O Instituto INCA (Inclusão, Cidadania e Ação) promove a 15ª Festa Clube do Laço Bandeirantes, por meio do projeto Laço Comprido, neste final de semana, 4 e 5 de novembro, na comunidade Santana do Taquaral, localizada no município de Santo Antônio de Leverger. Sob o comando de Neco da Bandeirantes, idealizador e organizador do evento, são esperados 50 competidores de todo o Mato Grosso que concorrerão a 12 premiações em dinheiro.
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“Deu conta de caminhar e levantar o laço já pode participar. O laço é cultura e família. Se você começa com a criança pequenininha você já vai ter um laçador futuro. E esse ano vai ter uma gurizadinha”, diz Manoel Vilmar da Cruz, conhecido por todos como Neco da Bandeirantes, desde que chegou em Mato Grosso, vindo do Paraná.
Neco explica que veio do Paraná e por lá administrava 15 fazendas com o nome de Bandeira. E quando veio para Mato Grosso, em 1993, ficou conhecido pela marca no gado, que aqui o nome era Bandeirante. Assim, ele também trouxe a paixão e a cultura do laço, muito comum entre as famílias que lidam com fazenda.
Equilíbrio, habilidade e bom relacionamento com os cavalos são pré-requisitos para participar dos eventos esportivos do Laço Comprido, que se tornaram uma tradição em festas de peão e rodeios e estão se tornando cada vez mais populares no Brasil, em especial no Estado de Mato Grosso, que além de ter diversos eventos, possui mais de 50 comitivas amadoras do esporte do Laço Comprido.
Festa Clube do Laço Bandeirantes
A festa é um verdadeiro espetáculo de gado e cavalos, envolvendo gerações de famílias. Nesta competição, os peões montam cavalos e precisam laçar as vacas mecânicas soltas à sua frente. E por lá o visitante encontrará música ao vivo, com cantores regionais, dança e gastronomia com uma praça de alimentação.
No evento não existe um animal de verdade na competição. As provas são realizadas por meio de uma vaca mecânica motorizada, que é disparada e puxada por motocicleta.
No entanto, ao contrário do que muitos acreditam, a prova do Laço Comprido não fere ou tortura o gado porque o único objetivo é realmente laçá-lo, não imobilizar. E neste evento tem-se a vaca mecânica. Os cavalos também são muito bem tratados, principalmente porque precisam estar saudáveis para ter um bom desempenho na corrida.
Em todas as modalidades do Laço Comprido, os juízes possuem uma conduta muito criteriosa com relação ao bem-estar dos animais, tanto dos bezerros quanto dos cavalos. São rígidos com relação aos instrumentos utilizados, a fim de averiguar se estão dentro das regras, observando a forma como o bezerro cai no solo.
Existe até mesmo uma Lei, a de número 13.364/2016, sancionada em 2016, elevando o rodeio e a vaquejada a expressões culturais nacionais e patrimônio cultural imaterial. Todas as expressões artísticas e culturais que fazem parte dessas expressões estão inseridas nesse cenário. Tais como as provas de laço, provas dos Três Tambores, Team Penning e Work Penning, Queima do Alho, entre outras.
A 15ª Festa do Laço Comprido é um projeto que começou em 2008, por Neco da Bandeirantes, na Estância Nova Querência na comunidade de Santana do Taquaral, localizada a 15km de Agrovila das Palmeiras, no município de Santo Antônio de Leverger, e, pela segunda vez, conta com a realização do Instituto INCA - Inclusão, Cidadania e Ação, em rede com a Estância Nova Querência e Neco da Bandeirantes, por meio de recursos do Governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL-MT), com emenda parlamentar impositiva do deputado estadual Wilson Santos. Conta com o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e da Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leverger.
A prática do Laço Comprido desde sempre é uma ferramenta de trabalho nas áreas rurais, a partir da lida com o gado nas fazendas. E não é diferente na Estância Nova Querência, que busca por meio da festa salvaguardar a tradição do Laço Comprido, o esporte e a cultura, além de fomentar a economia da região, trazendo turistas de várias localidades para a comunidade.
A competição
No ano passado foram 34 competidores, vindos dos municípios de Campo Verde, Dom Aquino, Várzea Grande, Planalto da Serra, Poconé, entre outros, onde concorreram a provas em dupla e da famosa Vaca Gorda: um esquenta antes da competição, valendo dinheiro, formado por um bolão pago por cada competidor, onde a disputa é individual e ganha quem mais laçar a vaca mecânica.
Além da festa com gastronomia regional, música, dança, crenças religiosas, o maior destaque é a prova do Laço Comprido disputada por crianças à adultos que concorrem a 12 premiações em dinheiro, entre R$ 300 mil e R$ 2.500,00, totalizando R$ 13.300, maior que na edição passada.
Neste ano, além da Vaca Gorga e das provas em Duplas, terá a Individual, que será feita a partir do melhor de cada dupla.
No sábado (4), a abertura é por conta dos cavaleiros no centro da pista, com a narração do locutor Sabiá Ribeiro, na sequência acontece a disputa da Vaca Gorda (bolão de disputa individual), após o Laço em Dupla que selecionará os competidores da Individual.
O último dia começa com a abertura do Duelo, às 8h, depois a missa, ainda pela manhã, e retorna às 14h com a disputa da classificação. Às 18h de domingo acontece a entrega da premiação no total de R$ 8.200,00, entre as classificações divididas Forças A (5 a 6 bois laçados), B (3 a 4 bois), C (2 a 1 bois) e Individual, conforme o número de bois que o competidor possui. Quanto maior a quantidade de bois defendida, maior é a premiação.
As premiações da Força A são de R$ 2,5 mil ao 1º lugar, R$ 1,5 mil, o 2º lugar e R$ 800,00 o 3º lugar; Da Força B são de R$ 2 mil para o 1º lugar, R$ 1 mil para o 2º lugar e R$ 500,00 ao 3º lugar; Da Força C são de R$ 1,5 mil para o 1º lugar, R$ 1 mil ao 2º lugar e R$ 500,00 para o 3º lugar; e do Individual será R$ 1 mil para o 1º lugar, R$ 700,00 ao 2º lugar e R$ 300,00 para o 3º lugar.
