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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Artigo de opinião: Gigantes pela própria natureza

Alguns “pensadores modernos” insistiam em dizer que o ano de 2014 no Brasil começaria somente após a Copa. Outros apostaram suas fichas na tese de que este mesmo início só aconteceria em outubro, passado período eleitoral. Seria muita ignorância de nossa parte taxar esses indivíduos como desprovidos de racionalidade? Talvez sim. Talvez não. Talvez... Talvez o povo brasileiro seja somente um pouco acomodado. Inúmeras incógnitas nos remetem a um único caminho: a reflexão.

Voltemos os holofotes ao futebol, que por sinal agora se encontra pareado aos “Padrões FIFA” da saúde, da educação e da administração pública. Essa mesma instituição que costuma impor padrões, durante o período 2003-2006, obteve uma receita “simbólica” de 3.283 milhões de francos suíços (CHF). Hoje, este valor corresponderia a 8.109 milhões de reais, não levando em consideração as correções monetárias cabíveis. Enfim, meras curiosidades.

Os sete gols sofridos ontem pela seleção não foram simbólicos igual o faturamento da FIFA. Aquela derrota vai muito além de uma partida de futebol. Extrapola o limite do desporto. Ela nos mostra o quanto a competência é superior ao improviso. Ganhar de uma equipe consolidada por mais de seis anos seria pura questão de sorte. Que sirva de exemplo às gerações futuras... Que cada vez mais as pessoas entendam que conquistas são frutos da meritocracia. Esse é o “jeitinho brasileiro”, que gera dinheiro sem ser suado, que elege presidente mesmo sem ter estudado.

Um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza não é aquele que é composto por uma população parasita de seu governo, que insiste em ensinar seu povo a receber o alimento na boca ao invés de lutar em prol do próprio. Essa espécie de utopia, da qual todos nós sonhamos juntos, baseia-se em honestidade e muito trabalho. Afinal, o patriotismo vai muito além de tatuar “Ordem e Progresso” na própria pele. Amar a pátria num jogo de futebol é fácil. Furar uma fila ou sonegar um imposto também. Somos vilões na mesma intensidade em que somos heróis. Acho que o Brasil está cansando de ser traído pelo seu próprio povo. Que cada vez mais possamos filtrar nossos aprendizados diários. Que possamos nos orgulhar de nosso povo na mesma proporção em que nos orgulhamos de nosso futebol. Afinal, somos todos gigantes pela própria natureza.

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