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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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história real e emocionante

Ana, a menina de 10 anos que previu a própria morte e escreveu carta de despedida com lição de vida

15 Fev 2014 - 16:00

Especial para o Olhar Conceito - Nina Moon

Foto: Reprodução

Ana, a menina de 10 anos que previu a própria morte e escreveu carta de despedida com lição de vida
Seus olhos estavam fechados. Talvez, ainda estivesse sonhando. O que eu posso dizer é que ela estava dormindo quando se foi. A vida passou e em um momento breve, tudo mudou. Ela não estaria mais aqui. E eu prometi que de alguma maneira, ela viveria através das minhas palavras. E é por isso que hoje, eu conto a história de Ana. Uma menina de 10 anos, que de certa forma, sentiu que seu tempo estava acabando, escreveu uma carta de despedida com ensinamentos sensatos demais para a tenra idade. 

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Existe muita controversa sobre este sentido intuitivo, ao qual denominam premonição. Existe a parapsicologia e parasciência que estudam estes fenômenos extrassensoriais. O fato é: não existe comprovação sobre isso. O que existem são apenas evidências. Mas, a história que irei contar é real. É claro, que o leitor pode preferir não acreditar, mas este é um fato verídico. Ana poderia ser qualquer menina de 10 anos, que um dia, sentiu que a vida, poderia ser apenas este breve momento de respirar. E assim foi.

Meses antes de fechar os olhos pela última vez, um tio teve um sonho. Ele passava por uma perda, da esposa e do filho. Então, ao dormir, seu filho veio ao seu encontro em sonho e disse: “Mais um vai morrer”. Quando sua mãe contou-lhe o sonho, Ana respondeu: “Eu vou ser a próxima”.

Talvez, a menina tenha ficado apenas com medo. O que é natural na infância quando temos que lidar com sentimentos de perda e não entendemos bem o que é a morte (talvez nunca entendamos, apenas quando fecharmos os olhos pela última vez). Mas, eu acredito que Ana sabia. De alguma forma, inconscientemente, seu corpo, sua mente, seu coração, sua alma, sabiam que já vivia seus momentos finais.

Então, Ana morreu. Em uma segunda-feira. Seus olhos estavam fechados. E ela dormia tranquilamente quando respirou pela última vez. Ana se foi. A dor estava consagrada ao infinito. Deste dia em diante, os pais sempre irão carregar o sofrer no coração e lembrar-se de sua menina, dos grandes olhos azuis. Agora que ela se foi e eu me lembro de sua presença rapidamente, parece-me que havia certo ar de melancolia em seu olhar. Um anjo caído, que sabia que seu tempo seria curto, e por isso, sentiu, viveu, escreveu.

No dia do velório, uma professora de Ana, entregou para a família, uma carta que a menina havia escrito uma semana antes. A menina de 10 anos escreveu para a sua professora preferida, o que sete dias depois, seria considerado como uma verdadeira carta de despedida.

É difícil acreditar. É difícil ler o que Ana escreveu e pensar sobre o mundo e a vida. E assim, Ana deixou suas últimas palavras para os pais e o irmão, em uma carta que ensina a visão de uma criança diante da vida. Um conforto, mas também a incômoda certeza, de que de alguma forma, Ana sabia que sua hora estava chegando.

“Na vida temos muitas surpresas, boas, ruins, inesperadas... Temos que estar preparados para reagir a cada uma delas. Chore, ria, faça careta, pule, dance, corra, viva. Não tenha medo de ser feliz! Existem momentos na vida que podem parecer bobos, que podem parecer comuns para você, no entanto, um dia você pode olhar para traz e dizer: este foi o dia mais feliz da minha vida, “até agora”. Por isso, aprecie cada momento na vida, como se fosse único e especial, com uma pessoa especial”, escreveu Ana.

E a menina de 10 anos prossegue em sua carta: “Não busque a felicidade muito longe, ela pode estar mais perto que você imagina. Tente apenas ser feliz, faça o que der vontade, não se importe com o que os outros dizem sobre você, porém, tente não dizer nada sobre os outros. Não faça com o próximo o que não quer para si mesmo”, encerra a menina com agradecimentos para a professora e diz que ela sempre estará em seu coração.

Cerca de uma semana após o velório, o pai de Ana e seu irmão, foram até o cemitério, aonde encontraram uma carta no túmulo da menina. A carta era de uma colega de escola, mais velha que Ana, por volta dos 13 anos, e que agradecia a menina por aconselhá-la a não se cortar mais, devido aos problemas que seus pais tinham. E que ela nunca mais iria se machucar, graças à ela.



A história de Ana é essa. Seu tempo de vida foi breve, mas sua experiência terrena foi profunda, tocante, como uma enviada especial para dar mais luz aos dias de quem a rodearam.

Seu sorriso foi rápido como uma estrela cadente. Seu olhar foi puro e melancólico como o céu azul que contemplava. Sua vida se foi, seu ar, seu respirar, se foi. Ana se foi. Mas, sua emocionante lição ficará para nos lembrar que devemos ser intensos como a vida, porque somos breves como o vento.

Ana soprou esperança no rosto de seus pais, de seu irmão. Depois da vida, Ana ensinou. E eu farei como missão, que ela possa ensinar mais. Ensinar além, eu penso que esse pode ser ainda seu caminho. É preciso manter Ana viva, através de suas próprias palavras.

Premonição? Não sei. Talvez. Mas a única certeza que tenho para mim é que a história de Ana vai além da razão e é preciso entendê-la com o coração.
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