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Sábado, 20 de abril de 2024

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Aos 101, dona Cesarina já realizou mais de 300 partos sem cobrar um real

Foto: Arquivo Pessoal

Aos 101, dona Cesarina já realizou mais de 300 partos sem cobrar um real
“Eu nasci em 26 de fevereiro de 1916, uma segunda-feira às 6 horas da manhã”. Com essa lucidez, Dona Cesarina Silva completa 101 anos, muitos deles exercendo a função de parteira na cidade de Luciana no interior de Mato Grosso. Mais de 40 anos e incontáveis partos, familiares e amigos se arriscam apenas a confirmar que são mais de 300 vidas que chegaram ao mundo pelas mãos da centenária, ato que ela exerceu por amor e nunca cobrou por isso.

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A história de Cesarina começa ainda no Pará na cidade de Conceição do Araguaia. Seu primeiro parto foi realizado ainda criança, quando aos 10 anos de idade ajudou a primeira mãe a trazer o filho ao mundo. Depois disso em 1940, chegou a Mato Grosso e por aqui passou por Barra do Garças, Araguaiana até que de canoa chegou a Luciara, cidade onde fixou morada. Uma vida que assim como o curso do rio que sempre permeou seu caminho, tem no nome a profissão como se um destino.

“Ela chegou em Luciara quando o município tinha apenas 5 casas. Além de parteira, foi também copeira na prefeitura do município nos anos 1980, todo mundo a conhece”, comenta Seu Honorário Ribeiro de Alencar, professor em Luciara que nasceu graças ao auxílio de Dona Cesarina.



Outra que tem que agradecer a Cesarina é a professora Erondina Galvão de 58 anos, também moradora de Luciara, que atribui sua vida e de sua filha graças a ajuda da parteira.

“Foi há 35 anos, eu tive uma gravidez de risco. Fui até São Félix do Araguaia consultar com um médico particular na época porque passei mal. Ele me pediu para ficar de repouso dez dias, mas tive que voltar para Luciara. Foi então que passei mal de novo e precisei de Dona Cesarina para ajudar no parto. Foi um parto muito difícil, cheguei a desmaiar. Por várias vezes jurei que iria morrer com minha filha, mas ela nos salvou. Eu sempre agradeço, em primeiro lugar a Deus e em segundo a Dona Cesarina”, relata a professora.

“Ela é uma pessoa muito divertida, alegre. Depois do parto meu marido ligou o rádio para saber as horas e estava tocando um forró, quando escutou a música ela começou a dançar”. Erondina ainda conta que mantém contato com a parteira e todo ano ajuda a organizar a festa de aniversário da centenária. “Ano passado na festa dos 100 anos foram muitas pessoas, uma grande festa”, comenta.

Em todos os anos como parteira, Cesarina nunca cobrou e a todos dizia que amava o que fazia. “Ela nunca me cobrou e nunca ouvi dizer que tenha cobrado para fazer algum parto. FRazia por amor e não por dinheiro. Para mim ela sempre disse que amava o que fazia. Sempre foi muito querida na cidade”, finaliza Erondina.
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