Olhar Conceito

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Cinema

controvérsias

Curta independente de equipe feminina alerta sobre relacionamento abusivo

Foto: Reprodução

Curta independente de equipe feminina alerta sobre relacionamento abusivo
Identificar um relacionamento abusivo nem sempre é fácil. É um termo relativamente novo, mas que está perpetuado na vida de várias gerações de mulheres. Para desmitificar o tema e servir como denúncia e ajuda, um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), montou uma equipe de produção exclusivamente feminina para lançar o curta “Controvérsias”, que finalizou as gravações na última terça-feira (03).

Leia mais:
Projeto de cinema ao ar livre tem até sorteio de bicicletas em Mato Grosso


O curta conta a história de Gabriela e Caio, que se conhecem no início da faculdade, se apaixonam e começam um relacionamento. O namoro, inicialmente normal, se torna gradativamente uma relação cheia de proibições, ciúmes e limites – atitudes típicas de um relacionamento abusivo - estabelecidos por Caio, e Gabriela perde seu espaço de socialização e decaí.

Idealizado pela diretora e roteirista do Controvérias, Vitória Molina, a estudante de Rádio e TV está no 6º semestre e já arquitetava montar uma equipe de produção independente formada apenas por mulheres, visto que o audiovisual ainda é uma área majoritariamente composta por homens.

“Resolvi falar sobre esse tema, que é o relacionamento abusivo, porque acho que a maioria das mulheres ao meu redor já estiveram em um. E digo familiares, amigas mais próximas ou distantes, então acho que é um tema muito comum na sociedade e que não é tão falado quanto deveria. E mostrando isso através do audiovisual, se torna uma maneira melhor de você vivenciar”, explica Vitória.

Representatividade

Ao todo, a equipe é formada por 12 mulheres – elas são futuras jornalistas, diretoras, roteiristas, fotógrafas, editoras e produtoras. Para começar o processo de escrever o roteiro, elas criaram juntas uma roda de conversa, em que convidaram mulheres para contar suas histórias. Depois, foi realizado um questionário, totalmente anônimo.

Foram colhidos cerca de 80 relatos. O número assustador dos relatos reais foi delicadamente estudado para ser incorporado no roteiro. “O processo de escrever o curta foi extremamente difícil, porque é um assunto muito delicado. A gente tem que ter um cuidado na hora de escrever, de colocar no papel e na hora de gravar. E eu estava escrevendo e pensando na melhor forma de não ferir as mulheres que já sofreram com isso”, explica Vitória.

Além disso, o viés da história aborda o abuso psicológico, que muitas vezes é o mais difícil de perceber e se desvencilhar, assim como representa os primeiros sinais de violência para ficar atento.

A construção dos personagens também foi baseada para quebrar estereótipos, uma vez que qualquer pessoa está sujeita a um relacionamento abusivo. Gabriela é uma jovem empoderada, feminista, de bem com a vida e que está feliz com o começo da faculdade, mas vai decaindo conforme Caio vai se “relevando”. Já Caio, estudante de música, é o típico “esquerdomacho”: é politizado, desconstruído, apoia o feminismo, mas apresenta atitudes machistas.

Interpretada pela estudante Marcella Vieira, que faz teatro no Sesc Arsenal, essa é a primeira experiência dela em frente as câmeras. Para interpretar Gabriela, ela conta que pesquisou várias referências, além de ouvir os relatos de mulheres reais.

“O texto é psicológico, e não físico. Então era uma coisa pra trabalhar mais o semblante, a tristeza, que é a pior coisa. Porque a Gabriela, ela é toda positiva, feminista, ela não percebe que está num relacionamento abusivo. Pesquisei filmes e relatos, pra entrar mais no mundo que algumas mulheres passam”, conta.

Por meio de sua personagem, Marcela espera que as mulheres se conscientizem, e que os homens parem de reproduzir esse comportamento. “Espero que as mulheres prestem mais atenção nos sinais de um relacionamento abusivo e não aceitar certas coisas. Comecem a se ver no papel e ajudar as mulheres a perceber que não é normal o que a Gabriela está vivendo. E que os homens percebam essa atitude e não seja esse cara. É a conscientização de se ver em um papel”.

As filmagens começaram no dia 24 de junho, e foram finalizadas no inicio de julho. Na fase de edição, a produção espera finalizar o curta-metragem no final do mês para começar a inscrevê-lo em editais e festivais de cinema.

Acompanhe a produção no Facebook e no Instagram

Equipe

Direção de fotografia:
Ana Carolina Mello
Produção: Isabelle Almeida
Assistência de produção: Karenn Britto e Isabela Ferreira
Continuista: Isabela Venâncio
Direção de arte: Késsia Oguihara e Daiane Maciel
Still: Daiane Marafon
Edição: Ana Carolina Coelho e Yaemi Yamauchi
Som direto: Ana Carolina Coelho
Produção de elenco: Jéssica Corte
Assessoria de imprensa e divulgação: Karen Rosa
Elenco: Marcella Vieira (Gabriela) e Lucas Lemos (Caio)
 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet