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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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violência

Estudante morto na universidade federal do Rio vinha sofrendo ameaças homofóbicas

Foto: Reprodução

Estudante morto na universidade federal do Rio vinha sofrendo ameaças homofóbicas
O estudante de arquitetura Diego Vieira Machado, encontrado morto dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro no último sábado, vinha sofrendo ameaças frequentes, de caráter homofóbico e racista, e temia pela própria vida. “Ele era um homem negro, LGBT, bissexual e tinha trejeitos de homem gay. Era uma pessoa incompreendida e sofreu muito com a homofobia e o racismo”, disse uma amiga do rapaz, que morava no alojamento da universidade.

Os relatos desse tipo de ameaça e da falta de segurança no alojamento e na própria universidade são muitos, de tal forma que Diego se via, segundo a amiga, como um “alvo”, e por isso havia começado a praticar judô e kung fu. Há pouco mais de um mês, alunos da UFRJ relatam terem recibido, há pouco mais de um mês, um email anônimo com ameaças contra cotistas, “marxistas”, homossexuais e quem mais fosse “contra Bolsonaro e a Igreja”. A mensagem dava a entender que eles já tinham um alvo. O corpo do jovem foi encontrado com sinais de espancamento, confirmados pela polícia como agressões na cabeça, e sem calças, segundo relatos.

As ameaças contra homossexuais e alunos negros cotistas dentro da UFRJ já haviam sido denunciadas para o programa Rio Sem Homofobia. Os crimes dentro do campus da UFRJ são frequentes e sabidos pelos moradores do Rio de Janeiro, principalmente durante a noite. A polícia não confirma nem descarta a intenção homofóbica por trás do crime.

A relativização da homofobia é o ponto de início do processo que cria não só a sensação de impotência com que assistimos à reincidência dessa natureza de crime, como o próprio cenário de ódio e intolerância para que esse tipo de crime ocorra. É, como diante do machismo e do racismo, a relativização do valor da vida das pessoas que dormem e acordam com medo, que são agredidas constantemente, e das milhares de pessoas que já se foram. É o começo do horror.

© fotos: divulgação
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