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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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especial dia dos namorados

Dez anos após se conhecer no chat do Terra, casal relembra os altos e baixos do relacionamento

Foto: Arquivo Pessoal

Antônio e Patrícia

Antônio e Patrícia

Quando perguntados, separadamente, sobre o que mais gostavam em seu parceiro, o advogado Antônio Cézar, 38, e a jornalista Patrícia Neves, 39, disseram a mesma coisa: a convivência com o outro lhe faz uma pessoa melhor. Juntos há quase dez anos e casados há três, os dois já passaram por muitas dificuldades desde que, em 2007, conversaram pela primeira vez no chat do Terra.

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Na época, ela era ‘Pit 269’, e ele era o ‘solitário’. A conversa aconteceu depois de Patrícia passar por um aborto espontâneo. “Eu fui internada na sexta-feira. Tinha acabado de sair de um relacionamento e estava grávida, mas perdi o bebê. Lembro-me que na época eu disse para minha avó que ia conversar com o primeiro cara que aparecesse no chat, porque precisava espairecer”, lembra.

O apelido ‘solitário’ chamou a atenção da jornalista, que perguntou a seu – ainda desconhecido – futuro marido se ele já tinha conseguido conquistar muitas garotas por conta deste nome. Os dois começaram a conversar pelo MSN, depois pelo telefone, se viram na outra sexta-feira, e na segunda ela teve que voltar ao hospital. “Eu tinha feito o processo de curetagem e tive febre, o que não é normal. Fui internada e ele me ligou perguntando onde eu estava. Eu disse, e ele apareceu por lá para me ver. Nós nos conhecíamos há uma semana”.

Antônio também tinha saído há oito meses de um relacionamento, e quarenta dias depois de conhecer Patrícia decidiu que queria ficar sozinho. “Sabe aquele papo de que não estava preparado? Então!”, brinca a jornalista.

Meses se passaram, até que ele reapareceu. “Eu trabalhava na Gazeta na época, e estava me preparando para ir fazer uma matéria sobre a rua do tráfico, no bairro da Manga, quando ele me mandou uma mensagem que eu não gostei pelo MSN. Bloqueei na hora, e depois ele me ligou”. Depois disso, a conversa foi voltando, até que, durante uma viagem à Feira de Pesca de Cáceres, eles começaram a namorar oficialmente.

O namoro

Quando começaram o relacionamento, Antônio era vendedor e formado como técnico em enfermagem. “Ele sempre mostrou interesse em estudar, em crescer profissionalmente, e queria fazer direito”, conta Patrícia. Segundo ele, que hoje é advogado, a ajuda da companheira foi fundamental.

“Uma das coisas que me fez apaixonar muito pela Patrícia desde o início, além do companheirismo dela, que é grandioso, é que ela sempre pegava no meu pé, não brigando, mas me incentivando a crescer profissionalmente, a estudar, me profissionalizar... Porque ela falava que se eu estava magoado, incomodado por ela ganhar mais, por ela ser uma profissional já formada, eu que tinha que correr atrás, não era ela que tinha que regredir. Então foi uma das coisas que me fez parar pra pensar o quão grande é a pessoa que está ao meu lado, e isso ajudou muito”, lembra.


O casal na formatura de Antônio (Foto: Arquivo Pessoal)

Além dos estudos, os dois viajaram muito. Do litoral sul ao litoral norte do país, além de todo o estado de Mato Grosso, sempre de carro. Foi depois de tudo isso que Antônio – que na época pesava 169kg – decidiu fazer uma cirurgia bariátrica.

“A Patrícia pirou. Ela chorou, porque achou que quando fizesse a cirurgia o mundo mudaria pra nós”, lembra o marido. “Ele emagreceu uns 70kg, e foi muito difícil pra mim, porque eu achava que o mundo dos magros era um mundo diferente, que eu não ia mais me encaixar. Então eu fazia de propósito, comprava comida, fazia programas só com jantar. Levou mais de um ano pra eu me acostumar com a ideia”.

Um ano e meio depois, com o incentivo de Antônio, Patrícia também fez a cirurgia, e emagreceu 51kg. “Eu entrei em depressão, porque achava que tudo que não acontecia na minha vida, não acontecia porque eu era obesa. E não era bem assim”, conta.

“E ele sempre foi muito zeloso. Meu cabelo começou a cair, eu estava fraca... e sabe aquelas pessoas que vão lá, compram o remédio, te dão o remédio na mão? Ele é assim”. Neste meio tempo, Antônio se formou, ficou desempregado por um ano e os dois abriram uma loja, que acabou falindo. “Isso me fez ver o quanto ele era grandioso. Mesmo com o que eu tinha feito com ele depois da cirurgia, ele me ajudou”.

O casamento

Antônio e Patrícia compraram uma geladeira e uma máquina de lavar cinco anos antes de efetivamente irem morar juntos. “Eu sou daquelas pessoas que quer tudo sempre perfeito. Me formei aos 21, já trabalhava, e tinha aquela ideia de casar só quando estivesse tudo certo. E ele não... ele é diferente”.

Os dois compraram uma casa, que demorou dois anos para ficar pronta. Um mês depois da entrega, Antônio se mudou. “Ele me disse que não ia mais me esperar. Que ia sozinho mesmo”. Depois da ‘pressão’, ela saiu de casa na hora do almoço, se despediu dos pais e se mudou. “Fui chorando o caminho inteiro. Eu precisava cortar esse vínculo”.

Hoje, Patrícia e Antônio vivem na mesma casa com seu filho de quatro patas, o Tigrão – presente dela para ele quando o padrasto do advogado faleceu. Dentre os ‘trancos e barrancos’ de todo relacionamento, continuam aprendendo um com o outro. “Eu olho para o Antônio e quero ser uma pessoa melhor”, diz Patrícia. “Infelizmente hoje é difícil achar alguém que acredita nas pessoas como ela. Ela é companheira, carinhosa, cheirosa, atenciosa, tenta agradar de toda maneira. Ela é extraordinária, é uma pessoa difícil de achar hoje em dia”, diz Antônio. 


Antônio e Tigrão (Foto: Arquivo Pessoal)
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