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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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‘A COZINHA DO SAL’

Há 12 anos em Chapada dos Guimarães, espanhol faz patês veganos, mostardas e pimentas artesanais

Foto: Reprodução

Há 12 anos em Chapada dos Guimarães, espanhol faz patês veganos, mostardas e pimentas artesanais
O cozinheiro espanhol Salomón Morales, de 47 anos, se apaixonou pela culinária enquanto se envolvia cada vez mais nos processos do restaurante que era comandado pela mãe em Navarro, no norte da Espanha. Em junho de 2009, Salomón decidiu se mudar para o Brasil e, depois de passar por algumas cidades, incluindo Cuiabá, teve certeza de onde iria fixar residência quando conheceu Chapada dos Guimarães (a 64 km da Capital). 

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‘Fui para São Paulo e morei uns seis meses no Rio de Janeiro. Em Mato Grosso, morei 15 dias em Rondonópolis e uma semana em Cuiabá, onde fiquei morando na casa de uma amiga que era professora da UFMT, perguntei para ela sobre outro lugar que não fosse tão calor, ela falou sobre Chapada dos Guimarães. Peguei minha mochila e vim para cá. No dia que cheguei, falei: quero ficar aqui”. 

Salomón se descreve como apaixonado por Chapada dos Guimarães, onde mora há 12 anos. Na UFMT se formou em Geografia e conta que já não tinha intenção de seguir na culinária, mas o destino fez com que ele começasse a desenvolver as “pequenas joias gastronomicas”, como chama os produtos que misturam Brasil, cerrado e Espanha. 

“Por uma coincidência do destino saí do trabalho que tinha na pousada e decidi colocar em prática tudo que tinha de conhecimento e bagagem, que tinha aprendido com a culinária de Mato Grosso e brasileira. Decidi fazer uma mistura entre culinárias europeias, mediterrâneas, mato-grossenses… Uma viagem por todo o mundo”. 

Em Chapada dos Guimarães, Salomón também trabalhou como chef de cozinha em uma pousada, onde fazia cafés da manhã com pratos especiais. Em 2014, ele abriu “A Cozinha do Sal”, ainda sem pretensão de transformar a culinária em trabalho. 

“Criei uma cozinha criativa com pequenas jóias gastronômicas. A partir de 2016 quando estava fazendo faculdade, decidi fazer as duas coisas. Hoje trabalho apenas com a gastronomia e também organizo a Feira Chapada Cultural, que foi idealizada por mim”. 
 

No total, Salomón produz mais de 25 tipos de produtos diferentes, entre mostardas artesanais, patês e pimentas. A mostarda “Xômana”, por exemplo, nasceu quando ele percebeu que não “daria conta” de comer todas as bananas que cresciam em seu quintal. 

“Decidi fazer um vinagre com elas e fazer uma mostarda. Tenho uma linha de patê que são veganos. Decidi fazer com castanhas como pará, caju, cumaru. Fazemos com brócolis, berinjela e tomate”. 

Ele explica que trabalha de maneira criativa e, por isso, os produtos do cardápio não são fixos. A formação em Geografia também foi importante para que ele aprendesse mais sobre o cerrado e outras especificidades brasileiras, conhecimento que aplica nas receitas. 

“É uma cozinha que é continuamente criativa, você pode vir e encontrar um produto hoje, mas na próxima semana ele mudou ou não se faz mais, a ideia é a inovação contínua”. 

Questionado se pretende voltar para Espanha, Salomón brinca ser apaixonado por pequi e não se vê mais cozinhando sem os sabores mato-grossenses e brasileiros. 

“Voltar para a Espanha para quê? Alguém perguntou para mim se eu já tinha comido cabeça de pacu… Sou apaixonado pelo pequi. Difícil sair daqui e não ter mais esses sabores maravilhosas”.
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