Há cerca de um mês o artista plástico João Sebastião Costa teve uma ideia para trazer de volta à tona uma personagem histórica de Cuiabá que, segundo ele, não recebe a devida homenagem: Maria Taquara. Para isso, ele começou a pintar quadros sobre ela e, além disso, tirar fotos pela cidade vestido com roupas brancas e com uma trouxa de roupas na cabeça.
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“Este é um movimento que eu chamo de transmitologismo. Eu quero trazer o chamar a atenção para esta personagem, que hoje está em um pedestal muito baixo e numa região suja, horrível”, lamenta o artista. Seu objetivo final seria levar a estátua de Maria Taquara para a Avenida Rubens de Mendonça, e com um pedestal maior.
Segundo João, a avenida seria ideal porque é de Rubens de Mendonça a frase “Tudo o que morre em Cuiabá, morre pra sempre”. “Nossa cultura só é lembrada porque a gente faz ela ser lembrada. Então quero passar a mensagem e manter viva a memória de Maria Taquara”, explica o pintor.
Maria Taquara foi uma mulher pobre, negra, que trabalhava como lavadeira. Ela foi, também, uma transgressora da moral e dos bons costumes, e é conhecida como a primeira mulher a usar calças compridas em Cuiabá, na década de 40. “Ela era uma trabalhadora, que também ia ao necrotério para lavar os corpos dos indigentes... é importante lembrar tudo o que essa mulher fez. Você imagina o que era uma mulher usar calça naquela época?”, afirma João Sebastião.
Para trazer mais força a seu movimento, o pintor convida todos os artistas da cidade a fazerem parte de seu ‘transmitologismo’. “De qualquer forma... se a pessoa pinta e quer pintar um quadro sobre Maria Taquara, se ela escreve e quer escrever um poema sobre ela... compor um rock, um samba, um lambadão... tudo para elevar esse nível e chamar mais atenção para a importância dela e erguer tudo o que ela fez de bom para a sociedade”, finaliza o artista.
