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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Terapeuta realiza sessões de 'Constelação Familiar' para resolver problemas entendendo relações familiares

Terapeuta realiza sessões de 'Constelação Familiar' para resolver problemas entendendo relações familiares
Você já ouviu falar de Constelação Sistêmica Familiar? Uma terapia descoberta por um alemão, chamado Bert Hellinger, a partir de estudos sobre uma tribo africana chamada Zulus, e que consiste em tentar resolver questões ‘da alma’ a partir do entendimento das relações familiares. Um especialista no assunto, Chico Rodrigues, está em Cuiabá desde o último final de semana, e fica até sábado (26), realizando sessões individuais e grupais, que estão com inscrições abertas.

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Chico nasceu em Mato Grosso, e conheceu a constelação em 2008, quando estava com um problema pessoal que não conseguia resolver nem com a medicina tradicional, nem com a psicologia. “Como pra mim foi muito eficiente a terapia, eu fiquei muito curioso sobre aquilo que eu acabei vendo e não compreendendo, e comecei meus estudos sobre constelações sistêmicas”, contou o terapeuta ao Olhar Conceito. A partir daí, ele fez seu primeiro curso, em São Paulo, e em 2010 fez a formação completa, no Nordeste. Começou a atuar na área, no entanto, somente em 2012.

Chico Rodrigues (Foto: Olhar Conceito)

Segundo o terapeuta, não é possível definir a constelação familiar, porque ela existe a partir de um fenômeno, e fenômeno não se explica. “Como o próprio Bert Hellinger, que foi o criador desse sistema, diz: ‘nós usamos o fenômeno, mas nós não temos como explicar esse fenômeno”. No entanto, é possível fazer algumas considerações sobre ela.

A terapia foi criada há cerca de quarenta anos, quando o alemão Bert Hellinger, filósofo e teólogo, conheceu a tribo Zulus, na África, e ‘tropeçou’ na fenomenologia. “A Organização Mundial da Saúde, hoje, define a saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social. Então da mesma forma que, hoje, a OMS vê a saúde num estado mais amplo do que o do indivíduo, levando pro aspecto social, a constelação também olha pro individuo, mas não como uma unidade separada, e sim como uma unidade que pertence a um sistema familiar. E esse indivíduo influencia esse sistema familiar é também é influenciado por ele”.

É em entender essas inter-relações e suas leis que consiste a terapia de constelação. “Dependendo da nossa compreensão e da nossa harmonização com essas leis, nós conseguimos um grau maior de saúde individual, física e mental, e podemos contribuir pra essa saúde social”, garante Chico. “Mas o indivíduo que não tem conhecimento dessas leis, e que infringe essas leis que regem as relações, ele não só adoece, mas também contribui pra doença social”.

O sistema e suas leis

A Constelação Familiar entende que o primeiro sistema a que o indivíduo pertence é o sistema da família de origem. O indivíduo é ligado a essa família (pais e irmãos biológicos) por fios invisíveis, e recebe também destas pessoas, ‘forças raízes’, necessárias para o processo evolutivo. “Ou seja, essas forças vêm dos ancestrais, e quando chegam aos nossos pais elas se dividem em duas partes. Do nosso pai, nós recebemos forças que tem relação com a estrutura, estão muito ligadas aos ossos, à coluna vertebral. É uma força que tem relação com o trabalho, a firmeza, a capacidade de superar obstáculos, a coragem. Não que o meu pai tenha essa força, mas ela vem através dele. Do lado da minha mãe, vêm as forças que tem a ver com relacionamentos, com a arte, música, dança, com a sexualidade e com a energia do dinheiro”, explica o terapeuta.

Essas forças são necessárias para o processo evolutivo. No entanto, o indivíduo só consegue tê-las caso ele cumpra seu papel perante essa família de origem, e, assim, consiga se desprender para construir sua própria história. Para chegar a isso, são necessários cinco passos:

Primeiro passo: Aceitar os pais como são.

“Interromper o processo de julgamento, interromper o processo de crítica e de cobrança a esses pais, já que sou adulto hoje. (...) E eu também preciso aceitar que o destino dos meus pais pertence a eles. As questões que os envolvem, os processos de envelhecimento e morte, pertencem aos pais. É muito pesado pra mim. Então, quando eu não julgo, eu não critico, não cobro, eu estou aceitando esses pais como eles são”.

Segundo passo: Desenvolver gratidão pelos pais.

“Mas essa gratidão não é pelo que eles fizeram por você depois do nascimento. Porque a gente acredita que essa é uma história do próprio individuo, é uma jornada espiritual do próprio individuo. Essa gratidão é por algo que acontece antes do nascimento, ou seja, pelo ato de ter recebido a vida. À priori, o indivíduo deveria saber o que significa essa vida. Porque se ele considera a vida dele algo extremamente importante e uma grande oportunidade pra que ele possa fazer seu processo evolutivo, ele tem como agradecer por essa vida. Mas se o indivíduo acha que a vida dele não tem valor, não tem sentido, ele não tem condições de desenvolver esse sentimento de gratidão. Esse é um indivíduo fadado a ter sérios problemas no processo evolutivo”.

