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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Número de denúncias sobre estupro dobra após caso de jovem abusada na Zona Oeste

Foto: Reprodução

Número de denúncias sobre estupro dobra após caso de jovem abusada na Zona Oeste
O número de informações sobre casos de estupro remetidas ao Disque-Denúncia (21 2253-1177) dobrou na semana seguinte ao caso da jovem vítima de abuso sexual no Morro do Barão, na Praça Seca, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Segundo o órgão, houve 22 denúncias relativas a estupros entre 18 e 24 de maio. Do dia 25 — data da primeira matéria sobre o vídeo que mostrava a adolescente nua e desacordada — até o dia 31, o total de denúncias referentes a estupros saltou para 46, em um aumento de 109%.

— É lamentável que precise acontecer dessa forma, mas é nítida a diferença entre o que a gente recebia antes e o que estamos recebendo agora. Há um incremento grande, e o motivo é justamente a repercussão desse caso — explica Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia, antes de continuar:

— Pela nossa experiência, esse tipo de situação acaba encorajando bastante as vítimas. Além disso, tem também a garantia de anonimato, que é o que faz as pessoas ligarem para nós.

Ainda de acordo com o Disque-Denúncia, considerando todo o mês de maio, foram registradas 103 denúncias sobre casos de abuso sexual. Destas, 33 eram referentes a situações envolvendo crianças e adolescentes, e as 70 restantes tratavam de mulheres maiores de 18 anos. Houve, ainda, 35 denúncias tratando especificamente do estupro coletivo ocorrido no Morro do Barão.

Nesta terça-feira, a Polícia Civil apreendeu um colchão que ficava no imóvel conhecido como “abatedouro”, dentro da comunidade na Praça Seca onde a jovem de 16 anos foi estuprada. O objeto foi encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para ser periciado. A apreensão foi feita pela 28ª DP (Campinho), responsável pela região. Os peritos vão avaliar se o colchão traz algum indício que possa auxiliar nas investigações do caso, conduzidas pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).

Já foram identificados sete suspeitos de participação no crime: Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, chefe do tráfico na favela; Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, que posou para um autorretrato ao lado da jovem nua e desacordada; Marcelo da Cruz Miranda Correa, de 18 anos, que divulgou a imagem de Raphael em redes sociais; Michel Brasil da Silva, de 20 anos, que também postou conteúdo relativo ao abuso na internet; e Moisés Camilo de Lucena, de 28 anos, reconhecido pela vítima como sendo o homem que a segurava no momento em que ela despertou. Além deles, já estão presos Raí de Souza, de 22 anos, que se entregou à polícia e chegou a admitir, em um primeiro momento, ser o responsável por divulgar o vídeo; e o jogador de futebol Lucas Perdomo, apontado pela adolescente como seu namorado.

Delegada diz acreditar em estupro

Na última segunda-feira, durante entrevista coletiva na Cidade da Polícia, a delegada Cristiana Bento, titular da DCAV, assegurou não ter dúvidas de que a garota de 16 anos foi vítima de um estupro. A menina denunciou o crime e disse ter sido violentada por 33 homen, e depois foi incluída com a família em um programa federal de proteção à testemunha.

— A minha convicção é de que houve estupro, tanto que o rapaz aparece no vídeo manipulando a menina. A gente agora quer identificar quantas pessoas participaram — disse Cristiana Bento.

O chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, afirmou, na mesma coletiva, que “existem indícios fortes”.

— Mas a polícia ainda não tem provas cabais para condenar essas pessoas — afirmou ele.

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