deus não existir não vai fazer diferença alguma. Mas se Ele existir..."
 

Eustáquio Rodrigues Filho é Cristão, Servidor Público e Escritor – autor do livro "Um instante para sempre".
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