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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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O conde e a freira

Depois de aposentado, ex-bancário faz mestrado e publica dois livros situados em Mato Grosso histórica

Foto: Stéfanie Medeiros/ Olhar Conceito

Depois de aposentado, ex-bancário faz mestrado e publica dois livros situados em Mato Grosso histórica
Na sala de palestras lotada, um aluno escutava a aula com olhos atentos. De cabelos brancos e muita disposição, Israel de Faria Figueiredo participava do curso de literatura regional na Academia Mato-Grossense de Letras para alimentar seu interesse e conhecimento no assunto.

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Formado em história e autor de dois livros, Israel de Faria Figueiredo, no entanto, começou sua carreira como escritor depois de aposentado. Israel passou anos trabalhando como bancário. Já nesta época ele tinha grande interesse por história. Depois de se aposentar efetivamente, decidiu fazer o curso na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Durante seus estudos formais, Israel encontrou um personagem que despertou seu interesse. Trata-se de Antonio Rolim de Moura, primeiro conde de Azambuja, 10º Vice-Rei do Brasil e primeiro governador de Mato Grosso.

Ainda com esta figura em mente, Israel decidiu aprofundar ainda mais seus estudos em história, partindo para o mestrado na Universidade de Brasília (UnB). O tema de sua pesquisa foi o próprio Rolim de Moura e o resultado da sua dissertação foi o livro “Origem da Capitania de Mato Grosso 1748 - 1765”, publicada em 2011. “Ele tem sua importância e estudar esta figura é também ver um retrato da época”, explicou Israel.

Mesmo com a publicação de sua pesquisa, o interesse do autor não esmaeceu. Ainda lendo, pesquisando, conversando e refletindo sobre este período em Mato Grosso, Isreal teve uma ideia: Um livro que abordasse o estado no século XVIII, mas pela perspectiva das mulheres. Foi então que, em 2014, Israel concluiu seu primeiro romance, chamado “O conde e a freira”.

Segundo Israel, este seu primeiro romance deriva da pesquisa acadêmica. “Eu usei a pesquisa que fiz no mestrado para fazer esse romance, mas buscando a perspectiva feminina. Então me baseei em todo o material que eu tinha, documentos, cartas, papéis, para preencher essa lacuna, contar como as próprias mulheres viviam nesta época em que Rolim de Moura veio para Mato Grosso”, contou Israel ao Olhar Conceito.

A história do livro foca principalmente na atuação feminina nesta sociedade, mostrando esta atuação em diversos níveis, sendo o da mulher branca, negra, livre, escrava, pobre ou rica. “Mas também mostra principalmente como elas lutavam para sobreviver em uma sociedade machista”, pontuou o autor.

Uma das personagens principais e que dá nome ao livro é uma freira obrigada a deixar um convento. Sem ter para onde ir, ela vai em busca de sua família e acaba participando de uma monção (expedição fluvial), onde torna-se a cozinheira dos desbravadores de Mato Grosso. “Esta nova vida dela, como ela atuava e se defendia. É a partir daí que fiz o romance”, disse Israel.

O lançamento de “O conde e a freira” aconteceu no final de 2014. No entanto, a obra terá um segundo lançamento na Academia Mato-Grossense de Letras (AML) este ano, ainda sem data definida.
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