Os fãs da cantora Maria Rita viram, em seis meses, a animação se tornar pesadelo, depois que não conseguiram ressarcimento do dinheiro do ingresso para o show, que aconteceria inicialmente no dia 10 de setembro, foi transferido para 12 de novembro, e depois cancelado definitivamente pela Marketing de Integração Cultural (Agência MIC).
Este é o caso, por exemplo, de Patrícia Silva, que iria ao show com mais três pessoas. “Eu comprei meu ingresso em junho, e no dia cheguei a ir ao local. Lá, vi as pessoas indo embora e fiquei sabendo que não ia acontecer”, contou ao Olhar Conceito.
Leia mais:
Sem acordo com produção, show da cantora Maria Rita em Cuiabá é cancelado e clientes serão ressarcidos
Segundo Patrícia, ela esperou pelo show de novembro. “Eu esperei porque queria mesmo ir no show. Mas um pouco antes fiquei sabendo que foi cancelado novamente”. Logo, ela procurou a Casa de Festas do Pantanal Shopping, onde tinha comprado, para conseguir o ressarcimento.
“Cheguei lá e eles me disseram que estavam esperando o repasse da Agência. Pediram pra escrever o nome em uma lista, que entrariam em contato”, lembra. No entanto, nenhum tipo de contato foi feito, e Patrícia voltou três vezes ao local. “Na última vez, eles disseram que não iam mais lidar com isso, que era pra falar direto com a agência.
Patrícia é uma das pessoas que não conseguiram ressarcimento até hoje (Foto: Arquivo Pessoal)
Com isso, a dor de cabeça ficou maior ainda. Segundo Patrícia, nenhum dos telefones disponibilizados pela MIC atendem. Ela chegou a ir até a sede, na Praça da Mandioca, mas encontrou as portas fechadas. “Depois fiquei sabendo que mudou de lugar, mas não encontramos”.
Patrícia afirma que, agora, desistiu de tentar se comunicar com a agência. “Eu já mandei WhatsApp para o Caique e para a Márcia [sócios da MIC] e eles ignoram. Vou entrar com processo no Procon”, afirma. Segundo ela, o valor total dos ingressos que comprou (dela e mais três pessoas), deu R$200 (duas inteiras e duas meia-entrada).
Outro lado
O Olhar Conceito tentou entrar em contato com a Agência MIC diversas vezes. O telefone informado no
Facebook realmente não existe, e o celular do sócio Caique Loureiro não atendeu ligações e nem respondeu às mensagens.
Já a sócia Márcia chegou a atender uma ligação, disse que “não vai dar entrevista”, que “o dinheiro está sendo devolvido”, e quando perguntada sobre a dificuldade dos clientes de entrar em contato com a MIC, desligou o telefone.
O caso
A apresentação da turnê “Samba de Maria” ocorreria inicialmente em 10 de setembro, no Buffet Alphaville. Porém, na noite do evento, um policial militar se irritou com seguranças ao ser impedido de tirar uma foto com a cantora, invadiu o local descredenciado e armado, desferiu ameaças aos membros da equipe, durante a passagem de som. Mesmo com grande do público já presente no local, a produção decidiu por cancelar o evento, para “manter a integridade da artista”.
O show foi transferido para o dia 12 de novembro, mas foi cancelado novamente por “inúmeras exigências de segurança” feitas pela cantora, que impossibilitaram a realização do evento, segundo a MIC.
Na época, a agência publicou uma nota em seu Facebook falando que a “atitude impensada e inconsequente de um único indivíduo gerou medo e apreensão a toda equipe produção e da própria cantora”, de modo que “mesmo já tendo recebido antecipadamente a integralidade do cachê, está colocando inúmeras exigências e garantias para a realização de nova apresentação, inviabilizando por completo a realização do evento”.
Eles ainda acrescentaram que todo o dinheiro dos ingressos seria ressarcido aos clientes. No entanto, atualmente, quase todos os posts da Agência tem comentários de compradores insatisfeitos, dizendo ser impossível contatar a empresa para solucionar o problema.
