Após polêmica censura de uma exposição fotográfica realizada em shopping de Cuiabá, em que o nu feminino foi retratado, o professor e diretor do Instituto de Linguagens (IL) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Roberto Boaventura, deixou de ser voz individual para tornar-se coletiva com um ato público contra a censura artística, que se estende também ao Projeto de Lei 867/2015, conhecido como “Escola sem Partido”, que será realizado no saguão do IL, na UFMT, nesta quinta-feira (07), às 9h.
Leia mais:
Exposição fotográfica que une o nu feminino com elementos do cerrado é censurada e retirada do Goiabeiras Shopping
Com o slogan memorável “Afasta de mim esse cale-se”, dos tempos da Ditadura Militar do Brasil, docentes, estudantes e comunidade em geral se reunirão para defender seu posicionamento contra a censura no Brasil. “Eu já havia publicado alguns artigos com meu posicionamento sobre o assunto em algumas mídias de Cuiabá, mas resolvi deixar a discussão como voz individual para ampliar para o significado da censura no Brasil, chamando para a discussão”, explica o professor.
O estopim foi o caso local de censura sofrida pelo fotógrafo Tchélo Figueiredo, com sua exposição “Cinco Elementos do Cerrado”, que ficou disponível ao público no saguão de um shopping na capital mato-grossense.
Mas a questão foi ampliada pelo professor para a atenção da sociedade sobre o Projeto de Lei conhecida como “Escola sem Partido”. “Hoje é o Tchélo, amanhã é um poema de alguém, depois a minha aula”. Segundo ele, o projeto é um início para o cerceamento de sua profissão e a sociedade precisa se colocar contrária a este processo.
O evento terá a participação confirmada de alguns artistas locais, como o fotógrafo Tchélo, o professor e poeta Aclyse de Mattos, o violonista Marinho que estará se apresentando, a escritora e poeta Marília Beatriz entre outros.
O ato tem o apoio do Instituto de Linguagens (IL), da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), do Instituto de Educação (IE), do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), do Instituto de Geografia, História e Documentação (IGDH) e da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat).
