Kátia Cilene da Costa Passos nasceu em Cáceres, interior de Mato Grosso, mas vive em Cuiabá. É casada há dez anos, e tem um filho de cinco, chamado Heitor. Uma família tradicional, não fosse o fato de ela morar a quase oito mil quilômetros de distância de seu marido, José Luiz Duarte Cabral, que vive em Lisboa, Portugal.

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Os dois se conheceram durante uma viagem. “Eu estava neste ano tentando tirar a carteira de habilitação, mas depois de ter reprovado três vezes, vendi um consórcio premiado para o meu irmão Gilson Passos, recebi o dinheiro e resolvi passar 28 dias na Europa. Mesmo contrariando os meus pais, atravessei o oceano sozinha e fui conhecer a terrinha, que era um desejo antigo”, contou a mato-grossense ao Olhar Conceito.

A carteira de motorista ficou para depois – e não foi tirada ate hoje. Eles se apaixonaram, e Kátia visitou o país três vezes em um ano, tentando se acostumar com o frio “que até então castigava a cuiabana de coração, acostumada com as altas temperaturas da região Centro Oeste”, lembra. Em dezembro de 2009, decidiram se casar e ela foi morar em Portugal, já que é funcionária pública e tinha tirado uma licença por tempo determinado.

O tempo – de três anos - acabou, e Kátia teve de voltar a Várzea Grande, onde trabalha na Prefeitura. Por questões de carreira, José Luiz não pode acompanhá-la, e o relacionamento começou a ser à distância, mas ainda por pouco tempo.

“No final de 2012 fui passar as festas de fim de ano em Lisboa, e em 2013 ele resolveu morar em Mato Grosso. Ainda bem, porque quando chegamos aqui descobri que estava grávida do meu filho Heitor”, conta Kátia. O marido acompanhou toda a gravidez, mas quando o filho tinha nove meses, teve que ir embora novamente.

O filho visitou as terras lusitanas ainda pequeno, mas quer voltar em breve. “A relação com o pai é frequente, se falam todos os dias, de manhã e à noite, apesar de haver uma diferença de 5 horas em relação a Portugal. Apesar da distância, é um pai amoroso”, declara.

Kátia conta que, como todo casal, os dois brigam, tem momentos bons e momentos ruins, mas o essencial é respeitar a individualidade. “Temos uma vida profissional que foi conquistada com muito esforço e dedicação, por isso temos que saber respeitar o direito e o dever de cada um. Já os problemas, têm e devem ser solucionados em conjunto. Dessa forma temos conseguido manter o nosso casamento, que neste ano completa dez anos”.

As visitas também são frequentes, e, neste ano, José Luiz pretende passar alguns meses no Brasil. No entanto, para ele, não existe a possibilidade de morar por aqui. “Quanto a mim, quero ainda viver na Europa e poder dar ao meu filho uma boa educação e a possibilidade dele se formar em uma Universidade Tradicional de Coimbra. Mas, por enquanto, a gente vai ter de viver entre lá e cá, com certeza essa distância incomoda”, finaliza.