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Colunas

Uma questão de respeito e educação...

Isolda Risso

É interessante observar os costumes, valores e os princípios nos diferentes períodos da sociedade. Naturalmente que em conformidade com as necessidades de cada época, os mesmos mudam, alguns se extinguem, outros surgem e até ressurgem.
 
Entendo essas variantes como sinal de evolução e enquanto caminhantes deste planeta e colaboradores para sua melhoria, é fundamental que saibamos compreender e aceitar que alguns desses conceitos devem ser revisados para que os ruídos entre as gerações sejam diminuídos. Tanto quanto temos o compromisso de manter aqueles que independem de diferenças entre grupos.
 
Ser pontual é um valor que deveria ser mantido e cultivado de geração para geração. Fico intrigada com a forma de proceder de determinadas criaturas. Vivencio situações que tenho a nítida impressão de que algumas pessoas mudaram o significado e a importância de manter o horário acordado. Tem sido tão comum computar o atraso que já ouvi inúmeras vezes a seguinte frase: “esta marcado para X hora, mas não precisa apressar, atrasar um pouquinho é natural”.
 
Gente, como assim?
 
Se definiu um horário é para ser cumprido, caso não fosse qual o sentido de agendar? Recebemos um convite para as 20 horas, mas “ai” de você se chegar na hora certa, já passei pela situação da anfitriã ainda estar às voltas com a arrumação da casa.
 
Ai eu pergunto: para que marcar hora se o negócio é atrasar?
 
Tem gente que acha “chic” se atrasar, noiva então sem nem se fale, os convidados que esperem. Um pequeno atraso de dez minutos no máximo é tolerável, mais que isso eu vejo como deseducação e falta de respeito.
 
Nos dias corridos em que vivemos, chegar atrasado a uma reunião de negócios, a uma aula ou até mesmo a um encontro com amigos tem se tornado cada vez mais comum e com isso ser pontual tem sido uma das qualidades mais valorizadas. A pessoa pontual revela ser responsável, disciplinada, organizada e comprometida. Saber gerir o tempo nos mostra que houve um planejamento, que essa programação foi cumprida e que o gestor é competente. Quem não cumpre horário além de bagunçar com a própria vida, desorganiza a vida alheia.
Naturalmente que imprevistos, emergências, incidentes ocorrem, e quem mora em grandes centros com o aumento da frota de carros e uma engenharia de trânsito deficiente, vez e outra por razões que fogem do seu controle, acabam por fazer você atrasar-se, e mesmo assim é de bom tom que ligue e comunique o ocorrido, é sinal de civilidade e de respeito para com o outro.
 
Atrasar-se acaba virando um jeito de viver sabia? Um jeito esquisito, mas muita gente vive assim. A maneira como nos relacionamos com o tempo, também tem algo de cultural. Há países como China, Japão, Alemanha, que ser pontual é obrigação. No Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, África do Sul, a pontualidade é extremamente valorizada, outros países como Brasil, México, Bolívia, Portugal, espera-se a pontualidade, mas se atrasar é mais tolerável.
 
Eu reconheço que sou rígida com horário, um pouco mais de flexibilidade não me faria mal algum, todavia se a gente concede aqui, depois ali, só hoje ou só amanhã, quando vê, se embaralhou.

*Isolda Risso é Personal & Professional Coaching Executive, Xtreme Life Coaching, Neurociência no Processo de Coaching, Programação Neurolinguística (PNL) pedagoga por formação, cronista, retratista do cotidiano, empresária, Idealizadora do Café Com Afeto, mãe, aprendiz da vida, viajante no tempo, um Ser em permanente evolução. Uma de suas fontes prediletas é a Arte. Desde muito cedo Isolda busca nos livros e na Filosofia um meio de entender a si, como forma de poder sentir-se mais à vontade na própria pele. Ela acredita que o Ser humano traz amarras milenares nas células e só por meio do conhecimento, iniciando pelo autoconhecimento
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