Alguns dizem que é para relaxar, outros por questões sociais, para ser aceito entre os amigos ou para melhorar o humor, há até quem acredite ser elegante. Independentemente dos motivos que levam alguém ao hábito de fumar, as estatísticas são alarmantes: seis milhões de pessoas morrem por ano em todo o mundo por causa do cigarro. Destas, mais de cinco milhões devido ao uso direto do tabaco, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Mas algumas medidas podem evitar que o número supere os oito milhões em 2030.

Segundo levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o tabagismo é responsável por 33% dos infartos fulminantes e 90% dos cânceres de pulmão. Pelo menos 50% dos fumantes morrem de doenças provocadas pelo cigarro e fumar aumenta também o risco de outras doenças como tuberculose, infecção respiratória e úlcera.

Por outro lado, os investimentos feitos em campanhas e os incentivos à qualidade de vida têm dado resultados. Ayrdes Benedita Duarte dos Anjos Pivetta, presidente da Sociedade Mato-grossense de Pneumologia e Tisiologia, faz uma observação interessante: a taxa de iniciação está caindo: “No entanto, aqueles que já começaram, fumam porque se tornaram dependentes”, explica.

A fumaça do cigarro contém cerca de quatro mil substâncias nocivas ao organismo, que são inseridas artificialmente para dar sabor e aroma ao fumo, diminuir a irritação e potencializar os efeitos da nicotina. Ela é o componente que leva ao vício, já que chega ao cérebro 6 a 9 segundos após a inalação da fumaça e atua na zona de recompensa e prazer situada no córtex pré-frontal, liberando neurotransmissores como a dopamina, que confere a sensação de prazer e bem estar ao fumante, com uma duração média de 30 a 40 minutos. “Dois anos são o suficiente para o individuo se tornar um dependente”, destaca.

A OMS estima que 600 mil pessoas em todo o mundo morrem por serem fumantes passivos: “Uma pessoa que fuma perde de oito a 20 anos de vida. Então, ela não agride apenas a sua vida, mas de quem está do lado também”, pontua Ayrdes Pivetta.

A especialista conta, ainda, que na década de 80 foi divulgada uma pesquisa no Japão sobre a incidência de câncer de pulmão em pessoas que nunca haviam fumado. O estudo avaliou mais de 100 mil mulheres e demonstrou que esposas de fumantes têm chances em dobro de desenvolver a doença, se comparadas às mulheres casadas com não fumantes.

A boa notícia é que tabagismo tem tratamento: “Mas é preciso querer deixar o vício e entender que é, acima de tudo, uma mudança de comportamento”, explica a presidente da Sociedade Mato-grossense de Pneumologia. Algumas pessoas tem dificuldade de parar devido à síndrome de abstinência, que leva à irritabilidade, desânimo, insônia e náusea, por exemplo.
“Por isso é importante fazer uma avaliação individual. Alguns fumantes precisam apenas de aconselhamento, o que o motiva a desenvolver habilidades que o levem a deixar o hábito. Já no caso de outros, é necessário administrar medicamentos”, explica a especialista. O tabagismo está classificado no Código Internacional de Doenças (CID-10) no grupo de transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de substâncias psicoativas.

2ª Caminhada Ecológica

Preocupada com a saúde de seus mais de 225 mil clientes, a Unimed Cuiabá, cooperativa que completa, em 2015, 40 anos de atuação na Capital mato-grossense, acredita que a adoção de práticas saudáveis, como a realização de exames periódicos, a boa alimentação e a prática de exercícios físicos, impedem diversas doenças, colaboram para melhorar a qualidade de vida e contribuem para que a taxa de novos fumantes continue diminuindo.

Por isso, com o objetivo de integrar as comemorações do Dia Mundial Contra o Tabaco (31 de maio) e o Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho), realiza a 2ª edição da Caminhada Ecológica no próximo domingo (31), no Parque Mão Bonifácia. A programação inclui Tenda das Frutas, Espaço Fisioterapia e Espaço Kids, além dos serviços de aferição de pressão arterial e teste glicêmico. Mais de 400 pessoas percorrerão um trajeto de cerca de quatro quilômetros.

O evento, sucesso em 2014, é uma realização da Cooperativa, Instituto PróUnim, Associação dos Médicos Cooperados da Unimed Cuiabá (AMU) e a Sociedade de Pneumologia e Tisiologia de Mato Grosso.