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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Meu recado aos Nutricionistas

Arquivo Pessoal

Preste bem atenção, seu moço. Minha vida é tutano, é osso. Liberdade virou prisão — de ventre. Nasci com megacólon congênito, uma anomalia genética em que parte do intestino grosso não funciona, fazendo com que as fezes fiquem retidas no corpo. A solução desse quadro é a cirurgia — e foram 4 nos 2 anos que passei internado após nascer.
Meu Deus, por quê? Nem Deus sabe o motivo. Deus é bom, mas não foi bom para mim. Toda dor um dia chega ao fim. Mas, não é sempre assim. Crescer pode ser especialmente complicado quando o que entra pela boca pode te levar direto para o hospital.

E, enquanto meus amigos da escola iam à Disney, eu ia ao Pronto-Socorro.

Quando me diziam: “Eu conheci o Mickey!”, eu respondia: “Eu conheci a Helymara, a Nutricionista do hospital”. “O Pato Donald me deu um balão de presente!” — “De bola com gás, já basta a minha barriga.”
Crescer foi viver e aprender... a comer.

E tive a sorte de ter Nutricionistas tão competentes ao meu lado, que me motivavam a cumprir um programa saudável e me incentivavam a aceitar, de cabeça erguida, uma condição do meu corpo que não poderia ser mudada. Não poderia mesmo: no ano passado, 20 anos após a última cirurgia, tive uma obstrução intestinal gravíssima e súbita que quase me levou para o outro lado da roda de samba.

Nova cirurgia, nova cicatriz, um mês de internação — e a recuperação foi acompanhada de perto pelo Médico e pela Nutricionista.

Tenho imensa gratidão à ciência da Nutrição. Ela esteve ao meu lado desde o momento que nasci, e também nos momentos que renasci. Cumprimento todos os Nutricionistas pelo seu dia, na pessoa da minha querida Tânia Maria Garutti — a primeira pessoa que conheci quando cheguei a Cuiabá, formada em Nutrição pela Universidade Federal de Mato Grosso, Turma de 1986.

Marcelo Dantas Ribeiro é estudante de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso.

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