Olhar Conceito

Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Moondo de Nina Moon

um breve respirar

A vida é feita de tragédias e não podemos escapar do inevitável: somos o momento do agora

08 Fev 2014 - 15:49

Especial para o Olhar Conceito - Nina Moon

Foto: Reprodução

A vida é feita de tragédias e não podemos escapar do inevitável: somos o momento do agora
A vida é feita de tragédias. A sirene da ambulância não nos deixa esquecer que o sinistro existe. E pode alcançar qualquer vida, a qualquer momento. É inesperado. E inevitável. Não sabemos. Não temos como saber. O próximo segundo pode ser fatal. O próximo respirar pode ser o último. E o que podemos fazer? As músicas questionam o sentido da existência, o que devemos fazer para prosseguir em um mundo vazio. E a resposta muitas vezes é o amor, que nos segura e faz valer a pena cada segundo a mais de ar.

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Você pode chorar no escuro e querer que o seu coração se desfacele em pedaços. Pode ficar tudo bem, ou não também. Rir e chorar, cantar e sonhar. Cada momento da vida reserva o inesperado. O que não podemos prever ou controlar. A isto chamam de destino, acaso, caminho, imposição, suposição.

Não podemos prever. A vida corre desenfreada para qualquer lugar que não nos pertence. Corre e esvaece pelos dedos. Intocável, impalpável, irrefreável, com sede de morte. A tragédia acontece todos os dias. Basta prestar atenção aos noticiários, às ruas, às pessoas, aos olhares tristes. Basta ficar atento e verá que a tragédia está sempre a espreita.

Se não é com você, é com alguém próximo, longe ou perto, cedo ou tarde, ela chega. A tragédia anunciada. Não há como escapar da sua inevitabilidade. Ela acontece. Assim como a vida e a morte. Acontece. Não há respostas, só há como emudecer e conter o espanto da hora fatal que o caminho nos reserva.

Você pode trocar de estrada, refazer um novo destino, adquirir novos sentidos, mas ainda assim, a tragédia está a espreita, como um cão que fareja sua caça. O fim pode estar em todas as esquinas, em cada guinada, em cada rota de fuga. Porque no fim, o que tiramos é que não há como fugir. Não há para onde escapar. Estamos todos imóveis. Apenas esperamos o final.

Com todas as nossas forças podemos tentar romper aquilo em que estamos imersos, mas a luta desencadeará no
vazio, no finito, naquilo tudo que deve se acabar um dia. As nossas forças não são nada contra a ordem natural da vida. Mas a tragédia é anti-natural. Não avisa. Não segue ordens. Nos toma quem ainda nem viveu o sonho, nos toma quem ainda nem conheceu a realidade, nos toma quem ainda é puro. E nos larga, sós com nós mesmos, para nos lembrar da nossa finitude, da nossa brevidade e inconstância.




Somos o momento do agora. Não somos o que se foi e nem o que virá. Somos apenas este momento ao qual podemos nos segurar, por um segundo ou mais, até se estender a uma nova história ou outro caminho. Este momento, esta vida. Nossos pés não podem caminhar para aonde nossos olhos não irão nos guiar. Podemos traçar planos e sonhar, mas quando a tragédia nos toma de sobressalto, estamos nus, fracos e impotentes.

Não podemos mudar o acaso. Não podemos mudar o fatal destino. Não podemos traçar um novo caminho. Podemos, apenas, olhar para nós mesmos neste momento em que ainda respiramos, e sermos honestos sobre o futuro que se abre. Respire fundo e diga que o amor ainda bate. Diga que o amor ainda vive. E quem sabe, esse segundo a mais possa se estender pela eternidade.







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