Em apenas meia hora da tarde de quarta-feira (7), duas pessoas entraram no pequeno ateliê de Simone Klauk procurando pelo famoso bolo de cenoura. O telefone também tocou várias vezes. As dezoito unidades do bolo que estavam disponíveis às 13h, duas horas depois já tinham ido embora. E os novos bolinhos ainda estavam no forno. Todo mundo decidiu aguardar.

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Simoni é cacerense, vive em Cuiabá desde pequena, e no último dia 31 de maio foi uma das participantes do programa ‘Que Seja Doce’, da GNT. Ela ganhou a primeira e a segunda prova, e encantou os jurados com seu bolo de cenoura – o mesmo que, há sete anos, é o preferido de seus clientes.


Simoni Klauk (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A paixão pela cozinha vem desde cedo. “Eu sempre fiz bolos em casa. Ia pra escola de manhã, e à tarde ficava com a moça que trabalhava conosco, sempre preparando alguma coisa”, lembra. Além do dia-a-dia, o açúcar também estava no sangue. “A minha avó paterna era dona de padaria em Santa Catarina, então nas férias eu também vivia dentro da cozinha”.

Quando chegou a época do vestibular, no entanto, ela decidiu escolher a psicologia. “Naquela época trabalhar na cozinha não era moda, não era algo bem visto. Hoje em dia que essa ideia mudou”. Já no final do curso, no entanto, ela percebeu que aquilo não era pra ela. “Eu estava na época dos estágios, e lembro que um dia cheguei em casa muito mal, e disse pra minha mãe que não queria aquilo pra mim”.

Pensando no que poderia fazer da vida, Simoni percebeu que a pâtisserie podia lhe render sucesso. “Eu já vendia algumas coisas para os colegas de academia da minha mãe, e decidi investir nisso”.

Do ateliê à porta de casa


Bolo de Simoni (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A primeira ideia de Simoni foi abrir um café, chamado ‘Ateliê do Chocolate’. Ela chegou a começar o curso de gastronomia na Universidade de Cuiabá (Unic) e fez diversos cursos rápidos em São Paulo. “Mas era muito trabalho e não dava tanto resultado. No café tem muita venda no varejo, gente que vem e toma uma coca, por exemplo. Não valia à pena”.

Após dois anos, então, ela decidiu fechar as portas e começar a fazer bolos sob encomenda em sua própria casa, onde ficou por cerca de quatro anos. “Aí a demanda começou a aumentar muito. E eu pensei, também, que em casa eu trabalhava vinte e quatro horas por dia. Teve uma vez que era meia noite e uma mulher apareceu para buscar bolo”.

Foi buscando um espaço específico para as entregas e uma cozinha separada que, há pouco mais de dois meses, ela voltou para a mesma loja onde era antes o ateliê. Hoje, tem a ajuda de sua mãe, Vera Lúcia Fanaia, sua cunhada Lívia Klauk e uma funcionária, Cláudia Campos, para, diariamente, produzir as encomendas e os produtos que tem à pronta entrega na pâtisserie.


Vera Lúcia, Simoni, Lívia e Cláudia (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Que seja doce


O famoso bolo de cenoura (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

A participação no programa da GNT se deu de forma inusitada. “Eu estava em casa quando uma amiga minha de infância ligou pedindo meu RG e CPF. Como ela mexe com economia, essas coisas, achei que precisava dos meus dados para algum investimento. Quando eu desliguei, meu marido até me perguntou por que ela precisava dos números, e eu não sabia”.

Alguns minutos depois, a amiga voltou a ligar avisou que a tinha inscrito no programa da GNT. “Na hora eu disse que não iria, porque na verdade até pensei que não ia passar”, conta. “Mas conforme fui sendo aprovada nas etapas, fiquei com medo de participar. Porque é uma faca de dois gumes. Como eu trabalho com isso, poderia ser muito bom, ou poderia manchar minha reputação”.

Depois da primeira inscrição, feita pela amiga, Simoni teve que enviar fotos de seus bolos, atestado de antecedentes criminais e responder a um questionário com mais de quarenta questões. Por fim, a produção ligou para ela e marcou uma entrevista via Skype.

O programa foi gravado em setembro de 2016, em São Paulo. Simoni levou seu amigo Thiago Castro como ajudante, e seu bolo de cenoura foi o ‘doce cartão de visita’, que lhe garantiu a primeira prova. Sua ambrosia também foi escolhida como melhor, mas na terceira prova ela perdeu, por pouco, com um cheesecake de uva – e não trouxe o troféu para casa.

Oito meses depois, quando o programa finalmente foi ao ar, ela pôde comentar o assunto. “Eu saí do programa realizada. Não imaginava que seria tão legal. Os meus clientes, depois que viram que eu ia participar, vieram comentar, e depois que passou também tive uma visibilidade muito legal”.

Respondendo ao medo de muitos de seus clientes, Simoni garante que o bolo de cenoura, hoje ‘famoso’ por ter encantado os jurados Carole Crema, Lucas Corazza e Roberto Strongoli, não vai aumentar de preço. O de caixinha custa R$20, o redondo com brigadeiro no meio custa R$22, o médio custa R$30, o grande custa R$40 e o que vem na marmitinha custa R$50. “O diferencial é que fazemos com achocolatado e granulado belga, e colocamos muito brigadeiro mesmo”, revela.

Além do bolo de cenoura, Simoni também faz brownies, bolos de paçoquinha, naked cakes (de brigadeiro, metade ninho e metade brigadeiro, branco e preto), bolos de churros, trufado de ninho e outros.

Simoni aceita encomendas e também tem algumas unidades à pronta entrega. Para não perder a viagem, vale ligar antes e perguntar. Ela só pede paciência. “Eu às vezes demoro para responder o WhatsApp, mas é porque somos só nós quatro aqui, e uma coisa eu digo, eu quero crescer, mas tem que ser com qualidade”, finaliza.

Serviço

Simoni Klauk Pâtisserie
Endereço: Rua São Sebastião, 3236 C
Atendimento: Segunda a sexta – 13h às 19h / Sábados – 8h30 às 13h30
Encomendas: (65) 99973-1538
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