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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Crianças autistas podem desenvolver habilidades de interação; Escola faz toda a diferença

Foto: Da Assessoria

Crianças autistas podem desenvolver habilidades de interação; Escola faz toda a diferença
Cerca de 70 milhões de pessoas vivem, em todo o mundo, dentro do espectro autista, transtornos que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. Apesar das dificuldades que muitas delas têm, toda criança autista pode desenvolver habilidades de interação, e deve estar na escola.

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A afirmação é da psicopedagoga e diretora do Educandário Jardim das Goiabeiras, Ivete Ferreira. Segundo ela, o papel da própria escola é importantíssimo para o desenvolvimento e para a desmistificação da deficiência.
 
“Como qualquer outra, a criança autista se torna mais sociável quando está na escola e em contato com outras crianças. Também é neste ambiente que ela amplia o desenvolvimento de diversas habilidades. A evolução é gradual – e no tempo de cada um –, mas ela acontece. Inclusive, precisamos desmistificar cada vez mais os assuntos relacionados ao transtorno do espectro autista – um assunto que era pouco discutido até então”, explica.
 
Um dos alunos do educandário, Ian Ferraz, de cinco anos de idade, tem deficiência auditiva e distúrbio comportamental dentro do espectro autista. Ele sentiu dificuldades, no início, de se adaptar à escola. “Existiu um obstáculo no sentido dele estar com outras crianças. De início, ele foi agressivo com as professoras. Só que todas elas eram muito bem preparadas – munidas de carinho, cuidado e atenção. Apesar da difícil ambientação, Ian aprendeu a conviver com outras crianças e, acima de tudo, a interagir com todas elas. Hoje, ele fica radiante ao chegar na escola. Os colegas dele também ficam igualmente felizes com a chegada dele”, enfatiza a mãe, Márcia Amélia Ferraz.
 
Ivete explica que a agressividade é um dos sinais mais comuns durante a adaptação, e, para tornar este tempo mais tranquilo, a escola deve estar preparada, e os pais devem se tranquilizar e evitar superproteger os filhos autistas. “A interação social é tudo de bom para todas as crianças – sejam elas, autistas ou não. Este zelo, por vezes excessivo, dos pais acontece justamente na hora de deixá-los sozinhos na escola. Ou seja, no momento em que acontece a socialização, que é importantíssima para a criança autista. Aliás, o respeito e, sobretudo, a conscientização das pessoas em relação ao distúrbio torna mais fácil a convivência entre crianças”, pondera.
 
No caso de Ian, por exemplo, ele tinha dificuldade de ficar dentro da sala de aula, e a escola permitiu seu livre acesso para transitar no ambiente escolar. O pequeno andava por corredores, parquinho e jardim. Para a mãe, este foi um dos pontos mais significativos na ambientação do filho. “Ele se sentiu seguro ali. Foi imprescindível que a escola tivesse esse cuidado. Afinal, todas as crianças são diferentes. No entanto, é difícil encontrar uma escola que trate e respeite essas muitas singularidades de forma individual e igualitária. Como mãe de um aluno que vive sob o espectro autista, acredito que é essencial um ensino afetuoso, respeitoso e humano”, reforça.
 
“Neste sentido, a pedagogia afetiva – a qual o Educandário Jardim das Goiabeiras preconiza – auxilia muito no desenvolvimento de alunos especiais, pois trabalha a educação por meio do carinho e do amor ao próximo. Isto, tendo como base também o lúdico e a utilização de recursos que venham a estimular o aluno. É como se a escola fosse uma extensão da família, o que é essencial para o desenvolvimento das crianças autistas. Torna-se um ambiente seguro e de confiança para eles”, reflete a psicopedagoga.
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