Com o saudoso Jacob estampado na camisa, ainda com a mala e o bandolim nas mãos, o instrumentista Hamilton de Holanda concedeu uma entrevista à reportagem do
Olhar Conceito, nesta quarta-feira, algumas horas antes de seu show, que acontece logo mais às 20h, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros.
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No palco a produção já se movimentava para deixar tudo pronto para o show, que segundo Hamilton será interativo: “O show é uma apresentação multimídia, como sou só eu no palco com o bandolim, pensamos em uma projeção de imagens em conjunto com a iluminação e a música instrumental para contar histórias para o público. Logo de início já aparece uma imagem de 1984, onde eu e meu irmão estamos tocando, um momento que eu já fico emocionado e é essa emoção que quero passar”.
Seu trabalho atual traz composições inspiradas nos mais variados estilos musicais do país. Do maracatu ao frevo, do samba ao carimbó, Hamilton dissemina a musicalidade brasileira com sua turnê nacional que não poderia ter outro nome a não ser “Pelo Brasil”.
Para compor, inspiração é o que não falta, o instrumentista diz que a música vem de todo tipo de sentimento. “Recentemente fiquei tocado por essa situação dos imigrantes na Europa, uma angústia no peito que expressei em música, mostrei para o Marcus Portinari e ele já compôs a letra, ficou linda. Agora mesmo estava aqui e veio umas ideias”, conta Hamilton, mostrando o arquivo salvo no celular como Choro Cuiabano.
Durante os ensaios abertos para a turnê do CD, Hamilton recebeu alunos de Ceilândia e Rio de Janeiro, parte de uma ação de incentivo a música nas escolas. Alunos da escola de música da Rocinha, por exemplo, participaram de um ensaio e aparecem na projeção durante o show na música “A escola e a bola”. “Por meio da música tento incentivar essa valorização do professor que é uma das profissões mais importantes, de grande responsabilidade”, destaca Hamilton.
Em fevereiro o artista esteve em Cuiabá para um show com a Orquestra de Mato Grosso, apresentando versões de canções do universo infantil, como do desenho Flintstones, do Sítio do Picapau Amarelo e da Pantera Cor-de-rosa. A parceria rendeu um CD com 9 faixas, entre as versões conhecidas do público e autorais, que está sendo finalizado no Estúdio Inca, em Cuiabá.
Com muitas colaborações no currículo, Hamilton declara ter desejo de dividir o palco com muitos outros artistas, mas especial mesmo seria ter uma máquina do tempo para tocar com seus maiores ídolos. “Se eu pudesse fazer igual em “De volta para o futuro” e tocar com Jacob, Pixinguinha”, completa ele.
Sobre o reconhecimento do público e as dificuldades de ser músico instrumentista no Brasil, Hamilton declara enxergar um crescimento gradual na aceitação do público. “É difícil falar disso porque muitas vezes a pessoa não vai ao show porque nem sabe que existe show só com instrumentos, música sem letra. Há algum tempo levei meu vizinho para um show instrumental e ele me confessou que não sabia que esse tipo de apresentação existia”.
Para esta apresentação em Cuiabá, ele diz esperar que o público participe do show, se emocione e se divirta. “É sempre bom tocar em Cuiabá, estou com o coração feliz por mais esta apresentação, espero que o público interaja e curta bastante”.
O show “Pelo Brasil”, de Hamilton de Holanda acontece apenas nesta quarta-feira (16), no Teatro Zulmira Canavarros (teatro da ALMT), às 20h. Os ingressos já estão à venda desde as 14h e podem ser adquiridos até o horário da apresentação, mediante disponibilidade.
Mais informações sobre a agenda de shows e demais trabalhos de Hamilton de Holanda acesse a página do facebook
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