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Domingo, 28 de abril de 2024

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REDUTO DA BOEMIA

Bar de todas as tribos, Lucius do Caju volta para Cuiabá com novidades e tributo a Raul Seixas já tem data marcada

Foto: Olhar Direto

Bar de todas as tribos, Lucius do Caju volta para Cuiabá com novidades e tributo a Raul Seixas já tem data marcada
A harmonia retratada pela estética de um caos organizado que proporciona a união de todas as tribos com a  irreverência invadindo a decoração e a funcionalidade de um dos locais mais frequentados pela boemia cuiabana, o bar Lucius do Caju, retornou para a capital em julho, após passar oito meses funcionando em Várzea Grande. Agora, está instalado na mesma Rua Estevão de Mendonça e funciona de terça-feira à sábado, a partir das 18h, bem em frente ao antigo e lendário espaço que ficou conhecido pelo cajueiro que sombreava a bebedeira e levou a fama por aglutinar públicos de toda sorte.

A principal novidade do retorno à Cuiabá serão os eventos organizados mensalmente. O primeiro foi uma festa com temática brega, no dia 17 de setembro. No próximo, Lucius já está ensaiando o repertório para um tributo à Raul Seixas, no dia 8 de outubro, sábado. O seguinte, ainda não está pronto, mas nas palavras dele "eu invento".

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O bar de todas as tribos, como define Lucio Ferreira, de 47 anos, se confunde com seu estilo e identidade. Ele recebeu o olhar conceito vestindo um short jeans, calçando uma meia vermelha até o meio da canela, dentro de um coturno, um colete daqueles de motoqueiro sem nada por baixo, chapéu no estilo boiadeiro cravado com uma figura de santo, óculos de sol que cobria metade do seu rosto, pulseiras de coro e colares com crucifixo. 



As paredes do bar são tomadas por fotografias de clientes, entusiastas, políticos, juízes, figurões, celebridades cuiabanas, fãs de Lucius e até noivos e noivas que terminavam as respectivas festas de casamento e partiam direto para a bebedeira sempre sonorizada com muito brega e flashback.

Em minutos, Lucius fez um “tour” apresentando o ambiente à reportagem. Começando pela parte exterior, relembrou os momentos vividos no antigo bar, que era sombreado pelo famoso cajueiro. Hoje no local que já serviu como point da cuiabania e público de toda sorte, o comércio tomou conta. E o pé de caju desceu a baixada da Cândido Mariano, para os fundos do terreno.

Entrando na novidade que fica escondida dentro de uma pequena porta, apenas com uma placa de aviso com o nome do bar na parte superior, abre-se o novo espaço para o reduto da boemia cuiabana. Com orgulho da trajetória trilhada, ele logo começa a contar as histórias que carregam todas aquelas fotografias grudadas nas paredes. Para ele, o bar é cultural e cabe todo mundo.
 

“Todo mundo é ser humano, tem que respeitar todo mundo”, disse enquanto apontava para os noivos que passaram por ali e os políticos que fazem questão de posar ao lado dele em períodos de campanha, ou até mesmo para apreciar cerveja gelada ao som dos teclados do icônico proprietário. 

Regendo as cadeiras e mesas de plástico, daquelas de boteco mesmo,  o famoso palco Do Caju não poderia faltar. Ao contrário do Karaokê, disponível para público desfrutar livremente da cantoria por uma hora, o palco é utilizado somente por ele. Um teclado, chapéu, decorações de clientes que passaram por ali, uma luz de festa , uma foto dele na época de candidato ao lado da dupla Milionário e José Rico e demais apetrechos compõe o elevado que recebe apenas os shows de Lucius.



Logo atrás, ele instalou dois sofás para, em suas palavras, “aqueles casaizinhos que gostam de ficar mais escondidinhos”, brincou. Seguindo pela antiga casa que agora abriga o bar, uma sala com, luz verde, cinzeiro,  bancos e mesa de sinuca serve “para o pessoal brincar”.

Pinturas de artistas regionais como Zeilton Matos, as fotografias, certificado de Mestre da Cultura, moção de aplausos e até um quadro de Jesus Cristo, que ele pegou no 0 Km, em VG e fica ao lado de uma coroa de espinhos que as vezes usa para se apresentar, compõe a decoração do boteco. O famoso armário que se abria para os mictórios não acompanhou a sexta mudança para a nova casa, que não tem espaço. Porém, ele pretende encaixa-lo em ali de alguma forma.



Mas a principal novidade do retorno para Cuiabá são os eventos, que agora serão organizados pelo menos uma vez por mês. No dia 17 de setembro, ele fez uma festa com temática brega, “cantando só músicas antigas no nível de “eu não sou cachorro não”, contou por entre risadas.
 

Agora, a meta é fazer eventos mensas. O próximo já está sendo estudado por Lucius. Será um tributo à Raul Seixas, o terceiro que ele faz. “Estou ensaiando o “toca Raul”, já estou ensaiando um reportório grande para fazer um tributo a Raul. Já fiz três vezes e agora vou fazer a quarta”.

Como seu público é cativo e fiel, Lucius ainda não sabe qual evento será o posterior ao tributo. Mas, não tem problema, ele inventa! “Porque o público é garantido, mas preciso ter um espaço maior. Cada mês eu vou inventar uma coisa nova para as programações. Depois do Raul eu invento outro evento”.

Na ativa desde 1996, esse é o sexto bar que ele abre. Perto de completar trinta anos de estrada, a receita do sucesso inigualável, da história vencedora permeada por cultura e importância para a noite cuiabana não poderia ser outra.
“É ser quem você é. Seja você. Não tenha sorriso falso. Seja você. Apenas a sua pessoa. Seja o que você é, apenas isso. Porque quando você é uma coisa forçada, o cliente percebe, qualquer um percebe. Até no cumprimentar. Você cumprimenta uma pessoa e ela já sabe se você tá tirando ela ou não. É você ser o que é, com carinho, com coração. Esse é o sucesso, atender com coração, com carinho, independente de quem for”, revelou.

Perto de completar 50 anos, Lucius quer passar os ensinamentos e peripécias de buteco para seu filho Luan Ferreira, de 18 anos. De terça-feira à quinta-feira, é Luan que toca o bar, nos dias de videokê. Nas sextas e sábados, Lucius garante o Falshback e o Brega nos teclados.

O futuro do bar, garantiu, será na capital. Mas a intensão é aumentar o espaço para atender todo seu público de uma só vez. Para isso, precisa dobrar de tamanho e as metas já estão definidas: Lucius vai se ajeitar onde está e, em breve, investirá em um novo ambiente que consiga suportar a clientela, especialmente porque agora ele não vai abrir mão da regularidade dos eventos.

“Tanto é que já estou ensaiando meus filhos. Agora é Cuiabá com fé em deus pra sempre. Mas não vou dizer que só aqui nesse ponto. Pois pretendo, com o tempo, comprar um espaço maior aqui em Cuiabá. Porque eu tenho um espaço maior aqui, eu vou ter mais sucesso. Quero ter uma casa de eventos pelo menos duas vezes maior que aqui, porque aí sim. Com o tempo, vou continuar batalhando para ter um espaço maior”, finalizou.

Serviço:
Bar Lucius do Caju
Local: Rua Estevão de Mendonça, 911 - Quilombo, Cuiabá - MT
Horário de funcionamento: de terça a sabado, a partir das 18h

 
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