Mais quatro figuras do cenário cultural do estado foram eleitos neste final de semana pela Academia Mato-Grossense de Letras (AML). No entanto, o ingresso de Cristina Campos, Flávio Ferreira, Olga Castrillon Mendes e Luciene Carvalho marca um momento histórico da instituição. Desde sua fundação em 1921, esta é a primeira vez que a AML está com o quadro atual de membros 100% completo.

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Mas mais que isto: Além das 40 cadeiras ocupadas, a sessão solene de votação contou com a presença de todos os acadêmicos já empossados. “ O Pedro Rocha Jucá, que está na academia há 35 anos, saiu da reuniu comentando que nunca havia visto algo assim. É uma reunião que representa não só o preenchimento das últimas vagas restantes, mas também a participação de todos os membros, a união e revitalização da instituição”, disse o presidente da AML, Eduardo Mahon, ao Olhar Conceito.

De acordo com Mahon, a academia começou como um centro cultural com três membros. Pouco tempo depois, faziam parte 12 membros e cada um pode nomear mais uma pessoas. Com estes 24 imortais, houve uma reunião na qual o centro tornou-se uma academia de letras nos moldes tradicionais, com as quarenta cadeiras para serem ocupadas.

“Mas naquela época, as posses eram feitas uma por vez e podiam demorar anos. Era preciso metade dos votos de todas as cadeiras mais um para ser eleito. E na prática, muitas vezes não tinha os 21 votos para contar”, explicou Mahon. Em 2013, o estatuto da Academia Mato-Grossense de Letras passou por uma reforma, permitindo que as eleições e posses fossem feitas de forma mais ágil.

Somente no ano de 2014, foram eleitos e empossados seis escritores. São eles Ivens Cuiabano Scaff, João Carlos Ferreira Vicente, Agnaldo Rodrigues da Silva, Lucinda Persona, Marta Coco e Sueli Batista. “Nesta reunião, nós sentimos que a academia voltou a ter membros unidos, presentes, em harmonia. Estamos prontos para o novo ano, com intelectuais de várias áreas e prontos para contribuir com a construção de uma nova AML”, finalizou Mahon.

Novos imortais

Os novos imortais, eleitos neste sábado (28), são figuras que transitam nas várias vertentes do fazer literário. Olga Mendes foi diretora da faculdade que serviu de embrião da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), sendo por isso considerada a primeira reitora. É doutora em literatura e pesquisadora das obras do Visconde de Taunay. Cristina Campos também tem doutorado em literatura, sendo conhecida pela pesquisa sobre Manoel de Barros, além de vários títulos dos quais o mais recente é “O Falar Cuiabano”. Flávio Ferreira é advogado e teatrólogo, fundador do grupo Cena Onze e atual diretor do Museu Histórico de Mato Grosso. Luciene Carvalho é uma poeta consagrada da cuiabania, assinando diversos títulos publicados pela vida dedicada à cultura.

Olga ocupará a cadeira 15, Cristina Campos a cadeira 16, Flávio Ferreira a 35 e Luciene Carvalho a 31. A cadeira 16 tem por patrono Antônio Augusto Ramiro de Carvalho e o último ocupante a ter assento foi o acadêmico Valdão Varjão até a data de seu falecimento, em 03/02/2008; a cadeira 15 tem por patrono Joaquim Mendes Malheiros, sendo o último ocupante o acadêmico Natalino Mendes, falecido em 23/12/2011.

Já a cadeira 35 tem por patrono Joaquim Pereira Ferreira Mendes e foi ultimamente ocupada pelo acadêmico Clóvis de Mello até a data do falecimento, em 27/12/2011; finalmente, a cadeira 31 tem por patrono José Delfino da Silva e o último acadêmico que ocupou a posição foi Adauto Dias de Alencar, falecido em 16/10/2013.

As datas das cerimônias de posses ainda não foram divulgadas.