Chapada dos Guimarães recebeu no último sábado, 26, mais um dos grandes espetáculos da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Mato Grosso. Sob a regência do maestro Fabrício Carvalho e com a participação do cantor e compositor Guilherme Arantes, a apresentação encerrou a programação do Primeiro Festival Águas de Março, realizado pela Prefeitura de Chapada e pela Casa Guimarães.
O clima estava propício para um grande show, e o empenho dos artistas no palco conseguiu levar ao êxtase os dez mil expectadores que lotavam a Praça Dom Wunibaldo, bem no centro da cidade turística. Para o regente, a experiência foi excepcional e, segundo suas palavras, há tempos não fazia um concerto tão bom.
“Eu recebi o convite e fiquei muito feliz, sou um fã incondicional da obra do Guilherme, acho que ele é mesmo o Elton John brasileiro, na habilidade de cantar e tocar o piano. Acho que todas as suas melodias são embasadas harmonicamente”, declarou Fabrício em entrevista ao Olhar Conceito.
Ainda segundo o maestro, Guilherme chegou a Cuiabá no mesmo dia do show, eles ensaiaram rapidamente durante a tarde, já com algumas pessoas acompanhando na praça, e essa energia permaneceu até a noite: “Nós tocamos 15 músicas juntos, e escolhemos as mais famosas, então todo mundo cantou tudo. E o Guilherme conversou muito, contava a história de cada música, aproximando ainda mais o público do show”, afirmou.
Guilherme Arantes (Foto: Luzo Reis)
Em uma dessas histórias, Guilherme relembrou ‘Meu mundo e nada mais’, tema na novela Anjo Mau, que volta a ser exibida este ano no Vale a Pena Ver de Novo: “Eu adaptei. Era pra eu colocar ‘Quando eu fui traído vi tudo mudar’. Mas como essa história de ‘traído’ não era tão convidativa, eu coloquei ‘Quando eu fui ferido’, pra se tornar o tema do José Wilker, que fazia par com a Suzana Vieira. (...) Se eu não adaptasse não entraria na novela. Depois eu completei ‘não estou bem certo se ainda vou sorrir sem um travo de amargura’. Que era uma coisa de uma traição que ocorria no início da novela. E foi a minha chance de entrar, porque naquele ano o Elton John fazia muito sucesso, então o pessoal da Globo falou ‘esse cara é o Elton John Brasileiro!’ , e então essa oportunidade foi única pra mim.”
Como essa, diversas outras histórias foram contadas. Essa interação do público, para Fabrício, é também uma das propostas da Orquestra: “A ideia de disseminar a cultura erudita tocando com grandes nomes da música brasileira tem dado muito certo. Ano passado a Orquestra tocou com Flávio Venturini e também foi um sucesso. Com isso a gente democratiza o acesso e é muito importante”, afirmou.
Fabrício carvalho regendo (Foto: Luzo Reis)
A satisfação do maestro ficou clara tanto em sua forma ‘alegre’ de reger (cantando e dançando no palco) quanto em sua declaração, feita em sua Fan Page no domingo (27):
“Foi uma noite mágica em Chapada dos Guimarães. Ouvir quase 10 mil pessoas cantando e celebrando a paz, a alegria e felicidade não tem preço. Destaque para a genialidade de Guilherme Arantes que comandou a cena com magistral competência e uma empolgação que eu particularmente não esperava!
Agradeço em nome da reitora Maria Lúcia Cavalli Neder o convite da Prefeitura de Chapada e da Casa de Guimarães para a Orquestra Sinfônica da UFMT integrar o Festival "Águas de Março". Que seja o primeiro de muitos e que o acesso à educação e cultura sejam práticas perenes e constantes naquela e em todas as cidades do nosso Estado. Contem sempre com a UFMT.”
Depois desta primeira edição de sucesso, Fabrício acredita que não existem motivos para o Festival Águas de Março parar por aqui. “Não só o show de abertura, mas antes também teve Ana Rafaela, teve Flauta Mágica, uma palestra sobre o uso consciente da água, e essa qualidade na programação fez o sucesso do festival”. Segundo o maestro, Guilherme Arantes também ficou muito satisfeito e afirmou que quer voltar.
Relembrando o tema principal do festival, que é o cuidado com a água, Guilherme Arantes e a Orquestra finalizaram a apresentação com ‘Planeta Água’. Neste momento, o compositor fez uma crítica e afirmou que os outros países estão ‘de olho’ no desperdício do Brasil. Assista:
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