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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Bom Jesus de Cuiabá

Padre vai vender revirado cuiabano em Feira de Turismo para pagar reforma da Catedral

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Padre Edmilto Mota

Padre Edmilto Mota

Desde que se tornou padre da Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, há cinco anos, Edimilto Mota, 40, luta para reformar o prédio, que estava com partes mofadas e com falta de reboco. Agora, com cerca de 50% do dinheiro necessário, ele busca conseguir o restante. Para isso, vai vender revirado cuiabano na Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT), que acontece de 20 a 23 de abril.

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A catedral foi construída pela primeira vez em 1722, e desde então já passou por três reformas. Em 1969 foi a mais severa. “O bispo Dom Orlando Chaves acreditava que Cuiabá passaria por uma explosão demográfica e a catedral não acompanharia o progresso. Por isso, demoliu o prédio original e construiu a atual”.

Desde então, a construção não teve mais nenhuma revitalização. Em 2016, o grupo que organizou a Festa do Divino conseguiu arrecadar o dinheiro que foi usado para fazer a pintura interna da igreja. Agora, o desafio é maior: a parte externa, para que ela chegue pronta ao aniversário de 300 anos da capital, em 2019.


Reformas da Catedral (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Nós já trocamos o reboco e conseguimos arrumar o que estava estragado, mas agora falta a parte mais cara que é a pintura externa, tinta e mão de obra”, explica o padre.

Segundo ele, um grupo chamado ‘Festeiros do Bom Jesus’ está organizando as arrecadações. O preço total da reforma é de R$600. “Já conseguimos R$120 mil na Festa do Divino, e R$100 mil que vieram pela emenda do Deputado Guilherme Maluf. Falta mais de 50%”, comenta.

A ideia de vender o revirado veio dos fieis e do próprio padre. “Desde que eu cheguei já queria fazer essa reforma, porque a Catedral tinha sido ‘deixada’ tanto pelos fieis quanto pelos outros padres que passaram. Então eu quero fazer esse trabalho de resgatar o amor por este novo prédio”, comenta Edmilto.

“As pessoas não gostaram da reforma, mas elas também não conhecem muita coisa sobre a catedral. Não sabem, por exemplo, que foi um polonês, chamado Aristak, quem pintou todas as gravuras. E ele não tinha as mãos, era um mutilado da 2ª Guerra”, lembra o padre.

Além disso, Edmilto faz questão de comentar sobre as personalidades que estão inumadas na Basílica. Dentre elas, por exemplo, está Miguel Sutil de Oliveira, fundador do Arraial do Bom Jesus de Cuiabá, que faleceu em 1755 e foi transladado para a Catedral em 1975, e Pascoal Moreira Cabral Leme, fundador do Arraial de Forquilha que faleceu em 1727. Os ossos de ambos estão na cripta da Igreja, que é aberta à visitação.





“Normalmente são colocados nas igrejas os corpos dos bispos de cada dissidência. Mas quando morre alguma figura pública de suma importância para a cidade, ou alguém que teve uma vida muito santa, também pode ir para a cripta”, afirma o padre.  Edmilto explica, ainda, que hoje em dia os corpos são sepultados em cemitérios e só depois de dez anos os ossos são levados até as igrejas (a não ser que sejam cremados).

Por fim, a importância da Catedral vai além de suas estruturas. “Foi a primeira igreja de Cuiabá, construída nove anos após a fundação da cidade. A Catedral é o coração da cidade, e essa ainda é a igreja que abriga o padroeiro Bom Jesus de Cuiabá, que em 2017 completa 289 anos”, comenta o padre. Com capacidade para 830 pessoas, a Catedral recebe todos os finais de semana mais de três mil visitantes, dentre fieis e turistas. 


Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto
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