Depois de dez anos de Macaco Bong, o guitarrista Bruno Kayapy decidiu mudar-se para São Paulo e abrir um estúdio. Sobre todos os acontecimentos do passado, ele vai falar em um livro que pretende lançar em breve, chamado “Musicar a Música”, com lançamento independente.
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A história dele com a música é quase intrínseca à sua história de vida. Desde os seis anos de idade, ouvindo Black Sabbath, Bruno queria tocar guitarra. Antes de realizar esse sonho, no entanto, passou pelo baixo, violão e bateria.
Sua vida em Cuiabá foi por muito tempo dedicada ao coletivo Fora do Eixo e ao Macaco Bong. Por diversos problemas, que serão retratados no livro, a banda se desfez e Bruno agora se dedica a outros objetivos.
Dentre eles, está o projeto “Bananêra Elétrica”, que começou com um festival que aconteceu em Cuiabá em novembro de 2014. “Ainda permanece como Festival,só que itinerante,á cada ano será realizado em uma cidade diferente da outra,esse ano será em São Paulo”,afirma.
A partir deste festival, surgiu também o “Benedictta 69 Studio”, onde o músico vai produzir álbuns de bandas temporárias. Bruno explica que vai abrir inscrições para curso de gestão de carreiras, e então monta uma banda com os inscritos, traz eles para o estúdio, produz um álbum e finaliza em uma turnê pelas regiões sul e sudeste do Brasil. Em suas palavras, é uma “banda laboratório”.
Um terceiro projeto, ainda, é a Revista Eletrônica “+ instumental”. “Volta e meia ainda toco em palco com este projeto,o último encontro rolou em julho no teatro do SESC”, comenta o músico. Além disso, ele promove encontros musicais em restaurantes e padarias, nos domingos à tarde.
Composição
Os trabalhos de Bruno como compositor também começaram desde que ele tinha 15 anos. “Sempre fiz música autoral, todas as 25 obras do Macaco Bong são compostas por mim”, diz ele, que explica ainda a diferença entre compositor e letrista: “Se a pergunta se refere ao fato de letras, não pretendo ser letrista. Às vezes escrevo, como hobby, mas meu lance é o instrumental mesmo,enquanto compositor”.
Projetos futuros
Atualmente, Bruno afirma que vive o momento sem planejar muito o que pretende fazer. No entanto, acredita que não vai voltar a tocar profissionalmente em nenhuma banda e nem voltar a morar em Cuiabá. Ele afirma:
“Sem comentários para o cenário cultural da cidade. A PM acabou de prender uns amigos meus porque fizeram um grafitte em uma obra no viaduto do Santa Rosa, que teve o apoio do Governador Pedro Taques inclusive. Entendo também que fosse necessário uma autorização da prefeitura por ser um patrimônio,mas e o artista de rua como fica?”, desabafa.
Sobre o cenário musical, o desgosto não é menor: “Cuiabá é uma cidade preconceituosa até mesmo no underground,a própria cena local não sabe dar valor para os artistas locais e para ações como um Bananêra Elétrica, sem fins lucrativos”, afirma, falando sobre o evento que ele organizou, no qual as bandas Júpiter Maçã (RS), Wander Wildner (RS) e outros participaram. No evento, pouco menos de 300 pessoas estavam presentes.