Terceiro passo: Honrar os pais.

“Quando falamos de honrar os pais no processo terapêutico de constelações, estamos falando de honrar a vida que os pais te deram, honrar a sua própria vida, fazendo dela algo significativo, não desperdiçando essa coisa que é a mais importante pra você. Ou seja, essa grande oportunidade aqui no processo da Terra, de evolução. Então você honra seus pais quando você cuida de você, dos seus estudos, do seu trabalho, das suas relações amorosas, das suas relações amigáveis, dos seus sonhos, do seu propósito. Quando você está fazendo isso, você esta honrando essa vida que você recebeu. E é nesse momento que você tem acesso a essas forças pra você seguir seu caminho”.

Quarto passo: Receber as forças

“É um direito que você tem independente de merecimento ou não. Quando eu aceito, agradeço e honro, eu recebo”.

Quinto passo: Servir

“Segundo a terapia de constelação, os pais são eternos provedores, o papel dos pais é prover, e o papel dos filhos é receber. Mas aqui na Terra, quando os pais envelhecem, ou adoecem, os filhos não têm a capacidade de ajudar os pais, de cuidar dos pais, porque os filhos são menores. Mas os filhos podem servir esses pais. Então não é o que você faz pros pais que é a diferença, mas essa atitude não de quem é superior e está ajudando, mas de quem é inferior e está servindo”.

Como realizar estes passos?


Exemplo de sessão de constelação

É aí que entra a constelação familiar. Nela, o indivíduo consegue entender em que ponto de sua relação com a família de origem há um problema e, de que forma este problema se mantém e se espalha para outras áreas da vida.

A terapia pode ser feita tanto em grupo quanto individualmente. Em grupo, participam tanto as pessoas que vão receber a terapia (que ‘abrem’ suas constelações) quanto outras, que somente participam. Quem vai receber, traz seu tema – o que precisa resolver em sua vida – e escolhe algumas pessoas da ‘plateia’ (que ela não conhece) para fazer um teatro vivo, representando seus familiares.

“Ela [a pessoa] vai posicionar essas pessoas no centro de um salão, de acordo com a sua mente. Aqui, o inconsciente já está operando, e quando ela termina o formato, ela sai e senta. Assim ela consegue olhar a sua vida do lado de fora”, explica Chico.

É neste momento que acontece o ‘fenômeno’. Por um processo, ainda hoje pouco explicado, as pessoas que estão representando conseguem sentir, agir e falar como quem elas representam. O terapeuta, então, analisa o emaranhado, entende qual é o problema, e ajuda a chegar à solução, interferindo o menos possível.

“A ideia é que, segundo a visão geral da constelação, a maioria das causas que envolvem as nossas problemáticas, está no nosso inconsciente. Na realidade, não existe uma área da nossa mente chamada inconsciente, isso é um termo utilizado. O que existe é uma consciência, e nós estamos inconscientes de grande parte dessa consciência. E como essa causa está num local que eu não consigo enxergar, que pode ser um trauma da minha infância, pode ser uma questão da minha família de origem, ela tem um grande poder sobre mim, porque ela atua num campo em que eu não enxergo”, esclarece o terapeuta.

Quando feita individualmente, a constelação utiliza de outros recursos, como bonecos ou objetos representando as pessoas envolvidas. Segundo Chico, as duas modalidades têm a mesma eficiência e são complementares.

A Constelação Familiar não é uma terapia continuada, mas pode ser feita mais de uma vez pela mesma pessoa. Além disso, segundo Chico, ela não tem relação com nenhuma religião, e o ‘fenômeno’ tem mais a ver com uma conexão cerebral, como um wifi ou Bluetooth, que acontece entre a pessoa que vai constelar, e quem ele escolhe para representar seus familiares.

No caso de Chico, o estilo de constelação que ele desenvolve, chama-se ‘equação da vida’. Fazendo um paralelo com equações matemáticas, em que se resolve primeiro o que está entre parênteses, depois o que está entre chaves e só depois o que está entre colchetes, na terapia é resolvido primeiro as questões familiares, depois as questões de relações sociais (estudo, trabalho, amigos, relacionamentos amorosos e filhos), e só por último a questão do propósito existencial (a razão de ser pela qual se está aqui na Terra).

Serviço

Sessões de Constelação Familiar em Cuiabá - Grupo

Quinta (24) e sexta-feira (25)
Local: Restaurante Raposa Vegana (Rua Cândido Mariano, 1270)
Horário: das 19h30 às 22h30
Terapia: R$330 (à vista) / R$360 (2x)
Participação: R$30
Inscrições: mandu.eventosmt@gmail.com / (61) 99970-4062 / (65) 99954-4062
 
Terapias individuais
Valor: R$330 / R$360 (2x)
Inscrições: mandu.eventosmt@gmail.com / (61) 99970-4062 / (65) 99954-4062
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