Acostumados que somos com a pouca ética, o abuso nos preços e a qualidade inversamente proporcional ao quanto pagamos por um produto ou serviço, nós brasileiros costumamos nos espantar com a seriedade prática e simbólica com que os japoneses lidam com a ética nas relações pessoais e econômicas. A honra é coisa séria no Japão, e aquilo que por aqui é visto como algo banal, como o aumento do preço de um picolé, por lá é tratado com solenidade, gravidade e importância.
O exemplo do picolé não é meramente ilustrativo. A marca Akagi Nyugyo foi recentemente a publico, através de um vídeo, se desculpar com seus consumidores por terem aumentado em R$ 0,34 o preço de seu picolé, que passaram a custar cerca de R$ 2,40. Os produtos da marca não aumentavam de preço desde 1991. O vídeo reúne o presidente da empresa, ao lado de outros funcionários e sócios.
Apesar da grave crise econômica que o Japão enfrenta (e de não ser possível entender o que diz a canção cantada) o tom do vídeo é sério, melancólico e envergonhado.
O vídeo termina com todos os engravatados, inclusive o presidente da empresa, Inoue Sota, se curvando na direção dos consumidores, como num pedido de desculpas pelo aumento.
A legenda no vídeo faz referência ao valor do aumento, de 60 para 70 ienes
Se a moda pegasse por aqui, as diretorias das empresas e seus sócios não fariam mais outra coisa que não pedidos de desculpas públicos aos seus consumidores.
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