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Domingo, 28 de abril de 2024

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convite do ministério da saúde

Maria Taquara, lobo guará e obras de Sodré: artista de MT faz releitura de Zé Gotinha com elementos cuiabanos

Foto: Reprodução

Maria Taquara, lobo guará e obras de Sodré: artista de MT faz releitura de Zé Gotinha com elementos cuiabanos
O monumento que homenageia Maria Taquara, o lobo guará e as cortinas de chita que marcam presença nas obras de Adir Sodré, são alguns dos elementos cuiabanos e mato-grossenses que foram usados para uma releitura de Zé Gotinha, feita pelo artista Hugo Alberto, de 32 anos. Natural de Jauru (a 483 km de Cuiabá), Hugo foi convidado pelo Centro Cultural do Ministério da Saúde para compor a exposição "Zé Gotinha do Brasil". 

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A mostra celebra os 50 anos do Programa Nacional de Imunização (PNI). Foram 20 artistas convidados, sendo quatro por cada região do Brasil. Ao Olhar Conceito, Hugo explicou que a ideia da releitura cuiabana de Zé Gotinha foi de homenagear os artistas de Mato Grosso. 

"A ideia foi homenagear também quem ilustrou esses ícones antes de mim, cada um a sua maneira, artistas da terra que ajudaram a criar essa identidade visual brasileira e mato-grossense com suas pinturas. Nessa ilustração quis fazer uma fusão de várias referências brasileiras que me tocam. Elementos da iconografia cuiabana e mato-grossense, como o Morro de Santo Antônio, o caju e a manga". 

Na ilustração feita por Hugo também é possível observar outros elementos que rementem a Chapada dos Guimarães e as cortinas de chita de algumas obras de Adir Sodré. Além dos elementos mato-grossenses, o Zé Gotinha do artista também recebeu inspirações de Tarsila do Amaral em suas formas.  

"O monumento à Maria Taquara, a Lixeira, árvore tortuosa típica do cerrado, que Benedito Nunes ilustrou tão bem em suas obras. Também os casarões históricos, com destaque para a Santa Casa, primeira unidade de saúde de Cuiabá. O Zé Gotinha com as formas do Abaporu, de Tarsila do Amaral e pássaros de Di Cavalcanti. 

Para Hugo, foi gratificante fazer parte do movimento de retomada de incentivo e valorização da arte brasileira. "O Zé Gotinha tem uma importância muito grande na conscientização da população sobre as vacinas, e foi criado por um artista, o Darlan Rosa, em 1986. Essa é a importância da arte, do lúdico, da fantasia no nosso dia a dia e por isso temos que valorizar isso". 



Conheça Hugo Alberto 

Entre os desenhos e ilustrações que já produziu, um dos "xodós" de Hugo foi inspirado em sua vira-lata caramelo, a Jurema. Hugo e o marido adotaram Jurema através do Projeto Lunar e, por isso, 20% dos lucros das primeiras vendas foram revertidos para a instituição. 

“Essa ilustração do ‘Caramelo do Brasil’ é meu xodó real e de muitos que me acompanham. Na verdade, é o meu trabalho de maior repercussão até agora. Essa bandeira foi parar em quase todos os estados brasileiros”.



Para o artista, o alcance que seu trabalho ganhou nos últimos dois anos é consequência das parcerias que encontrou pelo caminho. Ele conta que a seleção do clipe “A Pressa”, da cantora Karola Nunes, para o Bogotá Music Video Festival, lhe rendeu uma experiência “para toda vida”. 

“De alguma forma o processo foi intuitivo, já que as composições que eu faço sempre imagino um movimento para elas, então na hora de criar o roteiro junto com o Pedro Brites [marido de Hugo] foi um processo muito tranquilo e cheio de ideias mirabolantes”. 

No ano passado, Hugo criou estampas exclusivas para a Animale em seu primeiro trabalho com uma marca de alcance nacional. A entrada no mundo da moda não foi vista com estranheza, mas como parte de um processo “natural”, pontua o ilustrador. 

“Tive a oportunidade de trocar experiências com a equipe de São Paulo que entrou em contato comigo e de ter acesso ao conteúdo de inspiração da coleção para chegar no que elas queriam. Gosto da ideia de parcerias com outras marcas”. 

O artista também desenvolve projetos em parceria com o marido, que tem uma produtora de conteúdo audiovisual, a Cachara Estúdio. Os projetos são tocados individualmente por eles, mas vez ou outra se encontram, como no caso do clipe de “A Pressa”. 

“Preferimos trabalhar dessa forma desde o início para cada um conseguir focar em suas áreas específicas e trabalharmos juntos apenas em projetos que façam sentido para os dois. Dessa forma consigo focar nas ilustrações e ele, na produção audiovisual”.
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