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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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MEDICINA ALTERNATIVA

Conhecido como o ‘Cura tudo’, raizeiro se mantém no Mercado do Porto há mais de 20 anos

Foto: Olhar Direto

Conhecido como o ‘Cura tudo’, raizeiro se mantém no Mercado do Porto há mais de 20 anos
É no segundo balcão à esquerda, ao entrar No Mercado do Porto, que todos os males do mundo se acabam e todas as doenças se curam. Há 32 anos trabalhando como comerciante, o raizeiro do lugar, Izidoro de Almeida, de 50 anos, tem a promessa de trazer o sal da vida com suas mais de 200 especiarias.

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Barbatimão para o útero. Guaco para a tosse. Nó de cachorro para revigorar. As especiarias variam, assim como a clientela do raizeiro. Jovens e idosos o procuram, muitas vezes já cientes do que pedir, baseados no conhecimento empírico da “receita da vovó”. Mas o sangue de feirante fala mais alto, e ele sempre orienta e aconselha. “Pode bater, sim, mas não pode fazer muito dela não. Tem que deixar o trem... Ai dá pra você fazer dois deles. Coloca na geladeira”, diz a dosagem correta para um cliente, que veio comprar erva de Santa Maria.

A tradição de raizeiro vem da árvore genealógica. Izidoro, também conhecido com o ‘Cura Tudo do Porto’, aprendeu o ofício com seu pai. Desde criança já o acompanhava nas feiras, e foi ali que ouviu na agitação das vendas, as propriedades de cada planta. Ele comenta que se especializou tanto no assunto, que agora também ensina seu pai, que trabalha nas feiras do CPA.

“Quase que veio de criança já, porque cresci ao lado de raizeiro, trabalhando nas feiras de Cuiabá. Fui aprendendo com o tempo e os vizinhos. E hoje já tem 24 anos, só como raizeiro. Eu já vendia condimentos e especiarias, que também fazem parte do conjunto das ervas medicinais, como alecrim, erva-doce, cravo, canela e alfazema... Que também são temperos, né? Já se conta na história do Brasil, que o descobrimento do nosso país veio por meio das especiarias, há 500 anos atrás”, comenta.

Paranaense de pais nordestinos, Izidoro veio para Cuiabá com sua família ainda criança, atraídos pelo progresso na Capital que a busca pelo ouro trazia. Passado a ascensão do ouro, eles aqui se arraigaram ainda na intenção de utilizar os benefícios naturais da terra.

“Eu nasci no Paraná, mas eu sou cuiabano! É de coração, de onde eu vim nunca mais voltei, nem para passear. Viemos há 40 anos, porque aqui era evolutivo. Quando chegamos aqui, no centro de Cuiabá, já tinha prédios e o Hotel Presidente. Também era a época do ouro, mas a gurizada ia garimpar em Poconé, usando bateria de mão. Eu trabalhava na Feira do Porto, e os garimpeiros paravam ali”, relembra.   
 
Na profissão tão antiga, o raizeiro pontua a globalização como um fator fundamental e promotor de mudanças no seu ofício. Até a medicina alternativa avançou, e muitos médicos e nutricionistas, inclusive, compram com ele.

“Até as mais doenças mais ‘brabas’ hoje, se usam as ervas. Muitas vezes usa-se o conjunto da obra (remédios industrializados e ervas medicinais). Vou botar humilde, mas 90% das pessoas que tratam câncer, usam uma ervinha medicinal. Ai é indicado a graviola, ipê roxo, sangra d’água, copaíba e unha de gato, igual essa senhora levou agora”, comenta e entrega a sacola para a cliente. “A erva tem um fator diferenciado, que é ter um custo benefício barato”.

Hoje, os produtos mais buscados são a garcinia, para emagrecer, chá de hibisco, para desintoxicação e raízes amargas para dores no fígado.

“Antigamente, era o pessoal mais de idade que falavam e procuravam as ervas. Com a evolução da Internet, o ‘vai, vem e surge’, todos procuram. O destaque por último que roda na internet é a canela de velho, que passou até no Globo Repórter. Na realidade a midia e a imprensa é o destaque de evolução de verba de mercado.
 
“É igual o hibisco, que veio e ficou, um dos chás mais usados no mundo inteiro. O chá verde também, para infecção de mulher. Tem unha de gato, chia amarela... Hoje a moçadinha ta usando muito”, avalia.

Veterano no Mercado do Porto, Izidoro pode acompanhar as mudanças na região e dos colegas feirantes. Ele também recebe com alegria os clientes curados, e conta que suas “garrafadas” são sempre eficientes. Hoje, seus filhos escolheram outras profissões, mas continuam o ajudando nas vendas nos finais de semana, e o conhecimento milenar das raízes, se preserva.

“É só alegria, todos os dias. Ainda tem gente que tem o raizeiro como uma coisa diferenciada, mas é uma coisa mais para alegria, o trem é bem evolutivo. Quase todo mundo volta com efeito e causa positivo. Quando chega um raizeiro bem experiente, ele faz as garrafadas, e a senhora arruma menino que é uma maravilha!" 
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