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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Abraçaço

Caetano Veloso grava vídeo convidando cuiabanos para seu show na Musiva

Caetano Veloso, gigante da história da música brasileira, vem a Cuiabá no dia 2 de agosto (sábado) para uma noite memorável na casa de festas Musiva. Para convidar os cuiabanos para seu grande show, o músico gravou um vídeo. Confira abaixo:



A carreira de Caetano começou com produtores ingleses, no começo dos anos 1970, que convenceram Caetano Veloso a tocar violão em seus discos. Ele mesmo não confiava em sua técnica “sem técnica” de puxar as cordas de náilon ao ponto de perpetuá-la em gravações, mas os gringos argumentaram que aquele jeito era o bonito, o original, o que devia ser. E que, mais do que a mão de qualquer violonista contratado, seu toque daria a sinceridade que aquelas canções tão pessoais e carregadas de autobiografia exigiam. Os álbuns “Caetano Veloso” (1971) e “Transa” (1972) foram os primeiros feitos assim, com o cantor e compositor também ao violão.

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O show que Caetano traz para Cuiabá é o “Abraçaço”, como diz o músico no vídeo. Este é o álbum que fecha sua trilogia com a BandaCê. Como os dois primeiros, foi produzido a quatro mãos por Moreno Veloso e Pedro Sá. Mas sua temática acabou por se revelar mais abrangente do que os planos iniciais de Caetano.

A batida de seu violão está presente na maior parte das músicas que o compõem, mas essa é apenas umas das conversas do disco. O próprio título, tirado da faixa “Um Abraçaço” – expressão que o cantor usa para finalizar alguns e-mails e sugere, segundo ele, não só um abraço grande, mas um abraço espalhado, abrangente ou múltiplo – confirma essa ideia de conceito alastrado. “Abraçaço” já é, portanto, o pós-tudo do que foram o adolescente “Cê” e o maduro “Zii e Zie”.


A conversa de “A Bossa Nova É Foda”, faixa que abre o disco num soco (como Caetano costuma abrir seus discos), passa por João Gilberto. Mais do que um violonista ou um cantor, ele é ali o “bruxo de Juazeiro”, o promotor da reinvenção do Brasil.

A letra de Caetano fala no “velho transformou o mito das raças tristes em Minotauros, Junior Cigano, em José Aldo, Lyoto Machida, Vítor Belfort, Anderson Silva e a coisa toda”. É a ideia do homem que nasce destinado a fraquejar, mas se faz campeão de UFC – que reverbera, em algum sentido, o discurso de Jorge Mautner, que vê o Brasil como criador de uma “Coisa Nova” onde o todo o planeta poderá beber. Também dialoga com a teoria de Tom Zé, segundo a qual o nosso país começou o ano de 1958 como exportador de matéria-prima, “o grau mais baixo da aptidão humana”, e, a partir da invenção musical de João, terminou o mesmo ano exportando arte ao mundo, “o grau mais alto da aptidão humana”.

Serviço

Show Abraçaço, de Caetano Veloso
Local: Musiva
Quando: 02/08/2014
Horário: 23:00
Realização: Musiva
Ingressos podem ser adquiridos clicando AQUI.
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