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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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QUINTAL DE CASA

Com risco de fechar, Quiosque Amarelinho reúne o melhor do samba em conceito bairrista

Foto: Reprodução/Facebook

Com risco de fechar, Quiosque Amarelinho reúne o melhor do samba em conceito bairrista
Uma ode ao sentimento bairrista emerge num ponto amarelo de uma praça na Morada do Ouro, chamada homonimamente de Praça do Amarelinho. O Quioesque Amarelinho, e a praça em si, são gerenciados por Vivi Rodrigues, que aceitou o desafio de ocupar um espaço há 15 anos negligenciado.

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Mesmo contando com a presença de grandes referências do samba e MPB da Capital, como Marinho 7 cordas (criador do extinto Choros e Serestas), Vivi continua resistindo contra a recente falta de movimentação. A praça, como ela mesma propõe, é um quintal de nossas casas.

A Praça do Amarelinho, que tem mais de 30 anos, pertence a Associação da Terceira Idade. A Associação utiliza o local duas vezes por semana, para realizar aulas de crochê e bordado. Tomada por um sentimento matriarcal, Vivi viu potecial na praça com piso quebrado pelas raízes das mangueiras, como uma forma de integrar comunidade e espaço público – e também como um bom negócio.

“Um erro muito grande, principalmente em Mato Grosso ainda, é que as pessoas olham as praças como se não pertencesse a elas. A praça é vista como um espaço que não é pra ser usado, porque fica sempre pensando como um lugar de quem não quer fazer bom uso dela. Infelizmente, é vista como de usuários de algum entorpecente, nunca como espaço de potencializar o convívio social dos moradores do bairro”, comenta.

Atualmente, a Associação aluga o quiosque para ela, que abre de quarta-feira a domingo. Com a ajuda de seu filho, Vivi vai cuidando da manutenção da praça. “Fecha a torneira, tira o lixo”, instrui ela, após um aparente vazamento no banheiro, que é aberto para uso dos meninos que jogam bola nas quadras.

Ações e eventos também são articulados por Vivi, como um sebo de livros que fica exposto no quiosque. As pessoas podem levar e trazer livros para a mesa. Uma exposição de artesanato está sendo programada para novembro.

“Quando se fala em bar, tem aquela ideia de ‘vou somente para beber, encher a cara’. Aqui não temos esse conceito. Nós queremos potencializar encontros, para que as pessoas venham aqui para bater um papo, tomar um suco, pra escolher um livro e de repente ver um artesanato”, explica.  

“Posso fazer uma comidinha de mãe?”

O cardápio é diversificado, variando de grelhados a saladas. Aos sábados, tem feijoada, mas é o frango a passarinho que conquista a clientela. Entretanto, segundo Vivi, os pedidos são feitos de acordo com o gosto de quem frequenta o quiosque, da forma mais intimista e caseira possível.
 

 
“Às vezes você vai chegar e perguntar assim: Vivi, o que que tem aí? Vou falar as opções, mas se você n ão quiser nenhuma, vou te olhar e dizer ‘eu posso fazer algo que acho que vai te agradar? Posso fazer uma comidinha de mãe?’”, explica.

Choros e serestas

Todo sábado, o espaço arejado das mangueiras é contemplado com samba partido alto, e aos domingos, como prata da casa, Marinho 7 Cordas costuma trazer sua musicalidade para o Quiosque Amarelinho. Outros artistas já marcaram presença no local, como Ezequiel, Luciana Bonfim e Caio Mattoso.

Em alguns finais de semana, cerca de 150 pessoas chegaram a fazer parte da integração da praça. Contudo, Vivi aponta que fez um balanço, e o movimento começou a cair em meados de junho. Ela chegou a cogitar fechar o Quiosque, mas foi aconselhada a continuar.

“Estou aqui há um ano e oito meses. Os meses de junho, julho, agosto e setembrofoi muito devagar. Eu cheguei a pensar em fechar. Mas tem um grupo de pessoas que vem aqui, que gostam muito do espaço e do conceito que a gente tem pra esse lugar, e disseram para não fazer isso”, disse. E segue resistindo e ressignificando. 

Serviço

Endereço:
Thomé Fortes de Arruda, Morada do Ouro, 78010-740 - Cuiabá
Horário: quarta-feira a domingo, 17:00 às 23:00
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