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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Cuiabano cria porca 'como pet' após desistir de abate: ‘até deita quando vai receber carinho’

Foto: Reprodução

Paulinho (lado direito) foi o primeiro suíno de Sérgio, apesar de ter sido comprado para abate, ele se tornou parte da família

Paulinho (lado direito) foi o primeiro suíno de Sérgio, apesar de ter sido comprado para abate, ele se tornou parte da família

Quando comprou o primeiro porco, o pedreiro Sérgio Camargo, de 45 anos, pretendia criá-lo para consumo próprio, mas tudo mudou quando “Paulinho”, como ele foi nomeado na casa nova, se tornou o xodó de Sérgio e da esposa, Tatiane dos Santos, de 38. Antes de Paulinho, eles nunca haviam criado outros animais além de cachorros e gatos, mas o pedreiro se surpreendeu com a relação de afeto que criou com o suíno. 

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No final do ano passado, depois de sete meses morando com Sérgio e Tatiane, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, Paulinho fugiu. Até hoje o pedreiro lamenta a perda do amigo suíno e conta que, mesmo meses sem nenhuma pista, continua na esperança de encontrá-lo. 

“O Paulinho escapou de dentro de casa e podem ter levado ele ou estão criando como reprodutor, porque ele é macho. Até hoje rodo a vizinhança procurando ele, para ver se acho o Paulinho. Acho que eu reconheceria ele, porque ele fugiu uma vez, eu saí a pé e passei por uma chácara vizinha, mas não vi ele”. 


Sérgio que até hoje tem esperença de encontar Paulinho, que fugiu da casa no final do ano passado. (Foto: Arquivo pessoal)

“Quando voltei perguntei se não tinham visto um porquinho. Quando o Paulinho escutou minha voz, ele começou a rosnar, mas já estava amarrado. O Paulinho ficou uns sete meses com a gente, ele era muito amado”, conta. 

Com saudade do parceiro suíno, Sérgio decidiu comprar um casal de porcos para criar. Os nomes já estavam escolhidos: Romeu e Julieta, como em Shakespeare. No final do ano passado, Julieta entrou na vida do pedreiro e da esposa ainda filhote. 

“O rapaz que estava vendendo só tinha a fêmea, que é a Julieta, por isso ainda não tenho um casal. Ela chegou muito debilitada, não sei se eles não tinham muitas condições de tratar, ela estava bem magrinha e bem arisca. Fui tratando dela, dando ração e vitaminas, ela cresceu”. 

Julieta entrou na família depois que Paulinho desapareceu. (Foto: Arquivo pessoal)

Sorrindo, Sérgio conta que a Julieta se anima quando ele chega do trabalho no final do dia ou quando ele acorda cedo para vê-la no quintal. Atualmente, Julieta já está com 30 centímetros e aproximadamente 20 kg. 

“De manhã quando acordo, 5h, ela escuta e já grita na casinha dela, começa a rosnar lá e tenho que ir ver ela, fazer um carinho, só depois vou trabalhar. A tarde é a mesma coisa, ela escuta o barulho do carro e já começa a rosnar, entro e já pego ela, fico um pouco cuidando, faço um carinho, coço a barriga dela”. 

O pedreiro explica que ainda se impressiona com a conexão e o afeto que desenvolveu por Julieta. Na casa, ele e a esposa também têm pets convencionais, mas Sérgio conta que a suína chega a deitar no chão para receber carinho na barriga. A relação dos dois também deixa Tatiane maravilhada. 

“Ela até deita quando vai receber carinho, é impressionante, acho que nem gato e cachorro faz dessa forma. Temos cachorro e gato também, mas por ela ser diferente, a atenção vai mais para ela”. 


Paulinho passeava de carro com Sergio e Tatiane. (Foto: Arquivo pessoal)

Sérgio ainda quer comprar um suíno para chamar de Romeu e formar o casal com Julieta, mas afirma que não consegue mais pensar em abater os animais. Ele explica que chegou a chamar um conhecido para capar Paulinho, mas desistiu.

“Cheguei a chamar um conhecido meu para capar ele, porque tem que fazer isso para poder comer a carne, senão fica um cheiro forte. Mas quando o cara chegou, o Paulinho correu para perto de mim, não tive coragem nem de capar ele, matar então, fora de cogitação. A Julieta também, já tenho um carinho muito grande por ela”. 

O pedreiro ainda lembra com saudade das voltas de carro que costumava dar com Paulinho e afirma que, desde que sumiu, a casa ficou um pouco mais vazia. Para ele, a presença de Julieta torna os dias mais felizes. 

“O Paulinho andava de carro, a gente dava banho nele, saía bem limpinho para passear com a gente. As pessoas ficam abismadas, porque não esperam que alguém abra o carro e saia um suíno. É um animal que não tem maldade nenhuma, a presença da Julieta me deixa muito mais feliz, é impressionante como ela se conectou tanto com a gente”.
 
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