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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Campeonato de games quer testar competidores para inibir doping

À semelhança de outras modalidades esportivas, a indústria de games quer apertar o cerco contra o uso de drogas estimulantes por atletas de elite.

A maior organizadora de torneios do setor, a Electronic Sports League (ESL), deve iniciar testes antidoping nos próximos torneios de forma aleatória, informou a entidade.

A decisão foi motivada por alertas feitos por especialistas. Segundo a WADA (Agência Mundial AntiDoping), mais de 10% dos atletas de elite consomem algum tipo de droga para melhorar o desempenho.

O estopim teria sido uma entrevista em que um jogador admitiu ter usado drogas.

Polêmica

O vice-presidente de eventos da ESL, James Lampkin, afirmou à BBC que "já sabia" que "eventualmente teríamos de implementar medidas para combater o uso de drogas em esportes eletrônicos".

Há poucas semanas, o jogador Kory Friesen admitiu que havia usado a droga Adderall durante um torneio ocorrido em março deste ano. Ele ganhou US$ 250 mil (R$ 840 mil) como premiação pelo primeiro lugar na competição. O Adderall é um psicoestimulante usado para tratar narcolepsia e deficit de atenção.

Kory afirmou que o uso do remédio era extramente comum entre jogadores para elevar a concentração durante as competições.

"Depois dessa declaração, nós tivemos de tomar uma medida imediatamente", afirmou James à BBC.

"Não achamos que o problema (de doping) está muito difundido, mas suspeitamos que após sabermos que alguns jogadores estão usando drogas, e como não há mecanismos de repressão muito fortes, outros jogadores poderiam decidir usá-las. Por essa razão, decidimos agir rapidamente contra este problema."

James também diz acreditar que o uso de drogas é um problema recente. "Com o forte crescimento do setor nos últimos anos, também cresceu substancialmente a pressão sobre os jogadores". "Há tanta pressão sobre alguns jogadores que eles estão buscando formas para superar o estresse e ter um melhor desempenho nos torneios".
"Cinco ou seis anos atrás, alguns desses jogadores talvez estivessem competindo por alguns poucos milhares de dólares e consumir este tipo de droga não faria sentido".
"Mas agora as premiações já atingiram a casa dos milhares de dólares e os jogadores também recebem salários altos. Por essa razão, estão buscando aquela diferença mínima que pode lhes assegurar a vitória", afirmou James.

Nos últimos dez anos, a indústria cresceu rapidamente e somente o ESL tem mais de 5 milhões de jogadores registrados. A ESL e outras entidades de esportes eletrônicos já proíbem o uso de drogas, álcool e outros entorpecentes químicos, mas essa é a primeira vez que testes serão realizados para detectar a presença dessas substâncias no sangue dos jogadores.

Os primeiros exames toxicológicos serão feitos no torneio ESL One, que vai ocorrer em agosto em Colônia, na Alemanha. Segundo a entidade, os testes também serão feitos em outros eventos.
Dúvida
James afirmou que a ESL não sabe o que os testes vão revelar. "É muito difícil dizer agora quais serão as taxas de doping assim que implementarmos essa agenda em nosso próximo evento, em Colônia, na Alemanha".

"A parte mais importante para nós aqui é nivelar o campo de jogo", acrescentou James.
"Nosso objetivo é estabelecer um padrão para toda a indústria e pensamos que depois de fazer isso outras ligas vão seguir pelo mesmo caminho", finalizou.
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