Luis Segadas é multiartista. Em seu blog, cita as áreas em que já atuou: design, cenografia, meios impressos, digitais, exposições, blog, vídeo-arte, curadoria, direção de arte, festivais, objetos, pinturas, instalações, intervenções urbanas, trabalhos de apropriação e re-significação da obra de outros artistas.

Leia mais: Elogiado por Dalí e Jorge Amado, Waldomiro de Deus fará novas telas com inspiração em Cuiabá

Com tantas aptidões, fica difícil saber onde tudo começou. Segundo Luis, não existe início, e sim um processo. Nascido no Rio de Janeiro, ganhou dinheiro com arte pela primeira vez em 1982, quando começou a tatuar. “Eu morava em Brasília e usava a maquininha, coisa que ninguém fazia ainda. Mas o mundo era outro, ainda era offline”.

Passou por teatro de bonecos, caricaturas, pintou retratos e trabalhou por muitos anos com cenografia. Luis fazia projetos digitais e foi nessa época que teve seu primeiro contato com tecnologias como Photoshop e outros programas de computador.
Ao chegar a Cuiabá, em 2012, sua visão sobre a arte mudou. “Eu ainda não sei quais são os resultados da mudança para Cuiabá na minha vida, mas mudou meu olhar. Ter sido bem recebido e acolhido também ajudou”, conta o artista, que se encantou com a diversidade na arte daqui.

Luis acredita que todas as pessoas têm algo a dizer, todo ser humano carrega em si uma subjetividade que só a arte consegue traduzir. “A obra nunca morre, ela fica aqui depois que o artista vai embora. Ela troca de dono, ela viaja, ela se torna independente”, explica.

Atualmente, Segadas trabalha com três projetos principais: as intervenções urbanas, o não-humano (que também é objeto de pesquisa de seu mestrado) e os pôsters.

Intervenções Urbanas

“As pessoas precisam olhar para a cidade”, afirma Luis. Segundo o artista, as intervenções buscam dar foco ao reuso, a tudo que se transforma, tudo o que a indústrias dizem que não tem mais serventia.

Além disso, Luiz reafirma a necessidade de que a população enxergue a cidade como posse dela. “As pessoas precisam dar pelo menos um olhar para a cidade. Se não, as coisas não mudam”, afirma. As intervenções são, então, uma forma de chamar atenção para esse espaço que é de todos e de cada um.

Não-Humano



Outro projeto de Luis é o estudo do que não é humano. Neste estudo, o artista procura o que está nos objetos e o que está fora. Procura também puxar o foco para a natureza e a forma como o homem se aproveita dela. “Como o homem mata o próprio lugar em que vive?”, ele se questiona.

Com a ideia de que tudo o que aconteceu na história do Brasil (ter sido Colônia de Portugal, todo o extrativismo, a escravidão) é a causa da forma como vivemos hoje em dia, Luis busca mostrar o que está excluído do sistema como algo que ainda pode ser aproveitado.

Rostos

A série de pôsters é formada, em sua maioria, por imagens de rostos. Neste trabalho, Luiz procura mostrar a identidade que esta parte do corpo, sozinha, é capaz de mostrar. “Nessas pinturas não aparecem as roupas, não aparece o lugar, apenas a subjetividade de um rosto”, explica.

Facebook

Uma das formas que Luis encontrou para expor sua arte foram as redes sociais. O artista acredita que elas são janelas em que é possível observar o que circula. Além disso, acredita que é onde as pessoas estão atualmente. “Hoje tudo é um fluxo de coisas, e o Facebook é um território e também uma forma de se relacionar”, explica.

Apesar de todas as oportunidades, Luis afirma que somos a primeira geração a usar essa rede, e que ainda temos muito o que aprender. “Eu aproveito dessa visualização e uso como suporte de arte”, afirma o artista.

Serviço

As obras da série de pôstersde Luis Segadas estão em exposição na loja Moldura Brasil, em Cuiabá. Endereço. Rua Pres. Castelo Branco, 285 em Cuiabá MT. Telefone (65) 3023-1456.