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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Auto da Paixão 2016 promove união entre cristãos de várias religiões

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Encenação do Auto da Paixão 2016, em Cuiabá

Encenação do Auto da Paixão 2016, em Cuiabá

O ano de 2016 é tempo de mudanças para o Auto da Paixão realizado em Cuiabá. Além da inclusão social, produtiva e cultura, a interação religiosa entre católicos e evangélicos é também uma das novidades desta edição, que está sendo muito bem recebida pelo público que comparece ao espetáculo.

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A parceria entre religiões para divulgação do evento e participação em grupos de trabalhos específicos foi selada por seus representantes: o arcebispo de Cuiabá Dom Milton e líderes do Conselho de Ministros Evangélicos de Cuiabá e Mato Grosso, pastor Oscemário Forte Daltro e apóstolo Jomar Freitas.

Na primeira fila da platéia, um grupo de senhoras aguardava o início do espetáculo, Ana Maria Barros, contou a reportagem do Olhar Conceito que trouxe sua mãe, Dona Demethilde Corrêa da Costa pela primeira vez e que achava muito importante essa união entre as religiões.

“Esta história de ficar cada um para um lado não funciona, essa parte ecumênica tem que se unir. Pensar que o só o seu Deus é o certo não dá, Deus é um só. Eu penso que é como aquela imagem de Jesus Misericordioso: cada raio de luz pode ser uma religião. Celebrações de união como essa são o caminho, como Jesus, que é ‘o caminho, a verdade e a vida’”, explica Ana Maria.



A Escola Nossa Senhora Aparecida, do bairro Colorado, levou seus alunos do Ensino de Jovens e Adultos (Eja) para assistirem ao espetáculo. Ao chegarem a arena do Sesi Papa II, a evangélica Helena Azevedo (36) e a católica Ana Lucia Rodrigues (33), unidas pela amizade declararam sua animação. “Viemos com a escola, acabamos de chegar e estamos contentes de participar do evento juntas”, disse Helena.

A jovem católica Caroline Holz de 24 anos, elogia a organização do evento e ressalta a qualidade da praça de alimentação. “Achei ótimo que colocaram restaurantes aqui esse ano. E quanto a união das religiões, acho que não deveria ter tanta richa. Caroline trouxe a irmã mais nova, Maria Helena de 12 anos, que estava empolgada para ver o ator Henri Castelli.

A primeira-dama do Estado, Samira Martins, que é voluntária do Núcleo de Ações Voluntárias (Nav), responsável pelo projeto do Auto da Paixão, participava ativamente da organização do público na platéia, na noite da última quarta-feira (23).



No mesmo dia, o ator Henri Castelli era dúvida na participação do espetáculo, por conta de um acidente em Nobres, quando foi ferroado por uma arraia. “Ele já está aqui! Machucou a mão, está com ela enfaixada, foi medicado e está bem”, comentou Samira.

Mais tarde, Henri apareceu a público, pouco antes do início da apresentação, para justificar sua substituição naquela noite ao público. “Sou mergulhador profissional e durante uma flutuação com snorkel em Bom Jardim, levei uma picada de uma arraia enquanto relaxava pelo rio. Hoje quem fará a peça será o Jesus aqui, que me ajudou desde o começo e está muito bem preparado para me substituir. Amanhã [quinta 24] estarei 100% e farei o Auto até domingo [27]”, completou Henri, que recebeu os aplausos de apoio do público.

Com 270 atores, dentre crianças e jovens atendidos pelas casas lares, adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, reeducandos do sistema prisional nos regimes aberto e semi-aberto, egressos do trabalho escravo, haitianos, indígenas, além de trabalhadores do aterro sanitário de Cuiabá, o Auto da Paixão 2016 está programado para seis dias de apresentação, terminando no domingo de Páscoa.

O espetáculo e sua temporada de ensaio e produção foram filmados pela equipe da produtora MTO de Cuiabá, para compor um documentário do evento, que está sendo produzido pela equipe do Cena Onze. Ao todo, seis câmeras foram utilizadas para fazer o registro, dentre elas uma acoplada a um drone e uma controlada remotamente pelo celular.



O diretor de fotografia, Laercio Miranda contou a reportagem do Olhar Conceito a cena mais difícil de ser filmada. “A cena do barco foi a mais difícil pela falta de luz, então tivemos que ter um cuidado maior”. A cena em questão é a representação do momento em que Pedro e Jesus estão em meio a uma tempestade no mar, onde o apóstolo pede a Deus para ser salvo. Na encenação em Cuiabá, apenas uma luz azul ilumina o cenário deste momento, causando penumbras e sombras, agregando mais dificuldade no registro da imagem.

O Auto da Paixão 2016 é realizado no Memorial do Sesi Papa II com entrada gratuita, sempre as 20h e pode ser assistido até domingo (27).
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