O principal ponto fixo da doceria Magrello mudou de endereço na última quarta-feira (25). Com um espaço muito maior e capacidade para até 70 pessoas, a empresa decidiu apostar em opções para o café da manhã e almoço, além de aumentar a quantidade de doces. O espaço funciona de segunda a segunda, e os proprietários garantem que o método ainda é artesanal, feito como há 25 anos - quando a marca nasceu.
Torta Red Velvet (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)
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Dentre as novas opções do cardápio estão, por exemplo, desde um simples pão na chapa, até omeletes (de claras ou de ovo inteiro) com gemas, sanduíche de focaccia e sanduíche de mortadela (estilo do Mercadão de São Paulo). Para o almoço, agora é possível pedir hambúrgueres (das 11h às 19h), saladas e grelhados, como filé mignon e frango, além de porção de batatas fritas. Também há mais opões de doces: mais de 35 sabores de minitortas. Vale lembrar que o novo ‘Magrello’ produz também pães artesanais.
Burgers são novidades (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)
Pão na chapa, opção para o café da manhã (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)
“La [na antiga loja] nós não tínhamos espaço físico pra aumentar o mix, não tínhamos estacionamento, então a loja estava muito pequena. Muitos clientes iam lá e não conseguiam entrar. Então a gente decidiu que tinha que abrir uma loja onde as pessoas pudessem desde o café da manhã até o final da tarde ter produtos para consumir”, explicou ao Olhar Direto a gestora de marketing da empresa, Kelly Albert.
De onde veio tudo isso?
A história do Magrello é antiga. Muito antes de 1993, quando a empresa nasceu, a mãe de Kelly, Beatriz Albert, já fazia doces para vender. Na época, eram doces como cocada, pé de moleque e pirulitos de caramelo, que eram fornecidos para supermercados. A empresa se chamava ‘Água na Boca’. Dona Beatriz é chef patissière, estudou gastronomia e já fez diversos cursos nacionais e internacionais. Desde o início, ela sempre teve a ajuda do filho Alessandro Albert.
Em determinado momento, não ficou mais viável continuar com os produtos ‘água na boca’. Praticamente ao mesmo tempo, Alessandro decidiu começar a vender cachorro quente. Ele, que sempre teve o apelido de ‘Magrelo’, apostou no negócio, que se chamava ‘Magrelo’s Dog’, e ficava próximo à Praça Popular.
O empreendimento deu certo, e fez mais sucesso ainda quando implantou um novo produto, o ‘cachorro quente prensado’, receita trazida de Maringá, que leva salsicha, frango desfiado, molho branco, e tomatinho. Tudo prensado no pão de cachorro quente.
Com a ajuda do pai de Alessandro, o Magrelo’s Dog cresceu e ganhou um ponto fixo. Dona Beatriz também entrou no negócio, vendendo docinhos no local. Tempos depois, ainda maior, o empreendimento se tornou uma casa de lanches e doceria.
“Ate que começou a ter muito baguncinha aqui, o Mc Donalds também veio pra cá, e começou a inviabilizar o negócio”, lembra Kelly. “Aí que começou os doces pra casamento. Foi bem na época que a Leila Malouf entrou no mercado, ela era pequenininha, e tinha um relacionamento bom com a minha mãe. Ela viajava muito pro exterior, trazia amostras, minha mãe reproduzia, ela vendia no buffet, e foi indo”.
O ‘Magrelo’s Dog’, então, passou a ser conhecido mais pelos doces, e o nome passou a não fazer mais sentido. Foi uma agência de publicidade que sugeriu tirar o ‘S’ e acrescentar um ‘L’. Assim nasceu o ‘Magrello Buffet Doce’. Com este nome, por algum tempo, a empresa só atendia festas, até que a família decidiu abrir a doceria na Avenida Filinto Muller.
Além dos doces, eles decidiram implementar opções salgadas, como os quiches (de salmão, de bacalhau), as lorraines e os pasteis assados. Três sanduíches que faziam parte do cardápio do ‘Magrelo’s Dog’ continuaram disponíveis: o paulistinha, o próprio cachorro quente prensado, e o Super Magrelo.
'Super Magrelo' vem do cardápio do Magrelo's Dog (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)
Mais de dez anos se passaram até esta nova mudança. Hoje, o Magrello tem, também, um quiosque no Pantanal Shopping, dois cafés no Big Lar (um no Jardim das Américas e um no da Miguel Sutil), e vende, ainda, as tortas nestes supermercados. A esposa de Alessandro, Annelise, também entrou na equipe de direção.
“O Magrello vem numa crescente. Quando a gente fala de uma empresa que tem quase 25 anos, ela veio evoluindo com o tempo”, explica Kelly. “A empresa já passou por altos e baixos, a gente já pensou em fechar tudo, depois volta tudo de novo. São 25 anos de história, é igual a história de uma carreira, às vezes você está em cima, às vezes você não está, é a mesma coisa”.
Mesmo com a produção tão grande, o Magrello continua somente com receitas exclusivas, e produzindo tudo o que vende manualmente. “Como a empresa cresceu, as pessoas acham que os produtos ficaram industrializados de alguma forma, mas não. O que a gente tem de maquinário é uma masseira, que é uma grande panela que ela mesma faz o brigadeiro e mexe, porque era uma coisa muito grande, as pessoas mexiam aqueles tachos enormes, queimavam os braços, então temos um equipamento assim. Mas hoje o maior equipamento é esse”, garante.
Para conseguir tal proeza, a empresa conta com quase 90 funcionários, que se dividem em uma cozinha de doces, uma de salgados, e uma de tortas, sendo que cada uma delas tem um líder. Além das docerias, a empresa não deixou de fazer produtos para casamentos, aniversários de 15 anos e infantis.
O segredo de tudo isso? Trabalho. “Dá muito trabalho! A gente olha aqui, [está] super bonito, mas pra ficar assim é muita dedicação, muito empenho, muito foco, e como a minha família tem uma origem alemã, ela é um pouco mais rígida. Tem rigidez tanto em questão de horário, quanto de prazos, eu acho que isso é o sucesso. Não é só o talento, é a dedicação, é o empenho, é estar ali todos os dias acompanhando tudo o que está acontecendo. Trabalho duro, é suor”, finaliza Kelly.
Serviço
Magrello Doceria
Endereço: Rua das Papoulas, 70 - Jardim Cuiabá
Funcionamento: Segunda a segunda, das 7h às 19h
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