Olhar Conceito

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Moda

artesanal

Multiartista desde a infância, gaúcha cria acessórios em couro em Cuiabá

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Multiartista desde a infância, gaúcha cria acessórios em couro em Cuiabá
A primeira lembrança de Anna Amélia Marimon, gaúcha radicada em Cuiabá, de sua relação com a arte foi aos cinco anos de idade. Na escola em Santa Maria, onde nasceu, ela desenhou uma cuia de chimarrão, que, mais tarde, passou a enfeitar a sala do secretário de educação do Rio Grande do Sul.  E nunca mais parou. Hoje, aos 59 anos, olha para trás e vê uma vida repleta de desenhos, pinturas, poesia, prosa, esculturas e, também, de couro.

Leia também:
Virgínia Mendes veste Martha Medeiros e sapato Chanel na posse do governador

A relação com o couro começou na adolescência. Ele estava por todo lado em sua casa, fruto de um fascínio do pai, que comprava e também caçava todo tipo de animal para, depois, poder enfeitar o sofá, os bancos do carro e usar como tapetes. “Um dia, eu olho a pele de raposa e penso comigo: eu posso fazer uma bolsa com essa pele”, lembra Anna.

Na época, ela tinha em torno de doze anos. Deu a bolsa para um amigo que foi fazer um intercâmbio em Londres, e fez sucesso. Tanto que decidiu fazer o mesmo com os outros couros do pai, enquanto ele viajava. “Cortei tudo, fiz bolsas, comprei vazador pra fazer os buracos... quando ele voltou, eu fui toda alegre mostrar pra ele meu grande feito”.

Como as bolsas estavam pintadas, o pai não reconheceu prontamente o material. Quando descobriu, ficou furioso. “O que? Você pegou os meus couros de catitu, e os meus couros que eu ia forrar o banco do carro, e fez o que? Bolsas? Essas bolsas estão horríveis, parecem bolsas de hippies”, reclamou.

Passada a raiva, ele voltou atrás em seus comentários, e incentivou que a filha continuasse neste caminho. E ela continuou. Como estudava em uma escola industrial, aprendeu tudo sobre corte e costura, molde, modelagem e artesanato em couro, e levou os ensinamentos para a vida.

Aos dezesseis, mudou-se com a família para Mato Grosso, onde fez amizade com o filho de um sapateiro. “Eu vivia lá eu dentro da sapataria, procurando retalho de couro pra fazer coisas, fazer pulseiras... sempre inventando”.

Em Cuiabá, nos anos 70, voltou-se novamente para as artes plásticas, ao conhecer Humberto Espíndola e Aline Figueiredo. Conviveu com João Sebastião, Clóvis Irigaray, mergulhou na pintura, ganhou o primeiro prêmio do Salão Jovem Arte, desenhou figurinos para filmes como 'Cerimônias do Esquecimento' (documentário sobre Ricardo Guilherme Dicke), novelas como Ana Raio de Zé Trovão, de Jayme Monjardim, e peças de teatro, e integrou a banda Caximir. Foi por aqui, também, que escreveu e desenhou um livro infantil, quando suas filhas ainda eram pequenas – mas que nunca foi publicado.

Imagens do livro infantil (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Série de desenhos sobre Mato Grosso (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Tela da série premiada no Salão Jovem Arte (Foto: Rogério Flonrentino / Olhar Direto)

Desenho de figurino (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)


Escultura (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Com o couro, voltou a trabalhar quando sua irmã mais velha, Leonora, casou-se com um rapaz que era filho do dono de um curtume. “Com essa facilidade do couro, a gente começou a desenvolver um produto, e ficamos anos trabalhando juntas. Mas nessa época a gente tinha uma estrutura fabril, tinham máquinas, funcionários... e fazia roupas, fazia toda a linha do vestuário, e acessórios”.

Por incompatibilidade de estilos – Anna Amélia gosta mais do ‘boho’ e do rock’n’roll – ela e a irmã deixaram de trabalhar juntas, e Anna voltou a produzir somente de forma artesanal, como faz até hoje.



Atualmente, a ‘couro designer’ só faz as peças sob encomenda. Entre seu ‘rol’ de opções estão coletes, cintos, bolsas, pulseiras, chokers, braceletes, harness, artigos para falcoaria, dentre outros. “Eu sempre gostei muito de trabalhar com acessórios, e com modelagem. Acho que se você veste um colete, um adereço qualquer, um cinto, um colar, você muda o visual da roupa. Você dá um up”, finaliza.



Serviço

Anna Marimon Couro Designer
Contato; (65) 99969-2531 (WhatsApp)
FAN PAGE / INSTAGRAM
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet