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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Curta de Mato Grosso denuncia com arte a invasão das lavouras de algodão nos limites de Chapada dos Guimarães

Foto: Reprodução

Curta de Mato Grosso denuncia com arte a invasão das lavouras de algodão nos limites de Chapada dos Guimarães
“Eram em tudo iguais, do mesmo inferno oriundos... e tudo isso não vale, o veneno que emana”, trecho do livro “As flores do mal” do escritor e poeta francês Charles Baudelaire. A frase é profunda e gera reflexão, principalmente, em um curta-metragem que faz uma crítica artística às plantações de algodão que invadem os limites de Chapada dos Guimarães. O diretor e cineasta Amauri Tangará, não utiliza som algum para repassar a sua mensagem, cujo silêncio do filme se torna contundente para absorver e se sobrepor a seriedade dos acontecimentos.

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A denúncia é com relação as plantações e o uso recorrente de agrotóxicos, no município de Chapada, que é um Parque Nacional, e que tem tido as suas nascentes contaminadas pelo veneno. O curta foi premiado na 19ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, o Cinemato, como melhor direção entre os filmes brasileiros.

Uma câmera-bicho revela através do seu olhar, como é uma plantação de algodão por dentro, e aquilo que em primeira vista parece resplandecer ao brilho do Sol, se rompe, e então, o telespectador pode se colocar na pele daqueles que tem a sua morada invadida e não tem como se proteger.

A filha de Amauri Tangará, Larissa Mineyah, o representou para apresentar o filme antes da exibição. E contou que Paraizoo realizado em 2012, faz parte de uma trilogia, em que em 2010 gravaram a primeira parte “Horizontem” e o próximo a ser rodado é “FOME”, apesar de que este, ainda não há previsão para a realização.

Larissa contou que o filme foi realizado à duras penas, como toda produção audiovisual do Brasil e de Mato Grosso. “Paraizoo é uma ficção, que mostra as lavouras do cerrado adentro, que invadem as fronteiras de Chapada dos Guimarães”, explicou.

Ficção ou não? Este é o questionamento que fica. Porque mesmo que o filme não seja real, a lavoura é, o agrotóxico também, e o prejuízo à Chapada dos Guimarães pode ser vivenciado, basta bater perna no Parque Nacional. Antes de se chegar a caverna Aroe Jari, que também fica a lagoa azul e uma cachoeira, são alguns quilômetros de plantação de soja que revestem a paisagem em contraste com o que antes, havia de natural ali.

Com pernas de pau, os pássaros andantes demonstram o desamparo das espécies que antes tinham em Chapada dos Guimarães, o seu reduto natural e agora desabrigadas, estão à mercê da própria sorte.

Confira o curta de Amauri Tangará:

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