O MC Felipi Ramos Freitas Lee tem vinte anos, e há quatro começou a musicar seus versos. Suas lembranças com a música, no entanto, vêm desde criança. Desde então, “é como se não existisse se não estiver cantando, rimando, compondo”, e, por este motivo, decidiu vender brigadeiros por Cuiabá, com o objetivo de montar um ‘home studio’ e gravar seu primeiro álbum.

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“Lembro que eu gostava de cantar as MPBs que a minha Mãe ouvia quando eu era criança... Tim Maia, Zé Ramalho, Elis, Tom, Fagner, Fábio Júnior, Chico Buarque, Djavan, e os pagodes também (...)”, contou ao Olhar Conceito. Apesar das influências, quando cresceu ele foi buscar suas próprias inspirações. Nesta época, conheceu Charlie Brown Jr., Raimundos, RHCP, Skank, Nirvana, Snoop Dog, Eminem, Tupac, 50 Cent e Jay Z. “A MTV da TV aberta me ajudou bastante”.

Mesmo sem nenhum músico na família, foi este caminho que ele decidiu trilhar, e aos dezesseis musicou alguns poemas, que escrevia desde muito antes. “A música sempre teve o poder de me fazer visitar outros lugares, outros mundos, sem sequer mover um passo, e eu amava isso. Amo”, confessa.

Foi nesta época, também, que ele publicou o primeiro vídeo na internet, ao lado de Murilo, um amigo que veio a falecer em 2016. Foi também em homenagem a ele que Felipi divulgou a primeira música, “MM95”, em seu canal no Youtube. A segunda veio em outubro de 2018.

De acordo com o rapper, a ideia de vender os brigadeiros veio de um canal chamado ‘Via Infinita’. “Mas a motivação pra ir pras ruas vender os brigadeiros de pote surgiu realmente da necessidade de correr atrás dos meus objetivos por mim mesmo. De sair da zona de conforto, não depender das dificuldades e das perspectivas que elas trazem, levantar a cabeça e lutar por aquilo que eu quero. Coisas que ninguém fará por mim ou por você”, afirma.

Os brigadeiros custam R$ 4 (dois por R$ 6 e quatro por R$12), e Felipi vende no centro de Cuiabá, dentro dos ônibus e, aos finais de semana, na Arena Pantanal. Seu objetivo é vender seis mil potinhos, para conseguir custear o estúdio e o CD. Além disso, é possível entrar em contato com ele via WhatsApp para fazer pedidos (entregas têm uma taxa de R$8).

Apesar de ser um MC e se dedicar prioritariamente ao rap, Felipi também canta reggae, samba, MPB, rock e outros gêneros. “Pra mim a única relevância, é que ela [a música] seja verdadeira, [com] sentimentos reais e afins. Minhas influências vão do Blues ao Funk Br, então eu prefiro não ser limitado à algum tipo de rótulo”, finaliza.



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