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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Estúdio de tatuagem reúne cinco artistas com estilos diferentes

Foto: Melissa Olavarria

Estúdio de tatuagem reúne cinco artistas com estilos diferentes
Cinco tatuadores decididos a ressignificar a pele em arte se uniram em um único espaço. Do estilo realístico a referência do old school, Eliz Haddad, Cecília Junqueira, Kathleen Hannah, Neto Tatuador e Scopellikus fazem do Dália Negra Tattoo um estúdio underground para enaltecer o trabalho autoral e artístico da tatuagem.

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Com as portas abertas desde a última sexta-feira (13), Eliz Haddad conta que a nova galeria veio para potencializar o trampo dos artistas. “Nós queremos criar arte, mostrar a tatuagem como uma arte mesmo. Cada artista com seu estilo próprio, sua pegada e identificação, pra quando alguém olhar na rua e falar ‘esse trampo é de tal pessoa’. É reconhecer o trabalho pelo estilo”, explica.
 

O Dália Negra Tattoo já recebe clientes, que ora trocavam ideias sobre seu primeiro desenho ou pediam para cobrir uma tattoo da qual se arrependeram. Os cinco tatuadores se conheceram a partir de contatos com outros profissionais e estúdios.

O espaço surgiu a partir de Eliz Haddad e Kathleen Hannah, quando elas organizavam seus corres. Após uma recepção positiva em um flash day de uma universidade em São Paulo, o plano inicial das duas era de se mudarem para a capital paulista. Mas foi só pisar em Cuiabá para arrumar as malas, que a oportunidade de uma galeria própria surgiu.

“No dia seguinte que a gente chegou em Cuiabá, o cara que alugava esse espaço mandou uma mensagem pra Kathleen, perguntando se ela ainda tinha interesse, porque ela já tinha procurado esse lugar antes. Ela falou comigo e viemos olhar e gostamos de cara, da localização... Mudamos todos os nossos planos”, conta Eliz.
 

Logo, os outros três tatuadores decidiram colar também no negócio. Com umas caixas de cerveja, o grupo arregaçou as mangas e reformaram o lugar. Da massa corrida até o papel de parede, tudo leva a mão deles. Já dentro do estúdio, os quadros nas paredes com as cinco macas exibem a identidade artística de cada um.

“Nós somos autônomos, tatuador já tem essa coisa de trabalhar por conta. Somos artistas e os planos foram mudando. Como resolvemos ficar em Cuiabá, nós precisávamos de um espaço pra atender, então resolvemos abrir aqui, e que a principio era só nós duas. Ai o Scopellikus chegou, o Neto também. Era um período de transição, mas nos damos bem pra caramba e fomos ficando”.

Ao convidar Cecília para também somar na galeria, Eliz queria empoderar e incentivar o trabalho de mulheres tatuadoras. “Não somos exclusivo só de mulheres, mas a gente quer dar essa oportunidade de empoderamento mesmo. Como a gente já conhecia a Cecília, o trabalho dela muito bacana, então a queríamos junto com a gente. Está tudo fluindo”.

A tatuagem compreende vários estilos diferentes, que o tatuador vai se identificando conforme o tempo. Eliz, por exemplo, faz de tudo, mas sua vibe é mais ilustrações e cores. Já Kathleen tem uma pegada no black work, e trabalha vários estilos dentro dele. O forte de Cecília é botânica, enquanto Scopellikus gosta de sketch tattoo.

“Gosto da ilustração, porque tenho uma liberdade grande dentro dela. Posso trabalhar vários estilos, como realismo, pegar referência da old school, neo trad, aquarela... Gosto muito de colorido, então acho um desperdício não trampar com isso”, diz Eliz. Sua paleta preferida para trabalhar são as cores frias, que estão em seus quadros e até no cabelo.

A “madre superiora”, como Scopellikus chama Eliz, é quem tatua há mais tempo: são 6 anos atuando profissionalmente. O interesse por gravar arte na pele veio desde criança, quando aos 9 anos ela tentou fazer uma tatuagem nela mesma com canetinha e agulha. “Curiosamente a Kathleen me contou uma história semelhante, que ela também tentou fazer”, e ri.

Como tradição, tatuadores tem aprendizes, e Eliz foi ‘mestre’ de Scopellikus e Kahtleen, que antes fazia body piercing. “Eu gosto muito de ensinar, conhecimento é pra ser passado. O que eu entendo a respeito do conhecimento, é que é uma troca. Nunca você ensina algo sem aprender algo em troca. Todas as vezes que pego alguém de aprendiz, eu sempre to passando alguma coisa que essa pessoa não sabe, mas essa pessoa tem uma postura diferente de lidar, com o próprio aprendizado que ele ta recebendo. E essa forma de lidar eu acabo aprendendo também”.

Serviço

Endereço:
Rua Cursino do Amarante, 96, Centro Norte (0,56 km), 78005235, Cuiabá
Horário: 13h às 19h
Contato: (65) 3634-8124
 
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