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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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raízes africanas

Fundação Cultural Palmares e Prefeitura fazem acordo para promover ações nos 300 anos

Foto: Mario Friedlander

Fundação Cultural Palmares e Prefeitura fazem acordo para promover ações nos 300 anos
A Prefeitura de Cuiabá firmou uma parceria com a Fundação Cultural Palmares (FCP) na última terça-feira (19), com o objetivo de incluir a história do povo negro nas comemorações dos 300 anos de Cuiabá. O presidente da instituição visitou o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (Misc), atendendo ao convite do secretário municipal de Cultura, Esporte e Turismo, Francisco Vuolo, e do secretário-adjunto de Cultura, Justino Astrevo.

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“Penso que juntos poderíamos elaborar um belo projeto para as festividades de aniversário. E não há como planejá-lo, sem firmarmos um compromisso entre a Prefeitura, Palmares, Iphan e o Instituto Maria Mendes do Congo”, afirmou Vuolo durante o encontro.

De acordo com a assessoria, o encontro foi promovido para propor à Fundação ações de promoção de políticas públicas em favor da memória do povo negro. O evento contou com a participação da superintendente Amélia Hirata, do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN.

Nos últimos anos, a Prefeitura já realizou atividades em reverência e homenagem às raízes africanas, como a primeira Lavagem da Escadaria do Rosário e São Benedito,  cursos e seminários que foram ministrados, e o “Kwanzza”, que aconteceu no dia Internacional da Consciência Negra.

“Tudo que foi colocado pelo presidente vem ao encontro do que estamos construindo em Cuiabá, além de compreender também uma determinação expressa do prefeito Emanuel Pinheiro, de valorizar a diversidade cultural do nosso povo e de nossa origens. Tanto que junto ao movimento negro, realizamos o Kwanzza e abraçamos a Lavagem das Escadarias, duas iniciativas que também serão realizadas ainda este ano, fazendo parte do calendário oficial do município. A vinda da Fundação Palmares à Cuiabá - com a missão de estreitar os laços, aliada ao Iphan, que é um dos nossos maiores parceiros no resgate da nossa história, é motivo de muito orgulho” destacou Vuolo.

“Acredito que se tivéssemos um braço da Palmares aqui, conseguiríamos mais investimentos para estimular a cultura, por meio de ações e atividades das mais diversas” completou Lindisey Catarina de Sá, representante do grupo cultural Kunta Kinté.

Amélia Hirata, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional IPHAN, afirmou que a aproximação com a Fundação Palmares será benéfica, já o instituto, assim como o Iphan, também prioriza o patrimônio cultural. “Os hábitos, comportamentos e costumes da cultura negra fazem parte de um patrimônio imaterial que deve ser preservado. Vai ser muito bom tê-los por perto”.

A Fundação Cultural Palmares tem 29 anos, foi fundada pelo Governo Federal, e apoia projetos voltados para a promoção, preservação, proteção e difusão dos valores sociais, econômicos, culturais das comunidades tradicionais de terreiro e quilombos. Seus recursos financeiros são oriundos de editais, chamamentos públicos e convênios. A instituição atua em três eixos fundamentais para promover a inclusão da população afro-brasileira no rol de direitos previsto pela Constituição: o social, o cultural, e o de gestão da informação.

“Um povo sem memória ainda não nasceu. A memória é a grande arma de um povo. Não adianta uma parcela da sociedade querer acabar com entidades como o Iphan e a Fundação Palmares que não vão conseguir, porque trabalhamos com a história de uma nação. Quando me disseram que querem fazer o segundo ‘Kwanzza’, isso só reforçou o meu respeito por esta cidade, porque a Palmares existe para desenvolver políticas públicas. Esse evento é de suma importância para todos nós, porque com ele podemos trazer palestras, seminários e debates gerando uma nova memória coletiva, levando as pessoas à reflexão sobre a raça e sua historiecidade”, ressalta Erivaldo, presidente da instituição.
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