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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Lembra dele? Gaúcho reabre famoso costelão após falir por obra da copa

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Costela assada

Costela assada

Muita gente em Cuiabá e Várzea Grande já deve ter ouvido falar do ‘gaúcho do costelão’. E muita gente deve estar se perguntando para onde ele foi, já que o galpão da Avenida da FEB, onde ele assava seus costelões recheados está fechado desde 2014. A verdade é que as ‘obras da Copa’ aplicaram nele, Ezidorio de Sampaio Richter, e em sua esposa Celiria Wolff, um verdadeiro desafio de resistência.

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O costelão teve seu auge em Várzea Grande, antes de a Avenida da FEB ser cortada para a chegada do VLT – que até hoje não veio. “Chegávamos a vender 120 almoços na sexta, 150 no sábado, era ótimo”, lembra dona Celiria, a ‘gaúcha’. “Eu falo que nós fomos as verdadeiras vítimas dessa obra da Copa”.

Atualmente o casal está começando do zero, com um novo restaurante bem menor e com menos variedades, mas com o mesmo carinho e sabor de antes. Agora, o preço é de R$27,90 por pessoa, e cada cliente pode repetir à vontade a costela na tábua, porco na farinha, linguiça ou frango.

Celiria e Ezidoro são do Rio Grande do Sul, ela de Catuípe e ele de Santo Ângelo, mas se mudaram para Mato Grosso logo que se casaram, na década de 80. “O gaúcho era motorista de ônibus. Quando nos casamos nós fomos morar em Curitiba, mas ele vinha sempre pra Mato Grosso e gostava daqui. Daí decidimos nos mudar”, lembra a esposa.

Logo que vieram para cá, o casal continuou com as atividades que exerciam antes. Ele, como motorista, e ela fazendo serviços gerais de limpeza. Frequentemente, no entanto, os amigos pediam para que eles preparassem os pratos típicos do estado natal. “Eles sempre pediam pra fazer a costela, e foi através disso que decidimos começar a trabalhar com restaurante”, conta.  A experiência na cozinha – além de estar no sangue gaúcho – veio de um tempo em que Celiria trabalhou na casa de uma família ‘muito chique’ de Curitiba, como cozinheira.


A gaúcha e sua família (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

O primeiro restaurante do casal foi uma churrascaria, que ficou instalada em um posto de gasolina na rodovia, e abriu as portas em 2006. Em 2009, eles passaram a cozinhar na própria casa, em um restaurante chamado ‘Canelas’. No ano seguinte, em 2010, foi a vez de ir pra FEB.

Na Avenida da FEB o costelão ficava em um galpão. O gaúcho passava com um carrinho, levando os costelões recheados à mesa dos clientes. O sucesso era grande. “Uma vez um rapaz comentou na internet que chamou a mãe para ir comer lá e ela perguntou o que iam fazer naquele galpão. Mas que depois disse que aquela era a melhor costela que já tinha comido. Era muito gratificante”.


Gaúcho na época do galpão da FEB (Foto: Destemperados)


Fachada do antigo costelão (Foto: Destemperados)

Foi bem no auge que eles tiveram que fechar as portas. “Vieram as obras da Copa e tivemos que sair. Nós fomos para um ponto na Miguel Sutil  em frete à Petel [Jardim Ubata]. Eu investi um dinheiro alto lá, e abrimos em setembro de 2014 e o movimento foi bom por um tempo. Mas logo veio a crise e o pessoal parou de ir. Um ano depois nós não aguentamos mais, e tivemos que fechar”, lembra Celiria.

Para a cozinheira, um dos erros do casal foi ter muita variedade. “Quando mudamos pra Miguel Sutil a gente colocou a colocar muita coisa. Tinha picanha, tinha tudo. Aí eu falei pro gaúcho: qual é o nosso diferencial? É a costela. Nós somos uma costelaria, não uma churrascaria”. Na época, para manter a grande variedade de carne, o rodízio chegou a custar R$60. “Aí as pessoas preferiam ir em outro lugar, né?”.

Empreitada

Depois de fechar as portas, o casal ficou desanimado. Tentaram levar a costela ao Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Velha Querência, que fica próximo à rotatória da saída para Santo Antônio do Leverger, mas também não deu certo. Depois de lá, mais uma vez tentaram ir para Várzea Grande. Celiria conta que pensou em desistir.

“Eu já estava desanimada de restaurante, não queria mais mexer com isso. Além disso, meu nome estava sujo por causa das dívidas. Mas eu encontrava os clientes e eles me falaram que o costelão não podia morrer. Isso me dava força”.

O casal só conseguiu se restabelecer porque o proprietário do galpão onde eles ficavam na Avenida da FEB ajudou. “Ele era dono desse terreno aqui também. Pra nos ajudar, ele reformou tudinho e deixou pronto pra gente entrar”.

O 'Cantinho da Costela’ abriu as portas em agosto de 2016, e aos poucos volta a conquistar seu público. “Na verdade a nossa ideia era abrir um espetinho, mas todo mundo pediu a costela e aí não teve jeito”, comenta a gaúcha.

Hoje, eles funcionam sempre no almoço, das 11h às 14h30, de segunda a sábado. Além do rodízio, também trabalham com marmitas de R$10, R$15 e R$20 – o que muda é o tamanho e a quantidade de carne.
Para servir a costela sempre molinha, eles chegam ao restaurante às 5h da manhã, e às 5h30 ela já está no fogo. Todos os dias, cerca de 60 quilos de costela vão pra brasa – para a alegria dos dois, e dos clientes que tanto os procuraram.


O neto dos gaúchos com a famosa costela (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Casa da Costela

Endereço: Avenida Miguel Sutil, 1155 – Bairro Poção
Próximo ao cruzamento da Miguel Sutil com a General Mello 
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