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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Gastronomia

de lasanha a porqueta

Cuiabana casada com italiano vende massas frescas com o marido na capital

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Thaís prepara as massas junto ao marido, no CPA 1

Thaís prepara as massas junto ao marido, no CPA 1

Talvez tenha sido o tempero cuiabano que conquistou o italiano Valério Santi, 40, ou o sorriso de Thais Clementina Ferreira, que, de ‘tchapa e cruz’, foi passar uma temporada na Espanha. O fato é que, três anos depois de se conhecerem e se casarem na Europa, os dois se instalaram na capital mato-grossense e apostaram na venda das massas frescas, receitas de família. Nos próximos meses, o casal pretende abrir um restaurante nos fundos da casa, no CPA I, e, aos poucos, se instalar no mercado competitivo oferecendo opções que fazem a ponte entre o Brasil e a Itália.

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A história do ‘3 Santi Ristorante Italiano’ começou, na verdade, na Espanha. “Eu morava lá, estudei Publicidade e Propaganda, e trabalhava como produtora de aplaudir em programas de TV”, lembra Thais. “Eu ia nos programas tipo Faustão, pra bater palma, e ganhava 10 euros por figuração, pra ficar atrás”. Foi nessa época que a cuiabana conheceu o italiano Valério, que também viva no país. Os dois começaram a namorar, decidiram se casar na Itália, e logo depois veio o filho Giuliano, que nasceu no Brasil.

Thais e Valério se casaram na Itália; na ocasião da entrevista, ele estava em seu país natal, cuidando do pai enfermo (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Decidimos voltar pra ele [Valério] conhecer a família, que não conhecia ainda, e pra ver se ele gostava de Cuiabá. A gente comprou a passagem de três meses, pra voltar. Aí eu falei, e ai, três meses está chegando, vamos embora? Ele disse, olha, gostei muito de Cuiabá, não quero voltar. E não voltamos. Isso faz 3 anos e pouco”.

Com vontade de refazer a vida por aqui, o casal abriu um restaurante no bairro, onde ficaram por um ano. “Só que a casa era alugada, e aí ficamos com problemas com o ponto, e resolvemos voltar pra Itália”. Por lá, eles moravam em chamada Sant’Angelo In Vado, uma cidadezinha de três mil habitantes a 270km de Roma, e continuaram trabalhando com gastronomia, já que a mãe de Valério é chef de cozinha, e ele próprio já trabalhou em restaurantes com estrela Michelin.

Apesar disso, nem tudo eram flores. No tempo em que ficou na Europa, o casal passou por dois terremotos que atingiram 6.0 da escala Richter. O primeiro foi no meio da noite. “Ele me acordou na madrugada, falou: ‘Thais, terremoto!’. Eu falei: ‘você está sonhando, que terremoto?’... Quando eu acordo de manhã, ligo a televisão... como daqui em Chapada tinha desmoronado tudo”. Morreram cerca de 300 pessoas, e eles só não sentiram porque estavam em uma região mais moderna da cidade.

“O segundo terremoto foi num domingo de manhã, às 8 horas, e esse eu senti. É a coisa mais horrível do mundo a sensação. É como quando passa um caminhão e treme a casa, só que aquilo lá dez vezes mais forte”, lembra. “Teve o terremoto, o país ficou um caos, eu fiquei com síndrome de pânico. Ficava olhando as coisas pra ver se não estava tremendo. A cama era de mola, ele mexia de um lado, eu já estava assustada do outro...”.

No final das contas, Thais preferiu encarar o calor cuiabano aos terremotos europeus, e há cerca de um ano voou com Valério de volta ao Brasil. Desde então, os dois fazem as massas sob encomenda e à pronta entrega.



Dentre as opções disponíveis, estão lasanha (bolonhesa ou parisiense, de frango ao molho branco; pequena por R$15, grande por R$35), nhoque, rondelli, talharim (de trigo e de beterraba), panquecas, ravióli (de espinafre com carne e ricota; R$40 o quilo), pizzas, além das porquetas (R$39,90 o quilo). “É o porco desossado, temperado em ervas finas e vinho branco, e assado por cerca de seis horas, e fica pururuca por dentro”, explica. Os molhos oferecidos são bolonhesa, de tomate com manjericão e bechamel (branco).

Lasanha de frango (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Todos os pratos podem ser entregues (com taxa de entrega), ou o cliente pode buscar na casa de Thais, congelados ou quentes. “Mas geralmente a massa italiana, como nhoque, a pasta, deve se comer no momento em que se prepara. Então tem coisa que não dá pra levar pronto. Como o nhoque, se eu sair daqui do CPA pra levar pra algum lugar, até eu chegar lá ele já desmonta... é preferível levar congelado e a pessoa põe o molho na hora”, explica.

Para o futuro, a cuiabana pretende começar a vender também feijoada no pote (de um e dois litros), quando abrir o restaurante, no final de março, nos fundos de sua casa. “No restaurante eu vou ter as massas, e aos finais de semana a feijoada no balde pra levar, no sábado e domingo. Tem balde de um e de dois litros, e o preço vai ser em torno de R$29,90 o litro”.

Por enquanto, é possível encomendar as massas via WhatsApp. Segundo Thaís, “é uma oportunidade de mostrar o trabalho, porque a massa é feita por um verdadeiro italiano, coisa que em Cuiabá é difícil... tem vários restaurantes, mas a pessoa não é italiana e não faz como lá mesmo. Ele segue todas as regras, a pizza dele napolitana tem todo aquele tempo de fermentação mais longo, e é feita por um legitimo italiano na verdade”, finaliza.

Serviço

3 Santi Ristorante Italiano
Informações e encomendas: (65) 9 9950-9711
Endereço para buscar: Rua Mazagão, 5 – CPA 1
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