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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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sem desperdício

Culinária e Gastronomia pantaneira vira exemplo de ‘comida sustentável’ na Feira Internacional de Turismo

Foto: Lázaro Thor Borges

Dona Enir Gonçalina, eleita rainha da festa de São Benedito este ano

Dona Enir Gonçalina, eleita rainha da festa de São Benedito este ano

Muito antes de virar tema de debate entre hipsters, vegetarianos e frugívoros o termo ‘comida sustentável’ já era posto em prática pelos povos tradicionais de Mato Grosso. Exemplo disso são os pratos à venda desde quinta-feira (20), na edição deste ano da FIT Pantanal. A maria isabel, a farofa de banana e o furrundú tornaram-se símbolos de como aproveitar ao máximo possível os alimentos.
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Quem defende esse ‘pioneirismo’ da culinária cuiabana é a rainha da Festa de São Benetido deste ano, a devota Enir Gonçalina, de 68 anos. Ela é uma das organizadoras do stand de culinária da festa, que comercializa os produtos típicos do evento. O dinheiro da venda deve ser revertido para a organização do festejo, que tem inícios no dia 29 de junho .

 

“A nossa comida é o tradicionalmente sustentável: a paçoca, a maria isabel, o furrundú. Tudo isso é mostrado para o turista e a gente revela a importância de se preservar essa cultura gastronômica”, conta a rainha.

 

Além da comida tradicional, a feira também oferece pratos da alta gastronomia com a preocupação de combate ao desperdício. A ideia teria surgido de uma sugestão da organização do evento, que orientou os responsáveis pela feira gastrômica a produzirem pratos deste tipo. O chef Paulo Victor, um dos principais nomes da gastronomia mato-grossense, concretizou o desafio com a criação do “risoto de Pintado”, cujo preparo evitou ao máximo o desperdício de partes antes consideradas inúteis do peixe.

 

“O que eu aprendi quando se produz em larga escala, como a gente pode ser sustentável? É não desperdiçar. Foi o caso do nosso risoto de pintado, utilizamos o peixe inteiro. A parte nobre a gente grelhou, a parte que estava os ossos nós assamos e fizemos uma espécie de casquinha e com estes mesmos ossos a gente fez também um caldo.”, explicou ele.

 

Para o pessoal do programa Mesa Brasil, organizado pelo Sesc-MT em Cuiabá e Rondonópolis desde 2003, o termo ‘comida sustentável’ também não é novidade. De acordo com a nutricionista Sara Heintz, a adoção de práticas de alimentação sustentável também é capaz de aumentar o valor nutricional daquilo que vem à mesa.

 

“Nós trabalhamos bastante com o aproveitamento integral do alimento, isso significa aproveitar a comida em sua totalidade, em 100% do produto. Inclusive aquelas partes que as pessoas descartam, como cascas, talos folhas, partes de alimentos que as pessoas jogam fora mais que nutricionalmente são muito boas.”, relata.

 

O Mesa Brasil oferece uma oficina de práticas sustentáveis na cozinha durante a FIT Pantanal. São 20 vagas ao todo. Para quem quiser participar basta acessar a página do evento e fazer sua inscrição. No local, os interessados devem levar um quilo de alimento não perecível para validar a participação. Tudo que for arrecadado vai para o banco de alimentos do projeto.


O programa Mesa Brasil é uma iniciativa do Sesc Mato Grosso que tem parceria com com mercados, distribuidores e atacadistas do estado. O alimento considerado fora do padrão é coletado destes alimentos e distribuído para instituições sociais como creche, casas de apoio e lar de idosos.
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