Olhar Direto

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Opinião

Um novo olhar para o ambiente chapadanse!

O município de Chapada dos Guimarães é sem duvidas um ambiente extraordinário e guarda riquezas naturais de rara e singular beleza. Posicionado no centro geodésico da América do Sul distante 60 quilômetros da capital mato-grossense, eleva-se a uma altitude de 780 metros.

Dentre os 141 municípios que compõem o território mato-grossenses, ele já deteve o título de maior município do mundo, com área de terras contínua de cerca de 270 mil quilômetros quadrados de extensão, algo colossal.

Embora tenha reduzido o tamanho de sua área territorial, ele continua se destacando no mundo biótico e abiótico abrigando 59 nascentes hídricas, 487 cachoeiras e 38 espécies vegetais endêmicas, sem falar da rica e diversificada avifauna, é um paraíso nas alturas ou mais precisamente, o céu aqui na terra.

Reconhecido nacional e internacionalmente por suas belezas naturais escarpas, paredões, cavernas, recursos hídricos, recursos florísticos minerais... Você poder estar na Austrália, no México, USA, na Espanha... A mídia mundial continua focando este presente de Deus dados aos mato-grossenses.

Embora seja um singular paraíso, interligado a capital, até pouco tempo ele ainda não visto pelos gestores públicos pela grandeza que representa. As diferentes instâncias de governos municipais, estadual e federal não conseguiam mirar o potencial turístico e ambiental desse tesouro para usufruto racional, sem agressão gratuita ao meio ambiente.

Veja hoje 2018, a proposta de um deputado estadual reivindicando a transformação do Parque Nacional para Parque Estadual de Chapada dos Guimarães, tirando esse ambiente do marasmo que vem se arrastando desde 1989 sem infraestrutura e sem cumprir sua função real.

O Estado de Mato Grosso tem todas as condições para gestar e gerir essa unidade de conservação e transformá-la em um ambiente de preservação e contemplação turística estável e sustentável.

Veja o que foi o complexo da “salgadeira”, até poucos dias atrás abandonada jogada ao léu, cercada com folha de zinco, mais parecia uma favela rural, contrastando acintosamente com as belas escarpas e paredões de raríssima beleza que o mundo inteiro conhece e admira.

Hoje graças ao esforço do Governo Pedro Taques e de sua equipe gestora essa riqueza natural ganha vida e novos contornos para a felicidade geral do meio ambiente, da sociedade Cuiabana e mato-grossenses e de turistas do mundo inteiro que aqui aportam vindo de outras paragens.

Para que tudo isso acontecesse não precisou se quer que o ministério público tão atento apontasse o dedo. Como grande gestor o Governo Pedro Taques e sua equipe tomou iniciativa e atitude de corrigir um erro decenal deixado por um governo sem nexo e sem noção ou respeito ao meio ambiente e a vida.

Geologicamente falando, a formações chapadenses são compostas de diferentes sedimentos, com arenitos finos, folhelhos esverdeados caracterizados por uma estratificação cruzada em conglomerados de seixos contendo restos de invertebrados marinhos Trilobitas e solo frágil sobre forte pressão antrópica.

É de destacarem-se nesses belos e atrativos ambientes naturais localizados no bioma cerrado e no ecossistema propriamente dito, formações geológicas do período terciário e belezas cênicas sem comparação.

Ademais os solos chapadenses apresentam blocos rochosos que se - desgastam facilmente. A pressão antrópica desordenada sobre esses solos expostos, escarpas e paredões agride de forma vil o ambiente, acelerando agressivamente o processo de erosão do planalto chapadenses. Mesmo em atividades turísticas pontuais, plantações agrícolas ou produção pecuária não planejada.

Nas escarpas chapadenses, nos limites da “série serras, morrarias e cadeias montanhosas do ambiente chapadenses, constituem-se a base notável “cuesta”, que unem as nascentes dos rios Coxipo - mirins e Cuiabá - mirins formando-se com as serras de São Jerônimo e serra do Atmã, ambientes impares a ser contemplados, admirados e fundamentalmente respeitados, permitindo dessa maneira a continuidade da vida em sua plenitude.

Há três décadas pesquiso a biogeografia regional chapadenses, visando entender a ação humana e suas atividades no ecossistema em tela. Nesse e por esse viés há que se preocupar com o acelerado processo de agressão humana aos recursos naturais dos últimos tempos.

Romildo Gonçalves é Biólogo é Prof. Pesquisador em Ciências Naturais Ufmt-Seduc
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