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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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especial dia das mulheres

Com maioria feminina, banda Coronela quer arrancar rótulo de banda ‘de mulher’ tocando de tudo

Com maioria feminina, banda Coronela quer arrancar rótulo de banda ‘de mulher’ tocando de tudo
Muito se engana quem acha que no repertório da banda cuiabana Coronela tem só música da Pitty, Kittie ou Evanescence. Cantando rock clássico, inclusive AC/DC e Led Zeppelin, o grupo, que tem mulher no vocal, no baixo e na bateria, e um homem na guitarra, quer fugir do rótulo de ‘banda de mulher’, quebrar barreiras, e se tornar pura e simplesmente uma banda de rock’n’roll.

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‘Coronela’ nasceu há um ano e seis meses, da vontade de três amigos, a veterinária Mayara Vicenzi, 28 (vocalista), a advogada Rafaela Scheeren, 27 (baixista) e o empresário Jhony Henrique, 24 (guitarrista) de tocar de forma profissional na noite de Cuiabá. “Eu o Jhony e a Rafa já tínhamos tido algumas experiências musicais antes, uma banda de garagem, mas mais para tocar em aniversário de amigos, era mais de brincadeira”, contou Mayara ao Olhar Conceito. “A gente deu uma aperfeiçoada no som, na playlist e então a gente foi atrás de um baterista. Foi quando a gente encontrou a Thatá, um amigo músico que acabou indicando, e deu super certo”. Thalita Barbosa, 29, é a baterista da banda, e já toca profissionalmente há dez anos.

A vontade sempre foi de tocar rock’n’roll, estilo que os amigos já ouviam e gostavam. No repertório deles – ainda só de covers – estão hits do rock clássico nacional e internacional que estouraram dos anos 70 até hoje. “A gente não trabalha bandas em individual, a banda que a gente mais toca são três musicas, então é bastante eclético. A gente brinca que vai de Rita Lee a AC/DC numa boa”, garante a baixista.



Desde o início, a preocupação dos integrantes era não ter um rótulo de banda feminina, até para que não parecesse que Jhony, o guitarrista, estava ali para ‘tampar buraco’. Infelizmente, no entanto, o rótulo veio. “A nossa maior dificuldade, que é o que mais nos irrita, é aquela coisa de parecer que a gente só está tocando porque é uma banda de mulher. Parecer que a mulher precisa ter uma classificação específica pra tocar, tem que ser o dia da mulher, tem que ser algo pra mulher, e é algo que a gente até tenta um pouco fugir”, explica a vocalista. “É uma mulher no vocal, então automaticamente todo mundo imagina que tocaremos apenas músicas conhecidas no intérprete feminino, e a gente faz exatamente o contrário, a gente pega musicas consagradas, independente de ser uma mulher ou um homem tocando, e traz isso pra nossa interpretação”.

Segundo Mayara, até mesmo o nome da banda, inicialmente, era para ser algo voltado ao guitarrista, o que acabou mudando com o tempo. É Jhony quem, na maior parte do tempo, enfrenta mais dificuldades. “Ele enfrenta muito da galera esperar dele uma postura de um estereótipo de ogro. No rock parece que tem que ser ogro, e ele não é”, afirma. “Caem muito em cima dele e ficam questionando, se ele poderia estar numa banda de homens, porque ele está numa banda com mulheres, como se mulher tivesse que tocar com mulher, e aquela ideia de que não tem a mesma qualificação do que uma banda de homens poderia apresentar, como se nunca a qualidade musical fosse a mesma”.

A formação da banda, que ainda é algo raro em Mato Grosso, chama a atenção. “É atrativo, porque as pessoas vêem uma mulher na bateria, não é uma baterista somente. É uma mulher na bateria!”, comenta Mayara. “Uma mulher no vocal, hoje em dia, é uma mulher no vocal, ponto. Você ver uma mulher cantando em uma banda formada só por homens, é comum. Agora, você ver uma banda em que a bateria, que é o instrumento mais pesado, que é aquela coisa que você esta acostumado a ver uns caras cabeludos, barbudos, tocando, e você ver uma mulher, choca. Então eu acho que o que a nossa banda causa é o impacto de olhar e ver uma mulher no baixo, uma mulher na bateria... tem mulher pra caramba nessa banda! E quem sofre com isso é o nosso guitarrista, porque muita gente acha que o Jhony está ali tampando buraco”.

Mas não está. A ‘Coronela’ – nome dado, na realidade, para ser o feminino de coronel – está completa e tem quase 60 músicas na manga. Em 2017, tocou em diversas casas de shows de Cuiabá, e foi duas vezes para Sorriso e para Sinop. O objetivo, agora, é mudar a playlist e em 2018 focar nas músicas autorais. “Por mais que o que toca na noite é o cover, e a gente precisa para se estabelecer, o autoral é um desejo muito efervescente”, revela Rafaela, que começou a estudar música na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para se aperfeiçoar.

Este ano, o que os integrantes buscam é o diferencial. “A gente quer colocar mais instrumentos diferentes, pegar um clássico do rock e tocar em ukulele, trazer viola caipira, pra dar uma diferenciada, e também no sentido de experimentar, porque muitas vezes é o que o público pede”, afirma a baixista. “A gente começou com isso, teve uma aceitação muito legal, a gente começou a fazer mashups, trazer aquele dance old que a galera escutou há muito tempo e colocar isso no rock, misturar... foi muito bem recebido e a gente vai investir nisso, a gente quer ser diferente”, finaliza a vocalista.

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