Mesmo tendo nascido em Mimoso, interior de Mato Grosso, Marechal Rondon deixou um vasto legado para todo o Brasil. “O Positivismo do Coronel Rondon é realmente a Religião da Humanidade”. Assim o famoso ex-presidente norte-americano Coronel Roosevelt se referia com verdadeiro fascínio à figura de Marechal Rondon.

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Admiração que agora também estampa a exposição “Vida e Obra de Cândido Mariano da Silva Rondon”, inaugurada nesta segunda-feira (05) no Centro Histórico Mackenzie, no charmoso bairro de Higienópolis, em São Paulo.

Promovida pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie, a mostra reúne os grandes feitos, a biografia, registros e curiosidades sobre um dos mato-grossenses mais ilustres de todos os tempos. Reconhecido internacionalmente, Cândido Mariano da Silva Rondon, nascido na comunidade pantaneira de Mimoso em 1865, foi um grande estudioso brasileiro, além de matemático por formação. Cientista, antropólogo, geógrafo, etnólogo. São muitas as facetas de Rondon, retratadas na exposição, aberta ao público em geral.

Por meio das publicações de Rondon foi possível aos brasileiros conhecer um pouco mais sobre o próprio país, um Brasil de diversidade em riquezas naturais, povo e culturas. Foi o responsável por implantar as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás, chegando até Porto Velho, em Rondônia. Não por acaso, foi homenageado com o título de Patrono das Comunicações do Brasil, cuja data faz alusão ao nascimento de Rondon, 5 de maio.

“Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado sem o uso de armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”, declarou Einstein ao viajar pela América Latina em 1925.

Para o presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Maurício Melo de Meneses, homenagens a Rondon como a exposição que agora a instituição de ensino abriga são singelas diante do legado do sertanista brasileiro. “É com imensa honra que abrimos as portas do Mackenzie para homenagear Marechal Rondon. Orgulho-me de ser mato-grossense, assim como Rondon, e de assistir e participar dessa contribuição cultural ao Estado, a São Paulo e ao Brasil”.

De Mimoso ao mundo

Reconhecimento rende homenagens a “novo bandeirante”. Confira as principais delas:
1914 –Prêmio Levingstone, da Sociedade de Geografia de Nova York, pelas contribuições ao conhecimento geográfico. Também é homenageado pela mesma instituição ao ser reconhecido como um dos maiores desbravadores de terras tropicais
1921- Medalha de ouro e diploma de Comendador da Legião de Honra de República Francesa
1921 - Ordem de Leopoldo (La Couronne) da Bélgica, concedida pelo rei Alberto I, em visita oficial ao Brasil
1922 - Agraciado com a mais alta honraria da Sociedade Geográfica de Washington
1923 –Diploma de sócio-honorário da Sociedade Geográfica de Munique
1923 - Medalha Crévaux, da Sociedade Geográfica de Paris
1924- Membro efetivo pela Academia Brasileira de Ciências
1925 - A sociedade de Geografia de Genebra inscreve seu nome como 18º da lista de 36 sócios honorários
1938 – Condecorado com a Gran Cruz da Ordem do Mérito Militar
1939- Título de Civilizador do Sertão, concedido pelo Conselho Nacional de Geografia
1940- Membro efetivo da Associação Brasileira de Educação
1941- Sócio honorário da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia
1955- Título de doutor honoris causa da Universidade do Brasil
1955 – O território do Guaporé passa a se chamar Rondônia

Rondon e os índios

• As criações do Parque Nacional do Xingu e da Funai (Fundação Nacional do Índio) são originadas das contribuições de Rondon às políticas indigenistas no Brasil.

• Rondon realizou uma série de demarcações de terras indígenas, antes da criação do Xingu, para que as áreas não fossem comercializadas nem virassem colônias de mão de obra barata

• O marechal foi convidado pelo chefe da etnia Bororo a passar o resto da vida na aldeia. Segundo o líder indígena, a tribo seria a única que saberia fazer um funeral “decente” para Rondon

• Os irmãos Villas Boasforam incentivados por Rondon para desempenhar seus trabalhos humanitários com indígenas, que mostrou a eles princípios e técnicas pacifistas de se comunicar

• Kaigang, Kaingangue, Paresi e Bororo foram etnias pacificadas por Rondon. Índios das duas últimas ajudaram na construção das linhas telegráficas

Você que Rondon participou ativamente da Proclamação da República e da Abolição da Escravatura?

Ele fazia parte de entusiastas do movimento que pedia o fim da escravatura no país. Em 1888, orientado por Benjamin Constant de Botelho de Magalhães, também fez parte de uma juventude que buscava dar uma nova política ao país. No dia 15 de novembro daquele ano Rondon, Benjamin Constant e Marechal Deodoro da Fonseca, entre outros, invadiram o QG e proclamaram a república no Brasil.